5 práticas para a transformação de IA de uma empresa, segundo o Google

Tecnologia

Um novo relatório global do Google Workspace, realizado em parceria com a agência Hypothesis Group, revelou que apenas 3% das organizações são consideradas “altamente transformadas” pela inteligência artificial (IA).

O estudo “Beyond AI Optimism” (Além do Otimismo com a IA, em inglês) aponta para um descompasso significativo entre a empolgação dos executivos e a realidade dos funcionários. 

Enquanto a liderança enxerga a IA como uma prioridade estratégica já consolidada, os trabalhadores muitas vezes carecem de treinamento efetivo e diretrizes claras.


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O levantamento do Google ouviu mais de 2.500 líderes e trabalhadores do conhecimento em seis países, incluindo o Brasil, entre julho e agosto de 2025, e a Big Tech detalhou algumas práticas que foram observadas nas poucas organizações que estão tirando real proveito da IA. 

5 etapas para a transformação com IA

Confira abaixo os cinco pilares recomendados pelo Google para uma implementação eficaz.

1. Estratégia transparente e roteiro “always-on”

A primeira prática envolve o conceito do Gato de Alice no País das Maravilhas, que para quem não sabe onde quer ir, não importa o caminho que seguirá.

A transformação começa com clareza. As empresas líderes não apenas adotam ferramentas, mas definem como a IA se encaixa nos objetivos macro da organização. Segundo o estudo, é crucial ter um roteiro que mostre como a tecnologia evoluirá dentro da empresa.

Henry Shevlin, pesquisador sênior da Universidade de Cambridge consultado no estudo, destaca que a comunicação entre departamentos é chave para evitar o “acúmulo” de casos de uso isolados. 

O ideal é criar incentivos para que os colaboradores compartilhem como a IA melhorou seus fluxos de trabalho, permitindo que outros repliquem o sucesso.

2. IA autêntica e cultura organizacional

Para adotar IA com efetividade, a tecnologia precisa estar fixada na cultura da empresa. Ou seja, ir além da instalação de softwares e trabalhar a segurança psicológica dos funcionários. 

Organizações transformadas têm 19 pontos percentuais a mais de probabilidade de ter a IA integrada às normas culturais da equipe em comparação com aquelas em estágio inicial.

Dr. Terri Horton, consultora de estratégia de IA, explica que os funcionários temem menos a tecnologia quando entendem a visão da empresa e são capacitados para a colaboração “humano + IA”. Isso sinaliza que eles têm um lugar significativo no futuro da organização, reduzindo a resistência à mudança.

imagem gerada por Ia
Imagem: Gerada por IA

3. Identificar e priorizar “vitórias rápidas”

Em vez de tentar mudar tudo de uma vez, as empresas bem-sucedidas focam em casos de uso bem definidos que demonstram valor imediato. O foco deve estar em consistência, qualidade e impacto escalável.

Um exemplo prático citado no relatório é o uso da IA para tarefas cotidianas, como resumir informações de várias fontes. Isso libera tempo para que as equipes foquem no crescimento do negócio, gerando uma percepção imediata de utilidade da ferramenta.

4. Democratizar a defesa da tecnologia

É essencial para que a IA escale na empresa que haja colaboradores defensores da tecnologia, “espalhando a palavra”. Nas empresas altamente transformadas, 65% possuem defensores da IA espalhados por toda a organização, contra apenas 14% nas empresas em estágio inicial.

A recomendação é identificar líderes naturais em diversas áreas e dar-lhes “permissão” para distribuir conhecimento além de sua zona de influência direta.

5. Abraçar novas formas de trabalho

O relatório aponta que 96% das organizações altamente transformadas acreditam que a mudança de ferramentas pode ser um catalisador para o sucesso da IA. 

As empresas relatam uma melhoria de 33 pontos percentuais na qualidade do trabalho e uma transformação 27 pontos percentuais mais rápida quando a IA é integrada nativamente em ferramentas de produtividade e colaboração – como as do Google Workspace ou Microsoft Teams. 

Outros destaques

Em suma, o estudo tenta comprovar que o objetivo final do uso corporativo da IA não é apenas a eficiência operacional, mas sim a inovação. Confira os principais indicadores que diferenciam essas empresas daquelas que ainda estão no início da jornada:

  • Inovação: 57% das empresas transformadas relatam aumento na inovação, contra apenas 25% das iniciantes.
  • Criatividade: 65% observaram melhoria na criatividade do trabalho, comparado a 29% nas empresas em fase inicial.
  • Desenvolvimento de Produtos: 61% afirmam que a IA acelera o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
  • Satisfação do Colaborador: Há um aumento de 25 pontos percentuais na satisfação dos funcionários nessas organizações.
  • ROI e Competitividade: 52% relatam melhoria no retorno sobre investimento (ROI) e 61% afirmam que a IA confere vantagem competitiva à empresa.

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