Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (08), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alertou para os perigos de uma rede global de ataques a redes de conexão domésticas, chamada de BADBOX 2.0. A porta para o malware é a TV Box, aparelho irregular de transmissão de conteúdos televisivos.
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De acordo com a investigação iniciada neste ano, as TV Box são infectadas por meio de atualizações feitas sem que se perceba. A partir de então, o equipamento serve como uma “ponte” para enviar dados a servidores localizados em diferentes partes do planeta.
Gesiléia Teles, superintendente de Fiscalização da Anatel, ressaltou que o Brasil teve um aumento expressivo de redes conectadas à BADBOX 2.0.
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Afinal, esse número saltou de 345 mil IPs em janeiro, para 1,8 milhão de dispositivos conectados no mês de julho.
“Esse crescimento acentuado revela não apenas a rápida disseminação da infecção, mas também a capacidade dessa rede de se expandir silenciosamente, comprometendo dispositivos e explorando conexões residenciais”.
Após serem expostos, os dispositivos podem ser utilizados para a retransmissão de tráfego para finalidades ilícitas, como a manipulação de dados pessoais, a execução de fraudes de publicidade na internet e o acesso a sites sensíveis.
Dentro de uma rede, todos os dispositivos conectados passam a estar expostos, e não somente os aparelhos de TV Box em si. Sem querer, os usuários se tornam parte de atividades ilegais de alcance internacional.
Embora seja uma atividade denunciada em países como os Estados Unidos e Reino Unido, o Brasil aparece como um país crucial para essa realidade. Afinal, é onde tem a maior proporção de TV Boxes afetadas, com mais de 37%.
Segundo Teles, trata-se de um problema de caráter econômico e social:
“Existe um apelo econômico e social muito alto para quem não consegue pagar o serviço de streaming ou de TV paga. É uma questão que os consumidores brasileiros têm que estar mais atentos. Eu não acredito que seja por maldade, talvez seja por desconhecimento do perigo”.
Anatel ressaltou vendas em plataformas de marketplace
Além das vendas em comércio popular, a disseminação da TV Box também se dá de forma relevante em plataformas de marketplace, como ressaltou a Anatel.
Por isso, a agência atualizou a Resolução 715/2019, que trata de homologação de produtos, para também responsabilizar as lojas pela venda desse tipo de item.
“Os marketplaces são responsáveis [pelos anúncios que veiculam] e devem responder de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. Já aplicamos mais de R$ 7 milhões em multas em relação à comercialização de produtos não homologados”.
A superintendente ainda destacou que a Anatel tem aplicado soluções de inteligência artificial para identificar anúncios de TV Box não homologadas. Para isso, utiliza uma ferramenta desenvolvida pela própria agência, e apelidada de “Regulatron”.
No total, são sete plataformas monitoradas: Amazon, Americanas, Carrefour, Casas Bahia, Magazine Luiza, Mercado Livre e Shopee.
Como evitar ataques de malware
O estudo mais recente da Anatel foi feito especificamente em relação a duas opções de TV Box: o In Xplus e o Tourobox. No entanto, os ataques podem ser realizados em diversos outros modelos.
Entre as ações que podem ser tomadas pelos consumidores para verificar e garantir a segurança da rede estão:
- Checagem da atividade de internet, incluindo possíveis transferências de dados enquanto o dispositivo está sem uso (em modo standby);
- Verificação da lista da Anatel de aparelhos homologados, que é atualizada periodicamente;
- Não baixe aplicativos de fontes não oficiais e/ou desconhecidas;
Para quem tem TV Box em casa, a Anatel tem uma recomendação direta: “Desligue e substitua por um modelo homologado. Não vale o risco”, finaliza Teles.
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Será que as TV Box são seguras? Veja no vídeo abaixo:
Leia a matéria no Canaltech.
