Uvas Cósmicas | Astrônomos identificam galáxia formada há 12,8 bilhões de anos

Tecnologia

Astrônomos identificaram uma galáxia formada há cerca de 12,8 bilhões de anos, apelidada de Uvas Cósmicas. Os resultados da investigação foram publicados em 7 de agosto na revista Nature Astronomy.

A galáxia surgiu apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, e análises apontam que o “cacho de uvas” abriga pelo menos 15 aglomerados de formação estelar.

Esse número é muito maior do que os atuais modelos teóricos preveem para galáxias do universo primitivo.


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Dois telescópios e uma técnica especial

Os cientistas utilizaram o Telescópio Espacial James Webb (JWST) e o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para realizar mais de 100 horas de observações das Uvas Cósmicas.

A descoberta foi possível graças a um método conhecido como lente gravitacional, que usa um aglomerado de galáxias em primeiro plano — neste caso, a RXCJ0600-2007 — como lente de aumento para observar estruturas mais distantes.

“Graças a essa poderosa ampliação natural, combinada com observações de alguns dos telescópios mais avançados do mundo, tivemos uma oportunidade única de estudar a estrutura interna de uma galáxia distante com sensibilidade e resolução sem precedentes”, disse em comunicado Seiji Fujimoto, principal autor do estudo e pesquisador do Observatório McDonald da Universidade do Texas em Austin.

Uvas cósmicas
Astrôonomos utilizaram o James Webb e o ALMA para observar as Uvas Cósmicas (Reprodução/NASA/ESA/CSA/Fujimoto et al.)

Visão detalhada da galáxia

Imagens em alta resolução obtidas pelos dois telescópios, aprimoradas pela técnica de lente gravitacional, revelaram que a galáxia está em rotação e que os aglomerados massivos apresentam altas densidades de gás. Essas condições internas favorecem a formação de estrelas.

“Nossas observações revelam que a luz estelar jovem de algumas galáxias primitivas é dominada por vários aglomerados massivos, densos e compactos, em vez de uma distribuição uniforme de estrelas”, destacou Mike Boylan-Kolchin, professor de astronomia na Universidade do Texas, em Austin, e coautor da pesquisa.

Outro ponto relevante é que esta é a primeira vez que astrônomos identificam a conexão entre pequenas estruturas internas de uma galáxia e sua rotação. Isso sugere que outras galáxias aparentemente suaves também podem ser compostas por aglomerados invisíveis aos instrumentos de observação atuais.

Confira o estudo na íntegra na Nature Astronomy.

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