Você sabe por que pinguins não vivem nem visitam áreas geladas do Polo Norte?

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Quando pensamos em pinguins, a imagem clássica é a de aves fofas caminhando sobre o gelo. Mas já se perguntou por que nunca vemos pinguins vivendo nas áreas geladas do Polo Norte? Apesar do clima frio ser semelhante ao do Hemisfério Sul, onde eles habitam, os pinguins simplesmente não vivem e nem visitam o Ártico. O principal motivo é a presença da zona tropical entre os dois hemisférios.

Todos os pinguins do mundo são nativos do Hemisfério Sul. Eles estão presentes desde a Antártica até regiões tropicais, como as Ilhas Galápagos. A espécie que vive mais ao norte, inclusive, depende de uma corrente oceânica fria (Corrente de Humboldt) para sobreviver em plena linha do Equador.

Embora algumas regiões do Hemisfério Norte possam oferecer condições adequadas, não há registros naturais ou fósseis de pinguins nessas áreas.


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Por que pinguins não vivem nas áreas geladas do Polo Norte?

O que acontece é que a zona tropical entre os dois hemisférios tem águas muito quentes e com baixa produtividade alimentar, ou seja, há pouco alimento disponível para os pinguins. Essa combinação de calor e escassez de comida transforma a região em um verdadeiro “deserto oceânico” para essas aves, tornando impossível uma migração natural do sul para o norte.

Pinguins não vivem nem visitam áreas geladas do Polo Norte (Imagem: Derek Oyen/Unsplash)

Além das barreiras geográficas, os pinguins enfrentam limitações evolutivas e comportamentais. Uma delas é a conservação filogenética de nicho, que significa que eles tendem a manter as preferências ambientais herdadas de seus antepassados. Mesmo tendo capacidade de nadar longas distâncias, os pinguins continuam preferindo habitats frios e ricos em alimento.

Outro fator é a filopatria, o comportamento de retornar sempre ao mesmo local para se reproduzir. Isso limita a colonização de novas áreas, já que os pinguins são extremamente fiéis às suas colônias de origem. Mesmo que cheguem a novos territórios, é improvável que formem populações permanentes.

Evolução e conservação

Ou seja: a ausência de pinguins no Hemisfério Norte não é simples coincidência. É uma complexa combinação de barreiras físicas, preferências ecológicas, heranças evolutivas e padrões comportamentais. E esse conhecimento é essencial em tempos de mudanças climáticas.

Com o aquecimento global e a alteração das correntes oceânicas, muitos habitats naturais dos pinguins estão em risco. Como são pouco adaptáveis a mudanças rápidas, essas aves podem enfrentar declínios populacionais severos ou até extinções locais. Entender os limites ecológicos e evolutivos dos pinguins ajuda a prever como eles vão reagir às transformações ambientais em curso.

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