Controle do colesterol, melhor funcionamento do sistema digestivo e regulação dos níveis de glicose noorganismo: esses são alguns dos benefícios de adicionar alimentos ricos em fibras à dieta. Contudo, uma prática conhecida como “Fibermaxxing”, que se tornou viral nas redes sociais, pode deturpar o consumo consciente desse componente essencial da alimentação.
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O Fibermaxxing consiste em consumir quantidades exorbitantes de fibras diariamente. Contudo, isso pode ser perigoso, causando inchaço, cólicas, constipação e até acúmulo de gases, interferindo no funcionamento normal do organismo.
“Aumentar rapidamente a ingestão de fibras ou consumi-las em excesso pode interferir na absorção de micronutrientes essenciais, como o ferro — que auxilia no funcionamento normal do corpo — e também de macronutrientes, que fornecem a energia necessária para movimento, reparação e adaptação”, explica Lewis Mattin, professor de Ciências Biológicas da Universidade de Westminster.
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O especialista aponta que outro risco da prática que viralizou na internet é a remoção de outros grupos alimentares da dieta, como proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis.

Ultraprocessados e diminuição das fibras
Aderir ao Fibermaxxing pode causar danos à saúde até mesmo no atual contexto, onde o consumo cada vez maior de alimentos ultraprocessados diminui a ingestão diária de fibras.
O Ministério da Saúde indica que um adulto deve consumir entre 25 e 30 gramas de fibras por dia. No entanto, os ultraprocessados são pobres em fibras e micronutrientes e, quando predominam na dieta, tendem a substituir vegetais e frutas — justamente os alimentos cm maiores concentrações de fibras.
Mas há caminhos saudáveis para combater essa tendência sem recorrer a práticas extremas como o Fibermaxxing.
“Adicionar alimentos ricos em fibras às refeições e lanches ao longo do dia — como optar por pão integral no café da manhã, manter a casca de frutas como maçã, incluir lentilhas e cebolas no jantar e consumir um punhado de sementes de abóbora ou castanhas-do-pará entre as refeições — ajuda uma pessoa a atingir a recomendação de 30 g por dia”, destaca Mattin.

Consumo saudável de fibras
Consumir fibras dentro dos parâmetros recomendados pelos órgãos de saúde traz diversos benefícios. Entre eles, destaca-se a regulação do sistema digestivo, o que contribui para a diminuição de doenças inflamatórias intestinais.
A fibra solúvel também ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, retardando a absorção de glicose — algo especialmente importante para pessoas com risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Outros benefícios incluem a redução do colesterol “ruim” (LDL) — o que reduz o risco de doenças cardíacas — e a sensação de saciedade por mais tempo, auxiliando no controle saudável do peso.
“Além disso, uma dieta rica em fibras tem sido associada a um menor risco de certos tipos de câncer, especialmente o câncer de cólon, por ajudar a eliminar toxinas do corpo de forma eficiente”, ressalta Mattin.
Ingerir quantidades equilibradas de fibras é fundamental para o funcionamento ideal do organismo. Portanto, não é necessário aderir a tendências extremas das redes sociais em busca de aumentar ainda mais o consumo.
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