Desde 2013, uma doença marinha devastadora dizimou milhões de estrelas-do-mar ao longo da costa oeste da América do Norte, provocando um colapso drástico, principalmente na espécie Pycnopodia helianthoides, uma das maiores. Estima-se que 5,8 bilhões de indivíduos desapareceram, representando cerca de 90% da população global. Na última segunda-feira (4), um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution finalmente solucionou o mistério e encontrou o culpado: a bactéria Vibrio pectenicida.
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A ausência dessas estrelas-do-mar gerou um efeito cascata nos ecossistemas costeiros. Sem seu principal predador natural, os ouriços-do-mar se multiplicaram de forma descontrolada, destruindo extensas florestas de algas, que são essenciais para a conservação marinha, a proteção de costas contra tempestades e o sequestro de carbono da atmosfera.
Após anos de hipóteses inconclusivas, a pesquisa do Hakai Institute identificou o verdadeiro agente causador. A infecção por Vibrio pectenicida começa com pequenas lesões na superfície do animal, evoluindo para perda de membros, deformações e, por fim, a dissolução completa dos tecidos, transformando a estrela-do-mar em uma massa esbranquiçada.
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Bactéria é a culpada pela morte de estrelas-do-mar
Os testes de laboratório mostraram que 90% a 100% das estrelas expostas a um fluido contaminado com essa bactéria morreram, enquanto aquelas expostas a fluido livre de patógenos permaneceram saudáveis.
Com a confirmação de que o Vibrio pectenicida é o causador da doença, surgem novas oportunidades para proteger e restaurar populações de estrelas-do-mar.

Projetos de criação em cativeiro estão selecionando indivíduos mais resistentes à bactéria, enquanto estudos sobre o uso de probióticos marinhos se concentram em fortalecer a saúde desses animais, inspirando-se em métodos já aplicados com sucesso em corais.
Iniciativas de restauração das florestas de algas também estão em andamento, na tentativa de conter os danos causados pela proliferação de ouriços-do-mar.
Embora a epidemia continue, agora há uma esperança para a recuperação das estrelas-do-mar e para a conservação dos ecossistemas costeiros. Ainda restam questões importantes, como a forma exata de transmissão da bactéria, sua origem e se ela pode estar presente na dieta das estrelas. No entanto, com esforços coordenados e aplicação das descobertas recentes, os especialistas acreditam ser possível reverter parte dos danos e restaurar o equilíbrio ambiental no Pacífico.
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