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Quem está acompanhando o hit da Apple TV+, Ruptura, já deve imaginar que a tecnologia fictícia de dividir a consciência dos personagens é completamente irreal, algo talvez do distante futuro. É aí que você se engana: por incrível que pareça, a tal ruptura tem raízes em um procedimento muito real — a cirurgia de calosotomia, onde o corpo caloso, que divide os hemisférios cerebrais, é cortado.
O procedimento, também conhecido como “separação cerebral”, é feito como um tratamento para aliviar epilepsia intratável por outros meios. Dos cientistas à imprensa, os pacientes de calosotomia chamaram a atenção por mostrarem alguns sinais de “personalidade dividida”, onde cada lado do cérebro parece não conversar com o outro.
Sucesso da Apple TV+, Ruptura fala sobre a divisão de personalidades no corpo de uma mesma pessoa: seria isso possível, isto é, fora de transtornos dissociativos de identidade? (Imagem: Apple TV+/Divulgação)
A questão é que, assim como a maioria dos assuntos complexos, a ciência não tem um consenso sobre o tema: é verdade que há muitas evidências de personalidades separadas, como pacientes que não conseguem usar o lado esquerdo do corpo para comunicar algo percebido pelo lado direito, mas também há sinais de integração visual por outras partes abaixo do córtex. O que sabemos, então?
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Calosotomia e o cérebro dividido
Para compreender os efeitos da calosotomia e seus efeitos para a mente e a consciência, é preciso saber alguns conceitos científicos. O principal é a teoria da “unidade”, que presume que nosso cérebro processa informações — tanto conscientes quanto inconscientes — de maneira unificada, através de uma só mente, também chamada de personalidade. Os estímulos externos passariam, todos, por essa unidade.
Nos pacientes que passaram pelo corte do corpo caloso, testes revelaram algumas coisas interessantes. Sabemos que o hemisfério esquerdo do cérebro processa informações do lado direito do corpo e que o hemisfério direito processa o lado esquerdo: também é importante notar que a parte do cérebro dominante sobre o ato de falar, comunicar-se verbalmente, fica no hemisfério esquerdo.
Na parte central do cérebro está o corpo caloso, responsável pela integração dos hemisférios cerebrais — seu corte ajuda pacientes de epilepsia, mas compromete algumas funções comunicativas (Imagem: John A Beal/Louisiana State University)
Um paciente de calosotomia chamado Joe passou por alguns testes, um deles envolvendo mostrar a palavra “Texas” apenas para seu olho esquerdo — algo que o lado direito do cérebro interpreta.
Com a mão esquerda, ele conseguiu desenhar um chapéu de caubói (aspecto da cultura relacionada ao estado americano em questão), mas não conseguiu explicar o raciocício por trás da ação, algo que a parte do cérebro responsável pela fala não tinha acesso.
Ao mesmo paciente, foi mostrado um número ao olho esquerdo, que a fala deveria tentar adivinhar — ele não acertou de primeira, mas podia usar a mão esquerda (controlada pelo lado direito do cérebro) para apontar para cima ou para baixo para indicar se o número chato era mais alto ou mais baixo do que a resposta correta. Com ajuda da mão, Joe chegou ao resultado.
O que isso quer dizer, então? À primeira vista, parece que estamos vendo dois “agentes”, duas personalidades conversando! Teriam os pacientes de calosotomia dois agentes cerebrais que não conseguem se comunicar entre si? Foi isso que muitos neurologistas concluíram, notando um agente cerebral que consegue se comunicar e outro “mudo”, que não fala, mas consegue apontar coisas.
Seria possível que cada hemisfério do cérebro tenha uma personalidade única, mas que apenas “conversa” com o outro lado para unificar as percepções? Alguns cientistas acreditam que sim (Imagem: Bhautik Patel/Unsplash)
Mas as coisas não são tão simples: algumas anomalias nos testes mostraram que há, sim, alguma conexão entre os lados do cérebro. Pacientes conseguiam dizer se linhas diferentes mostradas separadamente a cada lado do campo visual se encontrariam ou não ou identificar se desenhos sequenciais davam a impressão de movimento ou não, provando ao menos alguma integração entre os lados.
Além disso, partes não cortadas do tronco cerebral, abaixo do córtex, como o colículo superior, sabidamente ajudam a integrar informações visuais entre os hemisférios.
A ruptura existe, afinal?
O que isso tudo, no fim das contas, quer dizer? Os cientistas, apesar de não cravarem certezas, possuem algumas teorias. Uma delas afirma que até o cérebro normal seria, de fato, dividido entre dois agentes, que sincronizam suas percepções e comportamento de várias maneiras, o que seria prejudicado pela calosotomia.
Outra afirma que o cérebro teria um só agente, mas, quando dividido, não consegue mais integrar a informação completamente, como quando o áudio de um filme está dessincronizado da imagem.
Um caso clássico com pacientes de calosotomia é quando estes não conseguem nomear uma imagem vista com o olho esquerdo, afirmando não estarem vendo “nada”, mas, para a própria surpresa, conseguirem desenhá-la com a mão esquerda (Imagem: de Haan et al./Neuropsychological Review)
Uma das implicações disto seria, nos testes onde o paciente não consegue nomear um objeto observado, que ele consegue de fato ver o que está à sua frente, mas a desconexão cerebral o impede de lembrar do nome ou do conceito, levando-o a dizer que não vê nada.
Indo mais a fundo, alguns teóricos tentam entender se há, de fato, uma conexão entre percepção e consciência: talvez o processamento de informações seja algo inconsciente que ocorre com todos os cérebros e funciona gradualmente, sendo apenas mais óbvio em quem teve os hemisférios divididos.
Só teremos certeza se personalidades divergentes realmente surgem com a calosotomia ou se diferentes percepções já fazem parte da vida de todo humano quando teorias sobre a consciência forem comprovadas, mas, até lá, o assunto continuará fascinando neurologistas, psicólogos e curiosos em geral — e, talvez, gerando ótimos conceitos de ficção científica na cultura pop.
O último episódio de Beleza Fatal vai ao ar nesta sexta-feira (21), e fãs da trama que já estão tristes com o fim da novela e em busca de uma nova história envolvente e cheia de reveses para maratonar, podem encontrar opções na lista que o Canaltech preparou a seguir.
5 novelas parecidas com Beleza Fatal para maratonar
As novelas e séries sugeridas abaixo também são repletas de reviravoltas e trazem personagens bem construídos e com sede de vingança. Abaixo, confira mais detalhes sobre os seguintes títulos e onde assisti-los:
Avenida Brasil
Verdades Secretas
Todas as Flores
Paraíso Tropical
Revenge
Avenida Brasil
Avenida Brasil está disponível no streaming pelo Globoplay (Imagem: Reprodução/Globo)
Avenida Brasil foi um verdadeiro fenômeno desde a estreia, em 2012. A novela traz elementos que se assemelham à trama de Beleza Fatal, com um enredo que também é alimentado por ideais de vingança. Ela conta a história de Rita (Débora Falabella), uma menina que desmascara a golpista Carminha (Adriana Esteves), quando esta tentava aplicar um golpe em seu pai. Ele, no entanto, acaba morrendo e, por retaliação, Carminha, que era sua madrasta, abandona Rita em um lixão.
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O tempo passa, e Rita é adotada por uma família argentina rica. Ela assume o nome de Nina e, depois que seus pais adotivos morrem, ela retorna ao Brasil e vai atrás de Carminha buscando vingança. No entanto, ela se vê dividida entre um amor do passado e sua sede de justiça. Avenida Brasil está disponível no streaming pelo Globoplay, que oferece planos de assinatura a partir de R$ 14,90 por mês.
Verdades Secretas
Verdades Secretas faz parte do catálogo do Globoplay e está disponível para assinantes (Imagem: Reprodução/Globo)
Verdades Secretas também tem uma trama envolvente e com reviravoltas. Ela conta a história de Arlete (Camila Queiroz), uma menina de família humilde e do interior que sonha em ser modelo. Ela chega à capital de São Paulo acompanhada da mãe e conhece um booker que a convida para trabalhar em uma agência, mas enfrenta dificuldades financeiras.
Seduzida pela ideia de cachês maiores, Angel, como foi batizada na agência, entra para o chamado “book rosa” – que é prostituição de luxo. É assim que ela conhece o empresário Alex (Rodrigo Lombardi), que se aproxima de sua mãe para ficar mais próximo à ela. O título também está disponível no streaming pelo Globoplay.
Todas as Flores
Todas as Flores também é uma trama cheia de reviravoltas; a novela pode ser assistida pelo Globoplay (Imagem: Globo/Estevam Avellar)
A trama de Todas as Flores é repleta de reviravoltas, vingança e emoção. A novela narra a história de Maíra (Sophie Charlotte), deficiente visual criada pelo pai que sempre acreditou que a mãe Zoé (Regina Casé) estava morta. Um dia ela descobre que sua mãe está viva, e a morte de seu pai faz com ela se aproxime da mulher.
O que ela não sabe é que foi a mãe quem assassinou seu pai, com o intuito de levá-la para o Rio de Janeiro e fazer com ela doe medula óssea para a irmã, Vanessa (Letícia Colin), que está com leucemia. A história caminha por rumos sombrios quando é revelado ao público que Zoé, vista como boa pessoa pelos olhos da maioria, está envolvida em um esquema que envolve trabalho escravo e tráfico de pessoas. Todas as Flores é um original Globoplay e pode ser assistida por assinantes do serviço.
Paraíso Tropical
Paula e Daniel em Paraíso Tropical; novela pode ser assistida pelo Globoplay (Imagem: Reprodução/Globo)
Paraíso Tropical é uma novela mais antiga, que foi exibida na TV em 2007, e também traz uma trama com histórias que se cruzam. Nelas, as irmãs Taís e Paula (Alessandra Negrini) são separadas ainda bebês e crescem seguindo caminhos distintos. Paula conhece Daniel (Fábio Assunção), diretor-executivo do Grupo Cavalcanti, e se apaixona. Daniel, no entanto, cai em uma armação de Olavo (Wagner Moura), que precisa afastar Paula de seu caminho já que ela serviria como álibi para inocentá-lo.
Daniel acaba preso, mas consegue provar sua inocência. Nesse meio tempo, ele encontra Taís, a gêmea má de Paula, e a confunde com a amada. Ele, no entanto, logo percebe que as duas são pessoas diferentes e, mais tarde, se reencontra com Paula. Tempo depois, os dois se casam, mas Taís bola um plano maquiavélico para matar a irmã e assumir sua identidade. A novela também está disponível no Globoplay para assinantes do serviço.
Revenge
Revenge está disponível no Disney+ (Imagem: Reprodução/IMDb)
Revenge não é muito bem uma novela, mas uma série em quatro temporadas. A trama conta a história de Amanda Clarke (Emily VanCamp), que teve a vida arruinada após seu pai ser traído e preso injustamente. Na prisão, ele é assassinado e Amanda vai parar em um reformatório. Lá, ela permanece até completar 18 anos, quando é solta e passa a se chamar Emily Thorne. Com a nova identidade, ela busca vingança em nome do pai. Revenge é uma série norte-americana que está disponível no streaming pelo Disney+. A assinatura do serviço custa a partir de R$ 9,90 por mês, no plano com anúncios.
Segundo um comunicado recente do Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciências, a China está construindo um laboratório submarino tripulado para estudar as profundezas do oceano. Chamada de Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria, a estrutura deve ficar pronta dentro de apenas cinco anos, em 2030, segundo expectativas do país.
O projeto está sendo feito a partir de Guangzhou, uma cidade portuária a noroeste de Hong Kong, no rio Pérola, que deságua no sul do Mar da China. O laboratório submarino, principal parte da instalação, deverá operar a 2.000 km no fundo do mare obrigar até seis pesquisadores por vez por até um mês.
O estudo das profundezas
Segundo a Academia Chinesa de Ciências, o projeto incorpora tecnologias desenvolvidas em missões espaciais tripuladas e submersíveis de mar profundo, bem como sistema de suporte à vida feitos para operações de mineração. Deverão ser construídas cabines de experimentação científica, de navegação e operação e de detecção multifuncional, além de alojamentos e geradores auxiliares.
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Nas profundezas do mar, emanações frias formam locais como as fumarolas, que são habitadas por organismos que sobrevivam com quimissíntese e aproveitam os gases expelidos da Terra (Imagem: MARUM/Universität Bremen/CC-BY-4.0)
O principal objetivo é o estudo de emanações frias, locais do leito marinho onde fluidos ricos em hidrocarbonetos são liberados a partir de rachaduras no solo oceânico devido a atividades geológicas e mudanças de pressão, como metano e sulfeto de hidrogênio.
Esses locais abrigam ecossistemas únicos, com microorganismos das profundezas que prosperam a partir da quimiossíntese, processo de geração de energia química a partir dos fluidos locais.
As emanações frias também participam dos ciclos de carbono profundos, tendo potencial para gerar recursos biológicos de forma nunca antes explorada. O metanoé um dos mais potentes gases do efeito estudo, e, nesses locais, escapa e interage com sistemas atmosféricos e com o oceano.
Os responsáveis pelo projeto acreditam que isso poderá, além de ajudar pesquisas importantes, contribuir para a indústria com tecnologias e aplicações práticas.
Com as pesquisas no território submarino, a ciência poderá descobrir mais sobre a vida em ambientes extremos e a extração segura de recursos como os hidratos de metano. O projeto, vale lembrar, poderá beneficiar muito a China, que planeja atingir a neutralidade de carbono até 2060.
Já noticiamos, aqui pelo Canaltech, que a famosa imagem sobre a evolução humana está errada — o ser humano foi surgindo a partir de uma série pouco linear de acasalamentos entre espécies ancestrais e parentes evolutivos, como neandertais e denisovanos, até chegar no Homo sapiens como o conhecemos. Agora, detalhes dessa jornada foram revelados por pesquisas genéticas.
Um estudo por geneticistas da Universidade de Cambridge descobriu que nós, humanos modernos, descendemos de pelo menos duas populações ancestrais diferentes — elas se separaram do nosso ancestral comum, ficando ao menos um milhão de anos separadas para então se reconectarem misteriosamente há 300.000 anos.
Populações humanas e a evolução
Para a pesquisa, foi desenvolvido um algoritmo especialmente para lidar com a enorme quantidade de dados presentes no Projeto 1000 Genomas, iniciativa que sequenciou e armazenou o DNA de populações humanas pela África, Europa e Américas, modelando como os genes de humanos antigos se separaram e reuniram ao longo da história da evolução.
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Já sabíamos que a “marcha do progresso” da evolução humana não estava correta, mas os segredos dos ancestrais dos Homo sapiens ainda estão sendo revelados (Imagem: Eugene Zhyvchik/Unsplash)
Isso remontou a um período anterior à evolução dos próprios H. sapiens. A ciência atual acredita que nossa espécie surgiu na África entre 200.000 e 300.000 anos atrás, de uma linhagem única.
O que o estudo revelou, no entanto, foi que duas populações antigas são responsáveis pelos nossos genes: elas teriam se separado há 1,5 milhão de anos, se reencontrando apenas no desabrochar dos H. sapiens. Uma das populações teria contribuído com cerca de 80% do DNA humano atual, enquanto a outra ficou com os 20%restantes.
Esta última população teve um gargalo significativo, ficando muito pequena após a divergência dos ancestrais, crescendo lentamente ao longo da história até se reconectar com a população “irmã”. Ela também parece ser a mesma que deu origem aos neandertais e denisovanos antes da reconexão.
Apesar de apenas a menor parte do genoma ter vindo desse povo, os genes trazidos por ele são muito importantes, sendo relacionados a funções cerebrais e processamento neural, cruciais para nossa evolução. A questão de quem seriam as populações é misteriosa: ancestrais como Homo erectuse Homo heidelbergensis ainda estavam por aí na época, sendo candidatos possíveis.
O achado é mais uma prova de que a evolução humana não seguiu uma linha reta, com símios encurvados virando macacos nus de pé que se tornariam humanos: muita hibridização, ruas genéticas sem saída e seleções naturais severas permearam nossa história, muito mais complexa e interconectada do que uma simples árvore genealógica.
Durante a GTC 2025, o maior evento de inteligência artificial do mundo realizado esta semana em San Jose, Califórnia, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, declarou que a empresa evoluiu e não deve mais ser vista como uma simples fabricante de chips gráficos, mas como uma “empresa de infraestrutura de IA”.
O anúncio ocorre justamente quando a inteligência artificial deixa de ser apenas uma promessa futurista e se estabelece como o principal motor da transformação digital a nível mundial. Com uma valorização de mercado que já ultrapassa os US$ 2,9 trilhões (cerca de R$ 16 trilhões), a NVIDIA se consolidou como a principal fornecedora da infraestrutura que sustenta a revolução da IA, ultrapassando gigantes como Apple, Microsoft e Google em valor de mercado.
Além do novo posicionamento, a companhia agora também planeja investir “centenas de bilhões de dólares” em manufatura nos Estados Unidos nos próximos quatro anos.
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Hoje, a empresa vê seu papel não apenas como fornecedora de componentes, mas como construtora das fundações para o desenvolvimento da IA. Durante sua apresentação na GTC 2025, Huang revelou quatro novas arquiteturas de GPU que guiarão a estratégia da empresa até 2027: Blackwell Ultra (2025), Vera Rubin (2026), Feynman (2027) e uma quarta ainda não nomeada. Um mapa de longo prazo que reflete a nova filosofia da empresa: não vender apenas chips, mas planejar e construir a infraestrutura que irá moldar o futuro da tecnologia.
Implicações e desafios da nova era
A transformação em uma “fábrica de IA” eleva drasticamente as expectativas sobre a NVIDIA. “O padrão de negócios agora é muito, muito, muito mais alto do que antes”, admitiu Huang durante a conferência. “A barra da competição está muito mais alta que antes. A tolerância ao risco é muito menor que antes para todos os nossos clientes. Afinal, as receitas deles se traduzem diretamente nisso. É um ciclo de investimento de vários anos porque estamos falando de centenas de bilhões de dólares”.
Essa posição central no ecossistema de IA coloca a NVIDIA sob um nível sem precedentes de crítica. Se antes um bug em uma placa de vídeo poderia irritar gamers, agora uma falha em seus produtos pode comprometer serviços críticos e interromper operações multibilionárias. A empresa precisa não apenas inovar constantemente, mas garantir que cada nova geração de produtos seja confiável desde o lançamento, algo que Huang reconheceu ao revelar que os clientes de nuvem agora planejam suas infraestruturas com pelo menos dois anos de antecedência.
Outro desafio crítico é o equilibrio entre oferta e demanda. Mesmo com o aumento expressivo na produção — Huang anunciou que a empresa vendeu 3,6 milhões de GPUs Blackwell para os quatro principais provedores de nuvem dos EUA em 2024, um salto significativo em relação aos 1,3 milhão de GPUs Hopper vendidas no ano anterior —, a demanda continua superando a capacidade de entrega. O CEO destacou que esses números não incluem pedidos da Meta, provedores de nuvem menores e startups, sugerindo que a demanda real é ainda maior.
CEO da NVIDIA, Jensen Huang anuncia computador pessoal de IA DGX Spark na GTC 2025 (Foto: Divulgação/NVIDIA)
O mercado de infraestrutura para IA representa uma oportunidade gigantesca. Durante a GTC 2025, Huang projetou que a receita da NVIDIA com infraestrutura de data centers alcançará US$ 1 trilhão até 2027. Essa expectativa não parece exagerada quando consideramos que, segundo o CEO, a necessidade computacional para IA agêntica — capaz de raciocínio e tomada de decisões contextual — é “facilmente 100 vezes maior do que pensávamos ser necessário no ano passado”.
O que torna essa estratégia ainda mais convincente é o novo modelo de negócios que ela estabelece. “Nossas fábricas se traduzem diretamente na receita dos clientes”, explicou Huang, posicionando a corporação como parceira indispensável para empresas que querem monetizar a IA. Essa mudança de fornecedora de componentes para habilitadora de receitas amplia significativamente o valor que a empresa pode capturar do mercado.
Receita da NVIDIA tem grande crescimento em quase dois anos (Imagem: Reprodução/NVIDIA)
Navegando pelas tarifas e tensões comerciais
Com a administração de Donald Trump implementando tarifas de 20% sobre produtos chineses, a NVIDIA enfrenta o desafio de manter sua cadeia de fornecimento eficiente e competitiva. Huang, no entanto, demonstrou confiança na capacidade da empresa de contornar esses obstáculos.
“Temos uma rede de fornecedores realmente ágil. Eles não estão apenas em Taiwan, ou apenas no México, ou apenas no Vietnã. Estão distribuídos em muitos lugares”, explicou o CEO durante a conferência. “Depende de quais países são tarifados, então acho que, no curto prazo, com base no que sabemos, não esperamos um impacto significativo em nossas perspectivas e finanças”.
Essa diversificação permite que a NVIDIA redirecione sua produção conforme necessário, mas a empresa também está adotando uma estratégia mais ousada: transferir uma parte substancial de sua fabricação para os Estados Unidos. Essa abordagem não apenas contorna as tarifas, mas também alinha a empresa com a política de “America First” da administração Trump, garantindo maior apoio governamental para seus empreendimentos.
Huang aposta em cadeia de fornecedores ampla e diversificada para minimizar impactos da tarifação de Trumo sobre produtos da NVIDIA (Foto: Divulgação/NVIDIA)
Plano bilionário para fabricação nos EUA
Em uma entrevista ao Financial Times, Jensen Huang detalhou o plano para expandir sua presença manufatureira nos Estados Unidos. “No geral, vamos adquirir, ao longo dos próximos quatro anos, provavelmente meio trilhão de dólares em eletrônicos no total. E acho que podemos facilmente nos ver fabricando várias centenas de bilhões disso aqui nos EUA”, afirmou.
Esse movimento é viabilizado principalmente pelo investimento de US$ 100 bilhões da TSMC, principal fabricante dos chips do Time Verde, em novas plantas de fabricação no Arizona. “O investimento da TSMC nos EUA proporciona um aumento substancial na resiliência da nossa cadeia de suprimentos”, destacou Huang, demonstrando como essa parceria é crucial para os planos da empresa.
Os investimentos não visam apenas contornar as tarifas, mas também garantir maior controle sobre a cadeia produtiva em um contexto de crescentes tensões entre China e Taiwan, principal polo mundial fabricante de chips avançados. Ao estabelecer capacidade produtiva significativa nos EUA, a NVIDIA reduz sua dependência de uma região geopoliticamente instável e se posiciona para obter apoio governamental.
“Ter o apoio de uma administração que se preocupa com o sucesso desta indústria e não permitir que a energia seja um obstáculo é um resultado fenomenal para a IA nos EUA”, comentou Huang, destacando como a mudança também representa um alinhamento estratégico com as políticas industriais estadunidenses, que buscam retomar a liderança na fabricação de semicondutores.
A NVIDIA teria adiado o lançamento das placas de vídeo GeForce RTX 5060 e RTX 5060 Ti mais uma vez, segundo informações divulgadas no fórum Board Channels nesta quinta-feira (20). De acordo com a fonte, que tem histórico de acertos em vazamentos sobre a indústria de hardware, a empresa já comunicou internamente todas as fabricantes parceiras sobre a alteração no cronograma.
O provável adiamento acontece em um momento que os consumidores aguardam ansiosamente por modelos mais acessíveis da nova família RTX 50, já que os modelos topo de linha como RTX 5090 e RTX 5080 têm preços proibitivos para a maioria dos usuários. Embora a NVIDIA não tenha se pronunciado oficialmente sobre o assunto — até porque a empresa sequer anunciou essas placas formalmente —, o novo cronograma sugere uma estratégia de posicionamento mais cauteloso diante da concorrência da AMD.
Por que a NVIDIA estaria adiando as RTX 5060 novamente?
Embora as razões exatas para o adiamento não tenham sido reveladas, o histórico da empresa mostra que tais decisões geralmente estão associadas a fatores estratégicos de mercado ou a questões relacionadas à cadeia de suprimentos. Relatórios anteriores já haviam mencionado possíveis bugs e problemas de fornecimento como motivos para atrasos na série RTX 5060, embora essas informações nunca tenham sido confirmadas oficialmente.
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Outra possibilidade é que a NVIDIA esteja ajustando o cronograma de lançamento para coincidir estrategicamente com a chegada das concorrentes diretas da AMD. As Radeon RX 9060 XT e RX 9060, com variantes de 8 GB e 16 GB, são esperadas para o segundo trimestre de 2025 e devem competir diretamente com as RTX 5060 Ti e RTX 5060, respectivamente. Alinhando as datas de lançamento, a NVIDIA poderia garantir uma resposta imediata no mercado.
NVIDIA já disponibilizou placas RTX 50 das séries 70, 80 e 90 no mercado; usuários estão à espera das “menos caras” 60 (Imagem: Divulgação/NVIDIA)
O vazamento parece ter credibilidade por vir do Board Channels, fórum que possui membros associados a diversos parceiros de canal da NVIDIA e que já acertou informações semelhantes no passado. Além disso, o fato de o lançamento da RTX 5070 ter ocorrido sem nenhuma menção às GPUs mainstream sugere que a empresa realmente ainda não está pronta para anunciar esses produtos.
Datas previstas e especificações esperadas
Inicialmente, rumores apontavam que a série RTX 5060 seria anunciada neste mês março, com disponibilidade para compra em abril. Com o novo adiamento, a GeForce RTX 5060 Ti agora deve ser lançada em “meados de abril”, enquanto a RTX 5060 padrão chegaria apenas em “meados de maio”, pouco antes da Computex 2025.
Com possível novo adiamento, placas mainstream só devem chegar ao mercado a partir de meados de abril (Foto: Brenno Barreira / Canaltech)
A RTX 5060 Ti deve ser oferecida em duas variantes de memória: 8 GB e 16 GB. Ambas devem compartilhar a mesma configuração de núcleo com 4.608 CUDA cores, interface de memória de 128 bits com GDDR7 a 28 Gbps (448 GB/s de largura de banda) e TDP de 180W. O preço deve ficar na faixa entre US$ 400 e US$ 500, seguindo o posicionamento tradicional da NVIDIA para esta categoria.
Já a RTX 5060 deve vir equipada com 3.840 CUDA cores e ser disponibilizada inicialmente apenas com 8 GB de memória GDDR7, embora outro vazamento recente tenha sugerido uma possível variante com 12 GB. Com TDP estimado em 150W, essa placa deve ser a principal opção de entrada para a família RTX 50 até o lançamento da futura RTX 5050, que atenderia o segmento de menor preço.
Ambas as placas serão baseadas no chip GB206, que deve contar com 36 ou 40 multiprocessadores de streaming. O chip traria aprimoramentos significativos nas unidades tensor e núcleo RT em relação à geração anterior, garantindo mais desempenho em tarefas com inteligência artificial e ray tracing.
Vale ressaltar que, se confirmado, este será o segundo adiamento das GPUs da série RTX 5060. Embora consumidores possam ficar frustrados com a espera adicional, a estratégia pode beneficiar quem aguarda por essas placas, já que a NVIDIA terá mais tempo para refinar o produto e otimizar sua produção, resultando em melhor desempenho e maior disponibilidade no lançamento.
A HP anunciou nesta semana seu novo notebook gamer, o modelo OMEN 16 Slim, que chegará ao mercado com uma GPU NVIDIA GeForce RTX 5070 mobile e processadores Intel Core Ultra. Os consumidores poderão escolher entre os modelos Core Utra 5 255H e Core Ultra 9 285H.
O novo dispositivo chegará ao público composto de uma memória RAM de 16 GB, armazenamento de 512GB e um display IPS de 16 polegadas com resolução de 2560×1600. A taxa de frequência da tela é de 240 Hz e ele apresenta 3ms de tempo de resposta aos usuários.
O HP OMEN 16 Slim é 16% mais fino do que o modelo comum, trazendo uma espessura de 20 mm e pesando 2,6 kg. A companhia lançará o produto nos Estados Unidos durante o mês de junho, mas não há uma data estipulada ou preço até o momento.
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Um aspecto interessante dele é que a iluminação do teclado não ocorre como os demais notebooks que vemos, que possuem LEDs customizáveis. No caso do novo dispositivo, as luzes RGB são criadas em quatro zonas, permitindo uma maior personalização para o público.
O HP OMEN 16 Slim chegará com RTX 5070 Mobile e CPU Intel Core Ultra (Imagem: Reprodução/HP)
Além disso, o notebook HP OMEN 16 Slim terá acesso direto ao software OMEN AI, uma inteligência artificial criada pela própria companhia que ajuda o usuário a manter ou aumentar o desempenho.
Obviamente que dependerá da experiência e da capacidade que quer utilizar de seu PC, então dados de como a IA pode aprimorar sua performance e os limites que alcançará não foram divulgados.
Novo headset HyperX Cloud III S
Como todos sabem, a HyperX faz parte da HP e a companhia também divulgou novidades sobre o seu mais novo headset. O Cloud III S é um modelo aprimorado da versão original, com a promessa de trazer um desempenho sonoro ainda maior e com mais recursos.
O headset HyperX Cloud III S terá uma longa duração de bateria (Imagem: Reprodução/HP)
De acordo com a companhia, o HyperX Cloud III S terá suporte às conexões via 2.4 GHz, Bluetooth e pelo Instant Pair. Porém, o que realmente surpreende é o tempo de uso da bateria: são 120 horas com uso de 2.4 GHz e até 200 horas com o uso via Bluetooth.
Ele também terá um alto fator de personalização, com a HP trazendo o arco com um encaixe magnético. Isso permitirá trocá-lo para versões que serão lançadas pela própria companhia ou até mesmo por modelos criados pela comunidade.
Até o momento, não há informações sobre a sua data de lançamento e o preço dele. É importante notar que tanto o HP OMEN 16 Slim quanto o HyperX Cloud III S também não tem previsão de lançamento no Brasil e nem informações de quanto custarão em nosso mercado.
Você já imaginou desembolsar US$ 750 mil (R$ 4,28 milhões), mesmo preço de um Lamborghini Urus, por uma vaga de estacionamento? Pois bem, é exatamente esse o valor pedido pelo proprietário de uma garagem em Bacon Hill, um dos lugares mais nobres de Boston, nos Estados Unidos.
A vaga que está à venda garantirá ao endinheirado comprador o direito de estacionar seu carro na Brimmer Street Garage, e foi listada pela Cabot & Company, empresa especializada em comercializar imóveis de alto padrão na região.
Em entrevista ao site local Boston.com, Rene Rodriguez, executivo responsável pela agência que listou a vaga, mostrou ter ciência de que o valor é excludente, mas não “ultrajante”.
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“É puro luxo e não é para todos, mas, vejam bem, não são todos que podem fazer compras em joalherias ou viajar em um jatinho particular”, comparou.
O executivo da Cabot & Company revelou que as vagas de estacionamento em Bacon Hill custam caro porque há pouquíssimos espaços para que os carros possam ser acomodados nas ruas da região.
Segundo Rodriguez, a vaga anunciada pelo preço equivalente a de um Lamborghini Urus é a mais cara da história do local, e custa exatamente 100 vezes mais do que o mesmo “spot” valia na década de 1970, época em que chegou a ser comercializada por US$ 7,5 mil (R$ 42,8 mil).
Outros espaços de estacionamento foram vendidos recentemente pelo simbólico preço de US$ 1 (cerca de R$ 6,20), pois, como explicou o executivo, foram transacionados em conjunto com um apartamento, que valia em torno de US$ 560 mil.
Em que você gastaria R$ 4 milhões: um Lamborghini Urus ou uma vaga de estacionamento? (Imagem: Divulgação/Lamborghini)
Vale lembrar, aliás, que além de pagar o valor de um Lamborghini Urus por uma vaga de estacionamento em Boston atualmente, o comprador terá que desembolsar cerca de US$ 900 (R$ 5,5 mil) por mês para custear a manutenção. Em troca, terá serviços como manobrista e lavagens periódicas “de graça”. Será que vale, canaltecher?
As mudanças climáticas atingiram novos recordes em 2024, levantando alertas sobre os impactos irreversíveis que podem durar milhares de anos. No entanto, o novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado na quarta-feira (19) aponta que ainda é possível conter o avanço do aquecimento global e minimizar os danos futuros.
De acordo com o relatório da OMM, 2024 foi o primeiro ano a ultrapassar a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, tornando-se o ano mais quente desde que se iniciaram os registros há 175 anos.
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Os impactos do aquecimento
O relatório alerta que a concentração de dióxido de carbono atingiu os níveis mais altos dos últimos 800.000 anos. Outros pontos de impacto envolvem o derretimento da criosfera, com geleiras recuando rapidamente. O nível do mar continua subindo em ritmo preocupante e o gelo marinho da Antártida atingiu sua segunda menor extensão da história.
Relatório mostra que a Terra “pede socorro”, mas ainda podemos salvar (Imagem: Mikhail Nilov/Pexels)
A combinação desses fatores levou a um agravamento das crises alimentares e a perdas econômicas significativas. No entanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a longo prazo, caso sejam adotadas medidas urgentes.
Ainda podemos salvar a Terra
Apesar dos desafios, o relatório enfatiza que a humanidade tem ferramentas para mitigar os impactos climáticos e evitar um cenário catastrófico. Algumas das soluções incluem:
Investir em energia solar, eólica e hidrelétrica para reduzir a dependência de combustíveis fósseis;
Ampliar a cobertura de monitoramento meteorológico para ajudar comunidades a se prepararem para eventos climáticos extremos; Redução das emissões de gases de efeito estufa;
Preservação das florestas e biomas.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, ressaltou que investimentos em serviços climáticos e meteorológicos são fundamentais para construir comunidades mais resilientes e preparadas para o futuro. “Estamos progredindo, mas precisamos agir mais rápido”, afirmou.
O relatório da OMM deixa um alerta claro: a Terra “pede socorro”, mas ainda temos tempo para reverter esse cenário. Ações coordenadas e decisões políticas assertivas podem garantir um futuro mais seguro e sustentável para as próximas gerações.