
Os carros elétricos estão cada vez mais presentes no trânsito brasileiro e, como não emitem CO² na atmosfera, são importantes para reduzir a poluição. O problema é que outros fatores não contribuíram tanto assim para a retração dos índices, conforme o último relatório do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários.
Atualizado após um hiato de mais de uma década, o documento revelou que as emissões de dióxido de carbono na atmosfera cresceram cerca de 8% desde 2012. O número pode causar uma impressão errada, principalmente pelo aumento da porcentagem de carros elétricos e híbridos nas ruas, mas, na verdade, não têm nada a ver com a eletrificação da frota brasileira.
De acordo com estudo feito pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) e coordenado pelo ministério dos Transportes e Meio Ambiente, o cenário atual foi causado por algo classificado como “Efeito Rebote”.
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Em termos simples, dá para dizer que os carros estão poluindo menos individualmente, graças à eletrificação, mas, como o número de veículos nas ruas aumentou exponencialmente (cerca de 71 milhões), o índice de poluição também cresceu.
Pneus e freios: novos vilões da poluição
O relatório não relaciona o aumento do número de veículos elétricos ao maior percentual de poluição no trânsito, tampouco os motores a combustão. Os novos vilões do ar puro são, na verdade, os freios e os pneus da frota em geral.
Como o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) está mais exigente com os gases que saem dos escapamentos, o que tem agido como principal agente poluente é o desgaste dos pneus, além do maior uso dos freios. De acordo com o estudo, eles já são responsáveis por 50% da emissão de poluentes proveniente dos veículos.
Diante desse novo cenário, as políticas públicas serão recalibradas. Segundo representantes do ministério dos Transportes e também da pasta do Meio Ambiente, a ideia agora é “transcender a eficiência do motor”, priorizar a logística, o uso de biocombustíveis e a eletrificação racional.
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