Você sabe qual é o plano de negócio da Nintendo? Conheça o Oceano Azul

Como muitos de vocês podem notar, a Nintendo segue um caminho um tanto distinto das demais companhias da indústria gamer. E, mesmo no trajeto único, a companhia consegue se destacar vendendo milhões de consoles e jogos — com alta relevância de mercado e entre o público. A partir disso, muitos se perguntam “como?”. 

O exemplo mais recente de seu sucesso “inesperado” é o Nintendo Switch: ele já estava para trás do PS4 e Xbox One quando foi lançado, em 2017. Com a chegada do PS5 e Xbox Series em 2020, defasado era um apelido carinhoso. Além disso, seus títulos passam longe do realismo, tão querido e adotado pela concorrência.  

Não é de hoje que PlayStation e Xbox são sinônimo de poder gráfico, alto desempenho e tecnologia de ponta, que se transformou em uma verdadeira guerra armamentista entre elas e os fãs. E mesmo nessa realidade, temos o Nintendo Switch entre os três videogames mais vendidos de todo o mundo. Então qual é a jogada? Os jogadores são malucos? As pessoas não ouvem a palavra da caixa verde da Microsoft ou do pseudo-roteador da Sony com clareza? 


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Não se preocupe, questionar isso é comum e completamente compreensível. 

Imagem do Switch 2, PS5 e Xbox Series
O caminho da Nintendo é diferente dos demais (Imagem: Canaltech)

Desde o Wii a Nintendo aposta em hardware relativamente defasado para fazer seus consoles, numa estratégia que não só é muito bem pensada, como também tem nome: estratégia do Oceano Azul.

Hoje vamos explicar o que ela é e como torna os videogames da Big N, mesmo “atrasados”, em um verdadeiro sucesso. 

O que é isso de Oceano Azul?

A estratégia do Oceano Azul é a forma que a Nintendo encontrou de se destacar no mercado disputado que existe entre o PlayStation e o Xbox. Ao usar componentes e tecnologias estabelecidas no mercado (ao contrário das outras, que buscam novas), a empresa surpreende e inova seus consumidores. Basta ver o Nintendo Switch: um tablet para games que se conecta a uma base para transferir a imagem para a TV, um conceito até bobo. Porém, ela foi a primeira a trazê-lo. 

E é justamente isso que a companhia busca: ideias simples, mas que revolucionam a indústria gamer. Ao invés de brigar direto com Sony e Microsoft para ver quem tem mais poder, a Nintendo criou um novo mercado através de inovações. Lembra os controles por movimento do Nintendo Wii? Ou as duas telas do DS? Por mais que outros consoles apresentaram inovações próprias, qual foi tão marcante quanto essas?

A estratégia do Oceano Azul é um sinônimo para um ambiente vasto e inexplorado. Um que não é novidade para ninguém, mas que guarda muitas surpresas. Em comparação, seus rivais navegam no Oceano Vermelho: que traz saturação de mercado, competição acirrada e muitos lutando para se manter no topo dele. Entre um mar cheio de tubarões e outro com peixes coloridos vivendo suas vidas, a Nintendo escolheu onde preferia nadar. 

O conceito por trás de tudo isso não é nada absurdo: videogames se tornaram complexos e menos atrativos para os consumidores. Sabe aquela sensação de “mais do mesmo” que você sente desde a geração PS3 e Xbox 360? Melhoram os gráficos e desempenho, mas a experiência de jogar segue igual a daquela época. Sobra complexidade, falta inovação.

Imagem do controle de Xbox 360
No PS3 e Xbox 360, poucos jogos se apresentavam como mais do que um rostinho bonito (Imagem: Jose Castillo/Unplash)

A visão da companhia japonesa é que o salto tecnológico deixou os jogos menos atraentes para os consumidores. As vendas se mantêm em alta, mas como fica a diversão? Qual foi a última vez que você como jogador sorriu ou se surpreendeu com algum tipo de mecânica que te fez pensar “olha, essa foi uma grande sacada”? Bote isso em paralelo às vezes que já pensou “isso tem tanto filme, nem parece um jogo” para compreender melhor a forma como a Nintendo observa este fenômeno.

Diversão e inovação ficaram para trás, enquanto gráficos de ponta e o desempenho vieram para o destaque. Não é à toa que vemos tantos encantados com visuais, mas cujos games não trazem o mesmo prazer que sentíamos há 15 ou 20 anos. E é justamente o caminho contrário que a Nintendo trabalhou durante este período. 

Nintendo sempre nadou diferente

Apesar de termos falado bastante sobre o Switch até agora, a verdade é que a Nintendo já é veterana nessa história de Oceano Azul. Pelo menos desde os anos 1990 a companhia vem implementando e experimentando a estratégia. Quer um exemplo? Basta ver a febre e maluquice que Pokémon se tornou a partir de 1996, um ano que já tínhamos o PlayStation e Nintendo 64 no mercado. Abaixo está os gráficos daquilo que moveu a paixão de milhões de jogadores quanto já víamos Final Fantasy VII e Resident Evil entre nós:

Imagem de Pokémon Red
Quem lembra que gráficos assim que se tornaram uma febre no fim dos anos 1990? (Imagem: Reprodução/Game Freak)

Quer ver como a companhia já era adepta da prática, antes mesmo do termo Oceano Azul se formar? Confira algumas comprovações históricas de como esse sempre foi o seu “jogo” na indústria gaming:

3. Game Boy

Gráficos e desempenho sempre foram buscados pelas grandes companhias da indústria gaming. Porém, não representavam tudo. O Game Boy foi lançado um mês antes do Mega Drive, permitindo que os jogadores pudessem curtir suas principais experiências em qualquer lugar — sem a necessidade de uma TV. 

Removendo o foco em gráficos, eles conseguiram estruturar o console para dois fins: portabilidade e durabilidade. Se bastava uma queda para seu videogame se despedir deste plano terreno, o Game Boy sobrevivia até às explosões nucleares (e não é exagero). Apesar de Pokémon e Tetris serem seus jogos mais famosos, também vale destaque para Super Mario Land e The Legend of Zelda: Link’s Awakening.

Imagem do Game Boy
O Game Boy pode não ser poderoso, mas se tornou um grande aliado do público (Imagem: MARROS_Team/Pixabay)

2. Nintendo DS

A estratégia do Game Boy foi excelente, mas durou tempo demais. Após a chegada da versão Advance (2001), era a hora de criarem novos conceitos para seu próximo portátil. Assim, nasceu o Nintendo DS em 2004: que usava duas telas, sendo uma delas compatível com o touch screen (antes mesmo dos celulares popularizarem a tecnologia) e inovações para usar ambas em conjunto nos seus títulos.

Essa combinação não se mostrou apenas imbatível, como superou até mesmo o PSP — que trazia gráficos e desempenho melhores, além de jogos de franquias famosas, mas que pecava em inovação — e vários outros consoles de mesa. Não é à toa que, ao lado do Switch, ele faz parte dos três videogames mais vendidos de todos os tempos

Imagem do Nintendo DS
O Nintendo DS é um dos três videogames mais vendidos de todos os tempos (Imagem: Divulgação/Nintendo)

1. Nintendo Wii

Foi neste momento que a companhia decidiu trazer a estratégia Oceano Azul para seus consoles de mesa. O GameCube já não vendia tanto quanto o PS2 e seu poder gráfico estava muito abaixo do que a Microsoft trouxe com o primeiro Xbox. Era o momento de uma abordagem diferente para mantê-los relevantes no mercado e isso se traduziu na forma de um Wii.

Seus inovadores controles por movimento guiaram toda a indústria por alguns anos, trazendo uma nova forma de jogar. Quem frequentou eventos de anime ou de games entre os anos 2000 e 2010 viu títulos como Just Dance, Michael Jackson Experience e outros tomarem um grande espaço entre o público. 

Enquanto a estratégia da Sony e da Microsoft com o PS3 e Xbox 360 era bem clara, com foco no gamer hardcore, a Nintendo estava atrás de reunir a família e os amigos de novo para se divertirem com jogos mais casuais. E nem adianta reclamar, já que era justamente o foco da população no geral — não é para menos que Anrgy Birds e outros jogos mais simples para smartphones fizeram um estrondoso sucesso. 

A intenção deles era reverter um aspecto mais tradicional, transformando o “games são para gamers” em “games são para todos”. Quebrar essa barreira foi imprescindível para reforçar o sucesso de sua estratégia, seja entre os portáteis e consoles de mesa: já que toda uma geração aprendeu a amá-los justamente com um Wii ou o DS em mãos.  

Imagem do Nintendo Wii
O Nintendo Wii foi a primeira tentativa de Oceano Azul nos consoles de mesa (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Da teoria à prática

Isso tudo em teoria é lindo e maravilhoso, mas na prática a Nintendo passa por vários desafios para viabilizar seu caminho através da estratégia do Oceano Azul. A companhia e seus consoles são um sucesso não apenas por isso, mas pela competência em aplicar a tática dentro de um mercado tão competitivo e cheio de nuances.

Um dos fatores que podem ser atribuídos a este sucesso é na geração de valor para suas inovações. Não adianta criar algo sem agregar conteúdo de qualidade para seus recursos. Com o Switch, por exemplo, o consumidor não tem um salto gráfico, mas com certeza notou uma mecânica singular ao usar seus Joy-Con. Isso sem contar o seu conceito híbrido, que adota uma portabilidade para a experiência e permite jogar o que quiser, como quiser e onde quiser.

Em contrapartida, podemos afirmar que a Microsoft fez o mesmo com o Kinect por exemplo? Superando os controles por movimento, a companhia criou uma forma de as pessoas usarem o seu corpo como um catalisador para os recursos de alguns jogos — algo incrível, diga-se de passagem. Porém, a ideia foi abandonada porque não atendia ao mercado de forma competitiva em sua disputa contra o PlayStation. 

Imagem do Kinect
O Kinect foi genial, mas foi abandonado pela busca de disputar espaço contra a concorrência (Imagem: Divulgação/Microsoft)

E a Sony não está tão distante assim de ser excluída das críticas sobre suas inovações. Na geração PS4, vimos o PSVR, seus óculos de realidade virtual que prometiam revolucionar a forma de jogar, trazendo mecânicas imersivas para suas experiências. Não dá para dizer que eles não tentaram manter, tanto que lançaram um segundo para o PS5, mas quantos games marcantes a Sony e os estúdios third-parties trouxeram para valorizar este recurso? Em resumo: pouquíssimos. 

Em busca de componentes cada vez mais potentes e desempenho de ponta, Sony e Microsoft não apenas deixaram a inovação de lado, mas se tornaram a verdadeira antítese do que a Nintendo propôs. Não compreenda mal, essa estratégia não é ruim. Porém, é perceptível que a disputa entre as duas reduz a criatividade e abre um caminho minúsculo para grandes mudanças. 

Voltando à Nintendo e à estratégia do Oceano Azul, sua fórmula de não focar nos gamers tradicionais se mostrou muito efetiva. O trabalho era voltado para atrair o público mais casual e que não consumia jogos eletrônicos com frequência. Esta é uma área de atuação gigantesca, que também abrange aqueles que deixaram de jogar no passado por alguma razão — porém, que sentiam vontade de voltar. 

Somado ao público casual, podemos ver a questão de custo-benefício. Quem deseja dar seus primeiros passos, conhecer melhor algo ou até retornar “aos poucos”, não costuma gastar R$ 3 mil ou R$ 4 mil em um videogame (ou valor equivalente em acessórios). Ao usar componentes eletrônicos que já estão estabelecidos, eles conseguem tecnologia mais barata e trazem preços mais acessíveis para seus consoles — atraindo seu próprio público e os curiosos de plantão.

Imagem do Nintendo Switch
Gaste menos dinheiro, tenha mais diversão (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Mais do que se manter fora de uma disputa, a Nintendo fez questão de buscar alternativas que a mantivessem dentro do mercado. Seja o Switch, Wii, DS ou o que for: poderia não ter o melhor desempenho e gráficos do mercado, mas atraíam o público como ninguém. Sabe aquele ditado de que, às vezes, menos é mais? Ao invés de prometer o mundo e não entregar nada, não prometeram nada e entregaram algo que surpreendeu, divertiu e encantou. 

Nintendo Switch: a obra-prima do Oceano Azul

É impossível falar da estratégia do Oceano Azul sem mostrar o exemplar mais recente do sucesso dela: o Nintendo Switch. O pequeno console portátil lançou em 2017 e teve uma grande escalada graças aos esforços da companhia em ressaltar todos os fatores de sua tática nesta plataforma. 

Primeiro, o seu conceito híbrido trouxe algo impensável na indústria gaming: ou um videogame era um console de mesa ou portátil. Não existia uma “terceira via”. Porém, quando isso surgiu, abriu os horizontes — tanto para o mercado quanto para o público — de forma inimaginável. Como assim, você podia jogar um game na sua TV e tirar ele da base para continuar a aventura deitado na cama ou durante um passeio em outro lugar? Pois é, isso pegou muita gente de surpresa. 

Ainda que a Sony e a Microsoft não tenham tentado replicar isso com o PlayStation e o Xbox, outras já quiseram aproveitar essa oportunidade para obter um pedaço deste conceito de sucesso: aí que vimos o Steam Deck, ASUS ROG Ally, MSI Claw e outros (que são compatíveis com bases para transmitir sua imagem em monitores ou TVs) ganharem força e abrir espaço para um novo mercado: os PCs portáteis. 

Imagem do Steam Deck
Steam Deck e similares correm pelo território que a Nintendo caminhou (Imagem: Divulgação/Valve)

Para não dizer que PlayStation e Xbox ficaram de fora por completo disto, a Sony tentou com o PS Portal atrair este mesmo público — porém, o projeto não agradou tanto assim os donos de PS5. Já a Microsoft está trabalhando em seu próprio projeto, assim como permitiu que a ASUS produzisse um console portátil para testar as águas. 

Outro destaque é o grande foco que a Nintendo dá para os seus jogos first-party. Além de trazê-los de forma constante e com um apelo mais amplo, uma grande parte deles trazia uma alta qualidade em seu conteúdo. Não é para menos que vimos The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, Super Mario Odyssey, Kirby and the Forgotten Land, Pokémon Legends: Arceus, Mario Kart 8 Deluxe e diversos outros conquistarem o sucesso. 

Além dos títulos dos seus estúdios internos, a companhia recebeu o apoio de diversas produtoras e até de desenvolvedores independentes: deste modo, ampliou ainda mais o catálogo e trouxe uma biblioteca diversificada e extensa para os jogadores. Fora do Switch, o público só vê uma plataforma tão completa assim e cheia de sucessos no Steam e olhe lá. 

Note que ela faz tudo isso sem ter de bater de frente com o PS5 e Xbox Series, caminhando de forma diferenciada para abrir uma coexistência no mercado. Não é raro ver que há pessoas com um PS5 e um Switch em casa, ou um Xbox e o console híbrido da Big N. Ele não está ali como um rival, mas para atingir uma parcela do mercado que ambos não estão atendendo. Seu foco é complementar, não disputar. 

Imagem do Switch
O Nintendo Switch se encaixa muito bem no mercado atual (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Ainda que o Nintendo Wii não tenha se tornado um dos consoles mais vendidos de todos os tempos (quem citar o Wii U estará sujeito a ofensas), com o DS e o Switch a companhia conquistou o mercado como poucos. Ambos ultrapassaram a marca de 150 milhões de unidades vendidas, com seus jogos e recursos sendo os principais holofotes até os dias atuais.

Hoje temos os Joy-Con, controles destacáveis que se tornaram parte da imagem que a Big N moldou junto ao público nos últimos anos, como o primeiro integrante a ser reforçado em duas gerações de consoles. O modelo de console híbrido também foi replicado no Switch 2, mostrando como a estratégia do Oceano Azul funcionou de forma majestosa em sua última geração. 

O Oceano é fundo e a Nintendo sabe

Nesta tática do Oceano Azul, vale levar em consideração que nem tudo é uma vitória garantida e a Nintendo sabe que pode ser levada ao fundo do mar se caminhar errado. Ainda que seja um método que funciona, ele não está livre de críticas e desafios ao longo de seu percurso.

Basta ver que o mesmo Nintendo Switch, aclamado e que continua vendendo milhões de unidades ao redor do mundo, possui diversas reclamações: seja pelos seus componentes defasados, controles que sofrem com o problema de drift e jogos com um desempenho de centavos. 

Imagem dos Joy-Con
Os direcionais do Joy-Con são mundialmente conhecidos pelo problema com drift (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Os jogadores hardcore podem não ser o foco da Big N, mas é muito complicado observar como o seu console híbrido chora para rodar jogos que nem são tão exigentes assim, enquanto plataformas como o PS5 e o Xbox Series (que têm seus próprios desafios, é sempre bom lembrar) executariam uma boa performance dos mesmos em um piscar de olhos. 

O mesmo vale para o seu serviço online, que segue muito atrás da concorrência em todos os sentidos. Jogos multiplayer que trabalham em queda constante de servidores, loja digital executada em lentidão ímpar (não digo apenas no Switch, quem teve Wii U e 3DS sabe que isso não é “de hoje”), atualização do catálogo de seus serviços ocorrendo em momentos raros e entre vários outros. 

A estratégia do Oceano Azul também oferece riscos, basta ver o Wii U: uma das maiores falhas da companhia. Seu lançamento obrigou a Nintendo a reavaliar todas as suas questões, enquanto todo o mercado e a comunidade faziam um nariz torto. Com o console, a companhia trouxe um conceito diferente demais e de difícil compreensão para os jogadores casuais e isso resultou em várias críticas, assim como um número baixo demais de vendas.

Esse conceito, inclusive, afastava os estúdios third-party: afinal de contas, que produtora ia perder seu tempo para portar experiências que funcionavam em apenas uma tela (como visto no PS3, Xbox 360, PS4 e Xbox One) para duas no Wii U? Sem retorno financeiro, diga-se de passagem, já que era de conhecimento geral de que as vendas estavam indo de mal a pior. As ideias para o Switch já estavam ali, mas não da forma correta — o que frustrou executivos e o público. 

Imagem do Wii U
O Wii U é quase um Nintendo Switch, faltou tempo e criatividade só (Imagem: Divulgação/Nintendo)

A Nintendo também fica refém de suas grandes franquias. Mesmo que a estratégia do Oceano Azul tenha dado mais certo que errado, é uma aposta. E nem todos estão dispostos a jogar suas fichas no primeiro momento. Isso significa que a Big N tem de se movimentar “sozinha” para se garantir no primeiro momento e ao longo dos anos, ou seja, investir nas suas propriedades intelectuais para atrair público e atenção dos estúdios.

Não é à toa que o Wii chegou ao mercado ao lado de The Legend of Zelda: Twilight Princess e Wii Sports. O Switch teve ao seu lado a mesma tática — The Legend of Zelda: Breath of the Wild e 1-2 Switch (que nem raspou no sucesso de Wii Sports). Porém, isso vale para todo o período de vida de seus consoles: grandes títulos exclusivos têm de ser vistos com frequência para manter a relevância da marca no mercado.  

Nintendo segue seu próprio caminho

A estratégia do Oceano Azul é a forma que a Nintendo encontrou de se diferenciar das demais e manter sua prosperidade. Como vimos, ela exige tomar alguns riscos, que podem significar um grande sucesso ou uma falha épica (desculpe, Wii U). 

Imagem do Switch 2
Como a Nintendo usará a estratégia do Oceano Azul com o Switch 2? (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Vale notar que, para adotá-la, exige uma grande coragem. É importante saber os pontos que podemos criticar ou elogiar a Nintendo, mas nenhuma se iguala à ela nesta questão. Quer um exemplo? A SEGA, que simplesmente abriu mão da “guerra de consoles” e decidiu se tornar uma produtora — caminho que se mantém até hoje, diga-se de passagem. 

Não que a Nintendo despreze gráficos e alto desempenho em seus consoles, mas ela segue um caminho diferente do visto da Sony e da Microsoft. Seu foco principal é atrair o público através de fatores como a diversão e inovação na hora que mais importa: na de jogar. Assim, atinge não apenas os fãs, mas como um público diverso e que manterá a chama da marca e de suas principais franquias acesa. 

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10 melhores jogos do PlayStation 4

O PS4 marcou toda uma geração, com excelentes jogos e experiências que ficarão marcadas na mente de muitos por toda uma vida. Ele não é apenas um dos consoles mais bem-sucedidos da Sony, mas uma parte da história de muitos jogadores que se aventuraram com diversos títulos dentro da plataforma.

Em homenagem a toda essa história que o console carrega até os dias atuais, nós do Canaltech trazemos esta lista com os 10 melhores jogos da plataforma. Claro, não vamos fazer isso de forma aleatória: será baseada nas notas obtidas pelos games dentro de agregadores como o Metacritic.

Será que o seu jogo favorito está no top 10 do ranking? Confira quais são as principais experiências que pode encontrar no PS4, caso ainda queira explorar o seu ou esteja curioso para jogá-los através do recurso de retrocompatibilidade do PS5.


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10 melhores jogos do PS4

Confira quais são os 10 melhores jogos de toda a história do PS4, desde seu lançamento em 2013 até os dias atuais:

10. Bloodborne

Bloodborne não é apenas um dos melhores jogos do PS4, mas um dos projetos mais primorosos da FromSoftware nesta última década. Claro que eles se superaram com Sekiro: Shadows Die Twice e Elden Ring, mas todos os fãs se lembram como o lançamento de 2015 empolgou e tem uma base bem fiel até hoje.

O soulslike deixou tanta saudade que não é difícil ver nas redes sociais falarem dele, assim como a grande torcida para que uma versão remasterizada seja lançada no PS5 e nos computadores: com gráficos que façam jus à grandiosa experiência. 

Nota no Metacritic: 92

 

9. Journey

Um dos principais jogos independentes que chegaram nos consoles PlayStation, Journey migrou do PS3 para o PS4 conquistando uma legião inteira de jogadores e encantando mais pessoas. Com gráficos simples e uma história direta e cativante, é impossível falar do game sem lembrar como ele comoveu todos que o jogaram.

Este foi um dos primeiros grandes projetos da Sony em relação aos títulos indies, que garantiu um grande investimento da fabricante em diversos outros projetos ao longo da década. Se vemos uma atenção maior dela, da Nintendo e outros em relação ao cenário, é graças aos esforços que foram realizados para trazer este aos holofotes.

Nota no Metacritic: 92

 

8. Uncharted 4: A Thief’s End

O último passo de Nathan Drake no PS4 foi em Uncharted 4: A Thief’s End, uma jornada que não apenas queria demonstrar a experiência e o potencial da Naughty Dog, mas também trazer um aprimoramento de tudo que os jogadores viram na trilogia que lançou no PlayStation 3.

Na aventura, Nathan descobre que seu irmão continua vivo e os dois vão atrás de um tesouro. Porém, claro que essa jornada não será só sombra e água fresca, já que mais ladrões estão buscando a mesma recompensa e se tornarão uma ameaça: talvez a maior da carreira do aventureiro.

Nota no Metacritic: 93

 

7. Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

O último trabalho completo de Hideo Kojima na Konami, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain foi o ápice da franquia no PS4 e mostrou que, mesmo contra as fortes críticas, tinha em mãos uma experiência que se tornaria atemporal. Tão grande que a produtora, após o seu lançamento e a saída do diretor, não conseguiu trazer sequências em mais de 10 anos.

Trazendo diversas novidades para os jogadores, como a possibilidade de montar bases, recrutar aliados e enfrentar seus oponentes das mais diversas formas possíveis, Kojima atingiu o status de “criador de obras-primas” antes mesmo de trazer outros grandes sucessos para a plataforma: como é o caso de Death Stranding.

Nota no Metacritic: 93

 

6. The Last of Us Part 2

O segundo capítulo da história de Ellie e Joel não foi apenas o Melhor Jogo do Ano em 2020 (segundo a The Game Awards), mas também o ápice que podiam atingir em gráficos, desempenho e narrativa no PS4. Nele a Naughty Dog investiu seu tempo e equipe para trazer um projeto que levasse os personagens a outro patamar ao fim da narrativa: algo que alcançaram, mesmo contra as críticas do público.

É importante mencionar que The Last of Us Part 2 não foi apenas um grande lançamento, mas o “último” desta magnitude a ser lançado no PS4. Todos os demais foram direcionados para o PS5, seja como exclusivos ou lançamentos multi-geracionais.  Ele teve um grande peso na época e seu lugar no ranking entre os melhores games não é injusto.

Nota no Metacritic: 93

 

5. God of War

A franquia God of War encerrou sua trilogia ainda no PS3, mas para a surpresa de todos, as aventuras de Kratos não encerraram por ali. A Santa Monica Studio surpreendeu ao mostrar o espartano dentro de terras nórdicas, ao lado de seu filho Atreus, com a simples missão de jogar as cinzas de sua esposa do ponto mais alto de Midgard.

Porém, muito mudou de sua antiga aventura para as mais recentes: de um hack and slash, agora vimos uma jornada mais madura em que o combate continua importante, mas também exige estratégia, saber como usar seus equipamentos e o ambiente ao redor para vencer seus adversários. A mudança de tom e de gênero levaram o jogo de 2018 à glória e a vencer o prêmio de Jogo do Ano na The Game Awards. 

Nota no Metacritic: 94

 

4. The Last of Us Remastered

O primeiro The Last of Us foi um grande marco de sucesso da Naughty Dog no PlayStation 3, chegando também ao PS4 de forma remasterizada. E apesar de continuar o mesmo game (com algumas melhorias gráficas e de desempenho), ele alcançou uma popularidade gigantesca e conquistou milhares de novos fãs.

O lançamento foi tão grande que reforçou o status da franquia dentro da cultura geek, a ponto de vários estúdios proporem produções baseadas na história de Joel e Ellie. O resultado podemos ver hoje, uma série em live-action de grande sucesso na HBO, uma sequência e a insistência da Sony em remasterizar a experiência para cada novo console lançado. 

Nota no Metacritic: 95

 

3. Persona 5 Royal

A Atlus atingiu o seu ápice com Persona 5 Royal, um dos melhores e mais bem-produzidos RPGs de turnos do PS4. Na aventura o público acompanha a jornada dos Phantom Thieves, que desejam sobreviver ao mundo cruel e cheio de intenções maléficas. Para isso, eles entram no subconsciente de pessoas maldosas, a fim de “roubar seu coração” e fazê-las mudar de índole.

Extremamente dinãmico, com diversos monstros para enfrentar e transformá-los em aliados, mapas cheios de detalhes, chefões que marcaram os fãs e uma história extremamente forte, Persona 5 Royal se tornou não apenas um dos maiores títulos da Atlus, mas do PS4 e de todas as plataformas que lançou posteriormente. 

Nota no Metacritic: 95

 

2. GTA 5

Chegamos na “área reservada da Rockstar”, começando com GTA 5. Ele dispensa apresentações, já que se tornou um dos games mais vendidos de todos os tempos e possui uma reputação grandiosa na indústria gaming. Porém, seu lançamento original ocorreu ainda no PS3 e Xbox 360 em 2013 e só no ano seguinte que recebeu uma versão para o PS4.

Uma das principais diferenças, além de gráficos melhores para a nova geração, era a tão esperada funcionalidade que muda a câmera para permitir que se torne em 1ª pessoa. Desta forma, ele fica similar aos demais jogos de tiro, o que ajudou muita gente a ter uma imersão maior dentro da experiência e alavancar ele como um dos maiores games de todos os tempos.

Nota no Metacritic: 97

 

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1. Red Dead Redemption 2

E claro que Red Dead Redemption 2 viria logo a seguir, se tornando um dos maiores lançamentos da Rockstar para o PS4 e Xbox One. Levando os jogadores de volta ao Velho-Oeste, o game não apenas traz tudo o que GTA 5 tinha de melhor, como adiciona camadas ainda mais profundas de história e de construção de mundo.

O game é, de longe, uma das aventuras mais incríveis da geração e se tornou um daqueles títulos que catalogamos como “obrigatórios” para todos os gamers e curiosos que tem o console em suas mãos. Seja na contemplação de seu mundo aberto, nas tramas absurdas ou dentro de inúmeros conflitos, Red Dead Redemption 2 é marcante e basta jogá-lo para compreender a magnitude que o game carrega. 

Nota no Metacritic: 97

 

Há muitos outros melhores no PS4

Como a lista pode ter apenas 10 jogos, há diversos outros jogos que também mereciam estar entre os melhores do PS4 que ficaram de fora deste ranking. 

É impossível falar dos títulos que mais se deram bem na plataforma sem sequer mencionar aventuras como The Witcher III: The Wild Hunt, Hades, Horizon Zero Dawn, Marvel’s Spider-Man, Final Fantasy VII Remake, Resident Evil 2, Ghost of Tsushima e diversos outros.

Apesar deles ficarem de fora, nunca serão esquecidos. Já entre os 10 melhores do PS4 desta lista, temos:

  1. Red Dead Redemption 2
  2. GTA 5
  3. Persona 5 Royal
  4. The Last of Us Remastered
  5. God of War
  6. The Last of Us Part 2
  7. Metal Gear Solid V: The Phantom Pain
  8. Uncharted 4: A Thief’s End
  9. Journey
  10. Bloodborne

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8 filmes sobre os dias que mais marcaram a história dos EUA

Filmes que contam a história dos Estados Unidos podem ser facilmente encontrados nas plataformas de streaming. Os títulos exploram momentos marcantes vividos pelo país, desde a luta pela independência e o período da Guerra Civil Americana, passando pela participação na Segunda Guerra Mundial, até eventos mais recentes, como os atentados de 11 de setembro

Filmes para entender a história dos Estados Unidos

A seguir, o Canaltech reuniu oito recomendações de filmes e séries para entender melhor a história do país. Veja mais detalhes sobre as seguintes obras e onde assisti-las:

  • O Resgate do Soldado Ryan 
  • Gangues de Nova York 
  • 12 Anos de Escravidão 
  • Malcolm X 
  • Todos os Homens do Presidente 
  • O Patriota
  • As Torres Gêmeas
  • Forrest Gump

O Resgate do Soldado Ryan 

 

O Resgate do Soldado Ryan narra a história de um grupo de homens que é escalado pelo capitão John Miller (Tom Hanks) para salvar o soldado James Ryan (Matt Damon) e enviá-lo de volta para a casa, após ele ter perdido três irmãos em combate. O filme é ambientado durante a invasão da Normandia no período da Segunda Guerra Mundial.


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O título foi premiado com cinco Oscars no total, e é classificado com nota 8,6 de 10 no IMDb, onde recebeu a avaliação de mais de 1,6 milhões de usuários. O filme está disponível no streaming pelo Mercado Play de maneira gratuita, e também pode ser alugado pelo Prime Video e Apple TV.

Gangues de Nova York 

 

Gangues de Nova York é ambientada no bairro de Five Points, na cidade de Nova York, nos anos 1860 – período em que a Guerra Civil Americana divide o país. O filme narra a história do jovem Amsterdam (Leonardo DiCaprio), que quer vingar a morte de seu pai (Liam Neeson), assassinado por Bill “The Butcher” Cutting (Daniel Day-Lewis), chefe de uma das maiores gangues do local. 

Amsterdam, no entanto, acaba se aproximando de Bill e se torna o seu braço direito. Gangues de Nova York é dirigido pelo renomado Martin Scorsese, e é avaliado com nota 7,5 de 10 no IMDb. O título está disponível sob demanda pela ClaroTV+.

12 Anos de Escravidão 

 

12 Anos de Escravidão conta a história de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre que aceita uma proposta de emprego para trabalhar em outra cidade, acaba sequestrado e é vendido como escravo. O filme retrata os 12 anos em que Solomon viveu como escravo, sendo forçado a trabalhar em plantações no estado da Louisiana enquanto lutava por sua sobrevivência e liberdade.

O título, de 2013, é baseado em uma história real. Ele é avaliado com nota 8,1 de 10 pelo IMDb, e está disponível no streaming através de plataformas como Prime Video e Telecine. O título venceu três Oscars, incluindo a estatueta de melhor filme.

Malcolm X 

 

O drama biográfico narra a história de vida de Malcolm X (Denzel Washington), de sua infância até a vida adulta, quando se tornou ativista pelos direitos humanos e defensor do nacionalismo negro nos Estados Unidos. Malcolm X teve o pai assassinado pela Klu Klux Klan e a mãe internada por insanidade. 

Ainda jovem, foi preso e, na prisão, descobriu e se converteu ao islamismo. Ao longo do filme, momentos importantes da vida do líder nacionalista são dramatizados, até o seu assassinato, em 1965. O título, que é dirigido pelo premiado Spike Lee, está disponível no Prime Video e é avaliado com nota 7,7 de 10 no IMDb. 

Todos os Homens do Presidente 

 

Outro título baseado em uma história real, Todos os Homens do Presidente narra a história de dois jornalistas do Washington Post que investigam o escândalo de Watergate e descobrem uma rede de espionagem e lavagem de dinheiro que culmina na renúncia do então presidente Richard Nixon. 

O filme, de 1976, está disponível na plataforma de streaming Looke, que pode ser assinada através do Prime Video. O título, que é baseado no livro de mesmo nome, escrito por Bob Woodward e Carl Bernstein, jornalistas que investigaram o caso, conquistou quatro estatuetas do Oscar, incluindo de melhor roteiro adaptado. Ele é avaliado com nota 7,9 de 10.

O Patriota

 

O Patriota narra a história de Benjamin Martin (Mel Gibson), um pai viúvo e veterano de guerra que renuncia à luta para viver com sua família. Ele, no entanto, se vê envolvido na Guerra da Independência dos Estados Unidos após ver seu filho ser morto por um oficial britânico. 

Avaliado com nota 7,2 de 10 pelo IMDb, o título, lançado em 2000, está disponível no Prime Video e no Max, e pode ser alugado no YouTube por preços a partir de R$ 3,90.

As Torres Gêmeas

 

O filme As Torres Gêmeas é inspirado na história real dos policiais John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Peña) que, no dia 11 de setembro de 2001, durante o ataque às Torres Gêmeas, socorreram diversas vítimas do atentado. Os dois chegaram ao World Trade Center logo após a primeira colisão, e acabaram ficando presos aos escombros após o segundo ataque às torres. 

O filme, de 2006, é avaliado com nota 6,0 de 10 no IMDb. Ele está disponível no streaming gratuitamente pelo Mercado Play, mas também pode ser alugado através do Prime Video e Apple TV por preços a partir de R$ 11,90.

Forrest Gump

 

Forrest Gump é um verdadeiro clássico do cinema. O filme narra a história de Forrest (Tom Hanks), um homem que tem QI abaixo da média e que, durante sua vida, presenciou a história sendo escrita em diversos momentos. Ao longo do filme, Forrest tem encontros inesperados com figuras importantes da história norte-americana, como o cantor Elvis Presley, o ex-presidente John F. Kennedy e a estudante Vivian Malone Jones. 

Forrest Gump está disponível no streaming gratuitamente pelo Mercado Play, e também pode ser visto em cartaz no Telecine. O título foi premiado com seis estatuetas do Oscar, incluindo de melhor filme, e é avaliado com nota 8,8 de 10 no IMDb. 

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5 curiosidades e mistérios sobre a Ilha de Páscoa e suas estátuas

Território especial do Chile e única província do país com um só município, a Ilha de Páscoa é famosa por seus icônicos moais, as estátuas polinésias construídas pelo povo rapanui. A milhares de quilômetros de qualquer outra cidade habitada no mundo, o local é um dos mais isolados do planeta.

Chamada de Rapa Nui (“Grande Rapa”) ou Te Pito o te Henua (que significa “Umbigo do Mundo”) pelos nativos, a Ilha de Páscoa possui muitas curiosidades para além dos moai e de seu isolamento. Nesta matéria, selecionamos cinco delas para destrinchar, mostrando um pouco da história única do território chileno.

Uma das ilhas mais isoladas do mundo

Apesar de ser um território do Chile, a ilha fica bastante distante do continente sulamericano — e, na verdade, de qualquer outra terra habitada. A mais próxima delas é a Ilha Pitcairn, a 2.075 km, com apenas 50 habitantes. O ponto continental mais próximo, na região central chilena, fica a 3.512 km.


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A Ilha de Páscoa vista por satélite, em 2019 (Imagem: European Space Agency/CC-BY-3.0)
A Ilha de Páscoa vista por satélite, em 2019 (Imagem: European Space Agency/CC-BY-3.0)

O Aeroporto Internacional de Mataveri (ou Aeroporto da Ilha de Páscoa), é considerado o mais remoto do mundo, operando voos até a capital chilena, Santiago, a 3.759 km de distância. São cerca de 4h30min até a ilha.

A colonização polinésia

O povo considerado nativo da Ilha de Páscoa é o polinésio, cuja chegada é de difícil definição. A estimativa mais recente, feita com datação por radiocarbono, chegou à data de 1200 d.C. Considerados os polinésios mais ao sudeste do mundo, acredita-se que os colonizadores da região chegaram em canoas ou catamarãs saindo das Ilhas Gambier, em Mangareva, a 2.600 km, ou das Ilhas Marquesas, a 3.200 km.

O nome Rapa Nui foi cunhado após eventos de 1860, quando populações da ilha foram escravizadas — foi então que os nativos conheceram a polinésia francesa e notaram a semelhança da Ilha de Páscoa com Rapa, nas Ilhas de Bass.

Em 1999, foram reconstruídos barcos polinésios antigos e a viagem com instrumentos de época foi feita, saindo de Mangareva e indo até a Ilha de Páscoa, como forma de provar a possibilidade da jornada — o trajeto levou 17 dias e meio (Imagem: Phil Uhl/CC-BY-S.A-3.0)
Em 1999, foram reconstruídos barcos polinésios antigos e a viagem com instrumentos de época foi feita, saindo de Mangareva e indo até a Ilha de Páscoa, como forma de provar a possibilidade da jornada — o trajeto levou 17 dias e meio (Imagem: Phil Uhl/CC-BY-S.A-3.0)

Origem do nome e a Páscoa

Na língua nativa, Rapa passou a se chamar Rapa Iti, “pequena rapa”, e a Ilha de Páscoa, Rapa Nui, “grande Rapa”. O nome em português e no espanhol oficial (Isla de Pascua) vem do navegador holandês Jacob Roggeveen, que chegou à ilha em 5 de abril de 1722, um domingo de Páscoa, nomeando o local em homenagem à data. O Chile só anexou a ilha em 1888.

Um alfabeto misterioso

Um dos aspectos mais misteriosos de Rapa Nui é seu sistema de escrita, chamado rongorongo. Descoberto pelos europeus pelo missionário francês Eugène Eyraud em 1864, seu significado segue desconhecido — à época de Eyraud, alguns nativos diziam entender a escrita, mas a tradição dizia que só os governantes e sacerdotes poderiam lê-la. Nenhum deles, no entanto, sobreviveu à escravização e às epidemias que assolaram a população nativa.

Recriação do alfabeto de uma das tabuletas encontradas na Ilha de Páscoa, contendo o alfabeto rongorongo (Imagem: Ferrara et al./Scientific Reports/INSCRIBE 3D)
Recriação do alfabeto de uma das tabuletas encontradas na Ilha de Páscoa, contendo o alfabeto rongorongo (Imagem: Ferrara et al./Scientific Reports/INSCRIBE 3D)

Há apenas duas dezenas de exemplares de textos, parecidos com alguns petroglifos da ilha. Em 2014, um estudo descobriu que o rongorongo foi criado antes do contato com os europeus, com evidências da escrita pelo menos 200 antes de sua chegada.

Moai, as estátuas da Ilha de Páscoa

Aspecto mais famoso da ilha, os moai, grandes bustos de pedra, foram criados entre 1100 e 1680 d.C. Há evidências de que, após escavar as intrigantes construções na pedra, os nativos usaram cordas para fazer os moai balançarem, de pé, até seu destino final. Isso está de acordo com as tradições orais dos rapanui, onde é dito que as estátuas “andaram” até o local.

Há cerca de 50 moai de pé na Ilha de Páscoa atualmente, reerguidos em um esforço moderno de recriar sua aparência antiga (Imagem: Unsplash/Emerson Moretto)
Há cerca de 50 moai de pé na Ilha de Páscoa atualmente, reerguidos em um esforço moderno de recriar sua aparência antiga (Imagem: Unsplash/Emerson Moretto)

A maioria dos pesquisadores da cultura rapanui acredita que os moai foram criados para honrar ancestrais e líderes antigos, mas a falta de registros escritos e tradição oral limitada torna difícil ter certeza. Relatos dos séculos XVIII e XIX dizem que grupos rivais derrubavam e tentavam quebrar moai como forma de destruir a mana — energia — dos ancestrais inimigos, garantindo sua hegemonia na ilha.

Cerca de 50 moai foram reerguidos em tempos modernos, preservando sua antiga aparência.

A Cerimônia do Homem-Pássaro

Um dos aspectos culturais mais interessantes dos rapanui foi, segundo a tradição oral, o Culto do Homem-Pássaro. Após o crescimento populacional dos polinésios depois da colonização, o culto aos ancestrais mudou, com o conceito de mana dos líderes hereditários passando para o homem-pássaro em cerca de 1540.

A ilha de Moto Nui, onde era realizada a Cerimônia do Homem Pássaro — guerreiros rapanui nadavam até o local e voltavam escalando falésias (Imagem: kallerna/CC-BY-SA-4.0)
A ilha de Moto Nui, onde era realizada a Cerimônia do Homem Pássaro — guerreiros rapanui nadavam até o local e voltavam escalando falésias (Imagem: kallerna/CC-BY-SA-4.0)

O homem-pássaro seria o avatar pelo qual o poder ancestral seria canalizado, através do deus Makemake. A escolha do homem-pássaro era feita através de uma competição, onde guerreiros nadavam até a ilha de Moto Nui, a cerca de 1,6 km, para coletar o primeiro ovo de gaivina-de-dorso-preto da estação. Na volta, o competidor devia subir pelas falésias e apresentar o ovo para um grupo de juízes, que lhe concediam poder sobre a ilha durante um ano. O último evento do tipo ocorreu em 1888.

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8 melhores realidades alternativas de Batman entre 2020 a 2025

A DC Comics já trouxe diversas realidades alternativas para o Batman e os demais super-heróis, expandindo a forma como os enxergamos através de eventos diferentes do que ocorrem na Terra-1. Afinal de contas, como seria Bruce Wayne se tivesse uma outra origem ou seus vilões fizessem coisas diferentes?

Celebrando essas histórias, nós do Canaltech reunimos algumas das melhores histórias do Homem-Morcego em universos longe da cronologia principal da editora. Elas ajudam a compreender como a sua natureza (e dos seus principais oponentes) atuaria sob condições adversas ou extremas.

Seja através do selo Elseworlds, a realidade Absolute e até mesmo o universo das animações e live-action, a DC Comics explorou o Batman de diversas formas do ano de 2020 até agora. Se seu cinto de utilidades e o batmóvel já estiverem prontos, nos acompanhe para essa jornada multidimensional:


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8. O Cavaleiro Branco

Ainda que Batman: O Cavaleiro Branco tenha sido lançado em 2019, vimos já duas sequências que expandem ainda mais a história dos personagens que conhecemos e amamos dentro desta realidade alternativa. Nela há um grande debate se o encapuzado, na verdade, causa mais mal aos cidadãos do que ajuda. 

Já em A Maldição do Cavaleiro Branco (2019-2020), a história segue com o domínio de Coringa sobre Azrael, o que leva o super-herói ao seu limite ao reverter certos eventos que ocorreram em Queda do Morcego (1993). Já Além do Cavaleiro Branco (2022) se passa 12 anos depois, com Bruce Wayne vivendo em uma Gotham moderna e mais próxima ao que conhecemos em Batman do Futuro (1999). 

Imagem de Batman
Além do Cavaleiro Branco mostra o Batman do Futuro (Imagem: Reprodução/DC Comics)

7. O Primeiro Cavaleiro

Em Bat-Man: First Knight (2024), acompanhamos o vigilante através da Segunda Guerra Mundial. Enquanto a cidade de Gotham está sofrendo com os conflitos globais, assim como com o crime e a violência urbana, Bruce Wayne volta às suas origens para se aliar ao Comissário Gordon e investigar juntos uma série de assassinatos.

Com um clima noir, a intenção é trazer de volta as histórias de Bruce Wayne mais “pés no chão”, sem estar envolvido com qualquer tipo de superpoderes ou elementos místicos e alienígenas. Com apenas três volumes, Dan Jurgens e Mike Perkins buscam resgatar, através dela, a sensação de ler as primeiras HQs do Batman.

Imagem de Batman
O Bat-Man resgata as histórias clássicas do super-herói (Imagem: Reprodução/DC Comics)

6. O Cruzado Encapuzado

Falando em clima noir, a animação Batman: O Cruzado Encapuzado (2024) traz uma verdadeira trama de tensão e violência através dos seus episódios. Servindo como um “sucessor espiritual” de Batman: A Série Animada (1992), aqui vemos o personagem ambientado em uma Gotham mais antiga e sem qualquer resquício de tecnologias recentes.

Muito da narrativa mostra um “vilão do episódio”, mas há toda uma construção por trás dos episódios que envolve a história de Bruce Wayne e de todas as pessoas que se envolveu durante os capítulos. Nela conhecemos uma nova interpretação de icônicos vilões como o Duas-Caras, Mulher-Gato e Arlequina. 

 

5. Liga da Yakuza

Pulando dos “pés no chão” para uma verdadeira loucura, temos a animação de Batman Ninja vs. Yakuza League (2025) – que dá sequência aos eventos vistos em Batman Ninja (2018). Nele uma realidade alternativa se abre e envia o Homem-Morcego para uma versão oriental do Universo DC: com a Liga da Yakuza dominando todo o território de Hinomoto.

Sem entrar nos méritos da trama e das maluquices que verá nela, é muito interessante ver versões orientais de super-heróis como a Mulher-Maravilha, Aquaman e Flash sendo confrontados e mostrando a verdade por trás de seus ideais. Sua história pode não ser das melhores, mas a realidade alternativa tem um potencial e tanto.

 

4. Cidade da Loucura

Em Batman: City of Madness (2023) temos uma verdadeira história de terror cósmico. Explorando a mitologia da Corte das Corujas e do Asilo Arkham, vemos uma porta que o grupo de vilões guardava sendo aberta e liberando um mal ancestral e repleto de planos malignos para a cidade de Gotham.

Nessa realidade alternativa, o Batman tem de encarar uma versão sombria de si mesmo, assim como horrores e criaturas que poderiam ter saído diretamente dos livros de H.P. Lovecraft. Para atrair ainda mais o público para dentro desta narrativa sobrenatural, a HQ usa cores e iluminação para fazer os leitores sentirem o terror por trás deste inimigo.

Imagem de Batman
Há versões do Batman em todos os gêneros de história (Imagem: Reprodução/DC Comics)

3. A Era de Krypton

Falando no sobrenatural, também temos Gotham by Gaslight – The Kryptonian Age (2024) mostrando como a queda de um meteoro abriu espaço para inexplicáveis eventos que estão acontecendo entre os cidadãos. Ou seja, além dos insanos inimigos, Batman terá de encarar uma realidade alternativa onde a cidade está tomada por super-seres. 

O arco é uma sequência direta de Gotham by Gaslight (1989), que mostra como Bruce Wayne agiria se a cidade ainda estivesse no Século XIX — entre 1801 e 1900. Se a original apresenta todo o conceito que o público se apaixonou, a versão mais recente expande ainda mais este universo com a presença de outros super-heróis conhecidos. 

Imagem de Batman
Na trama, o Batman precisa ver o nascimento dos super-seres em 1889 (Imagem: Reprodução/DC Comics)

2. A Dupla Mortal

Nesta lista já vimos diversas realidades alternativas, mas essa pode ter o conceito mais esquisito de todos: nela vemos Batman e Coringa trabalhando juntos (???). Calma, vamos explicar: o desaparecimento da Arlequina força o vilão a pedir ajuda ao Homem-Morcego, enquanto a idade é tomada por monstros que têm a aparência da “donzela”. 

Batman & The Joker: The Deadly Duo (2023) possui grandes sequências de ação e mostra como os dois icônicos personagens se comportam quando não estão se enfrentando diretamente. Se isso não é o suficiente para te convencer — o que duvido, sendo muito honesto — toda a HQ tem um tom de terror e tensão que mantém os leitores presos até descobrirem a verdade sobre o que ocorreu. 

Imagem de Batman
Uma realidade onde o Batman e o Coringa se unem? Que loucura (Imagem: Reprodução/DC Comics)

1. Absolute Batman

Na iniciativa Absolute, a DC Comics traz Absolute Batman (2024) virando a vida do super-herói de cabeça para baixo. Nesta realidade alternativa, ele não é rico e apenas seu pai foi assassinado (sua mãe, Martha Wayne, continua viva). Ela reverte diversos papéis na trajetória do super-herói, mostrando o que aconteceria se o jovem Bruce tivesse sido criado nas ruas — ao invés de viajando o mundo para treinar.

Isso gera alguns elementos bem interessantes, como a presença de Alfred como um vilão do vigilante. Se isso não soa diferente o bastante, as pessoas por trás do Pinguim, Duas-Caras, Charada e Crocodilo na Terra-1 são amigos de infância de Bruce nessa trama. Ainda em andamento, ela é uma história indispensável para os fãs do personagem.

Imagem do Absolute Batman
Absolute Batman já é uma das melhores histórias do Homem-Morcego (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Batman de realidades alternativas

Vale lembrar que estamos apenas na metade da década, então o Batman pode ser apresentado em uma série de outras realidades alternativas nos próximos anos. A DC Comics possui roteiristas com uma grande capacidade criativa, que podem tirar um “coelho da cartola” com algum elemento clássico para transformá-lo em algo único.

Entre as principais realidades alternativas do Batman entre 2020 e 2025, temos:

  1. Absolute Batman
  2. A Dupla Mortal
  3. A Era de Krypton
  4. Cidade da Loucura
  5. Liga da Yakuza
  6. O Cruzado Encapuzado
  7. O Primeiro Cavaleiro
  8. O Cavaleiro Branco

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