Em 2016, a Fiat Toro chegou ao Brasil com uma proposta arriscada e inovadora. A picape foi responsável por trazer alguns elementos inéditos para o mercado nacional, como a tampa da caçamba bipartida, estrutura monobloco com motorização turbodiesel e tração 4×4, e muitos.
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Quase 10 anos depois, a Toro segue em sua primeira geração e mesmo assim se mantém entre as picapes mais vendidas do Brasil, se destacando no segmento de intermediárias — mesmo com pouquíssimas mudanças no meio do caminho.
Pouco tempo depois da chegada da nova motorização turbodiesel, que deu um novo fôlego para o modelo, a Fiat divulgou um novo facelift, com visual inédito e de acordo com a nova linguagem de design da marca. Junto a isso, também veio um reajuste de R$ 2 mil para todas as versões.
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- Endurance Turbo Flex: R$ 159.490,00
- Freedom Turbo Flex: R$ 169.490,00
- Volcano Turbo Flex: R$ 186.490,00
- Ultra Turbo Flex: R$ 196.490,00
- Volcano Diesel: R$ 210.490,00
- Ranch Diesel: R$ 228.490,00

As mudanças são explícitas principalmente na frente, com a nova grade com aletas verticais e um conjunto óptico redesenhado, com destaque para os DRLs totalmente em led. Os para-choques dianteiro e traseiro também foram remodelados, assim como o desenho interno das lanternas traseiras.
Para completar o exterior: todas as versões da Toro 2026 têm rodas com visual inédito, além de uma nova capa para o santantônio e estribo para as versões Ultra e Ranch.

A cabine teve poucos reajustes. Os principais se concentram na tecnologia embarcada da picape, que tem um novo cluster de instrumentos digital de 7” e o tão esperado freio de estacionamento eletrônico. A manopla do câmbio, que também é nova, mudou para pior, aparentando ser um tanto quanto frágil — pelo menos essa foi a primeira impressão.
Os revestimentos dos bancos são novos e variam de acordo com a versão. O restante segue o mesmo: multimídia de 7”, 8,4” ou 10,1”, ar-condicionado digital e de duas zonas (dependendo da configuração), console elevado e banco de motorista com ajuste elétrico a partir da variante Volcano.

Dirigibilidade de SUV
Talvez o grande trunfo da Fiat Toro sempre foi a direção, que se aproxima muito a de um SUV, e todas as versões produzidas nestes 9 anos e alguns meses se destacaram por suaS motorizações. E o caso não é diferente na linha 2026, que mantém os mesmos motores 1.3 turbo flex de 176 cv e 2.2 turbodiesel de 200 cv, recém-adicionado na picape. Havia expectativa para ua chegada de uma nova variante híbrida leve, que acabou ficando para o próximo ano.
A principal adição mecânica para a nova Toro foram os freios a disco nas rodas traseiras, que antes eram a tambor. Essa atualização era esperada há um bom tempo para a picape.

Como não houveram mudanças nos motores do modelo, a dinâmica de direção segue a mesma: firme, robusta e responsiva. Mas o grande destaque é a configuração a diesel, que é disponibilizada nas duas versões mais caras da picape, chamadas Volcano e Ranch.
A dirigibilidade nessas variantes, mais especificamente da Ranch, que foi a que dirigimos, é parruda e não à toa foi colocada na linha Toro para bater de frente contra picapes maiores, do segmento de médias. Com 200 cv e 45,9 kgfm de torque, ela se equipara contra nomes como Toyota Hilux (204 cv) e Chevrolet S10 (207 cv).
As versões a diesel também são as únicas a vir de série com tração 4×4, além de ser capaz de distribuir a força do motor igualmente entre os eixos, com o já conhecido bloqueio do diferencial central.

Tudo isso aliado a um câmbio automático de 9 marchas transforma a picape em um tanque de guerra, principalmente no off-road. Os impactos com o solo imperfeito pouco são sentidos dentro da cabine e o torque de mais de 40 kgfm faz a Toro “tirar de letra” os circuitos fora de estrada.
Em ciclos urbanos, ela também é ótima e isso é visto em seus números: o 0 a 100 km/h é feito em 9,8 segundos, enquanto o consumo fica na casa dos 10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada. A capacidade de carga é 1.010 kg, enquanto a de reboque é de 450 kg. Já o volume útil da caçamba é de 937 kg.
Versões com motor 1.3 T270 flex
O motor 1.3 T270 turbo flex foi introduzido na linha da Fiat Toro em 2021 e foi bem aceito pelos consumidores brasileiros. Também montado em outros carros da Stellantis, como Jeep Renegade e Commander, o propulsor passou recentemente por uma pequena redução de potência, indo de 185 cv para 176 cv. Segundo a marca, isso aconteceu por conta das novas regras de emissões do Proconve L8. O torque é de 27,5 kgfm.

Por ter menos potência e ser oferecido somente com tração 4×2, a Fiat Toro flex é um pouco mais “amarrada” na direção, forçando até uma relação de troca de marcha um pouco maior no câmbio automático de seis velocidades. Atenção também para o delay no pedal do acelerador, que é (bem) perceptível.
A impressão ao dirigir é ótima, de um carro confortável e potente. Na gasolina, o consumo na cidade é de 9,4 km/l e 11,2 km/l na estrada. No etanol, há uma pequena redução: 6,8 km/l na cidade e 7,9 km/l na estrada.

A capacidade de carga das versões a gasolina também é menor. A picape é capaz de carregar até 750 kg na caçamba. A versão Volcano, no entanto, pode carregar somente 670 kg. O volume útil e a capacidade de reboque são as mesmas para toda a linha Toro.
Voltando a falar sobre tração, a Fiat foi questionada sobre uma possível versão 4×4 das picapes flex, que foi descartada pela marca por não “enxergar mercado” para ela.
Pacote de assistências de direção
Não foi dessa vez que a picape ganhou o piloto automático adaptativo (ACC). Ela segue para a linha 2026 somente com frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e comutação automática do farol alto.

Segundo a marca, em estudos realizados com os consumidores, esse tipo de tecnologia não é requerido para modelos como a Toro — mesmo que já seja oferecido em veículos mais baratos.
Partindo de R$ 159.490, a Fiat Toro 2026 segue como uma ótima opção para o mercado de picapes, com um bom custo-benefício para quem necessita de um carro para a cidade, trabalho ou circuitos fora de estrada.
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