Estudo que durou 18 anos revela a verdade sobre como se formam as ondas gigantes

Tecnologia

Um estudo publicado no último mês de julho na  Nature Scientific Reports trouxe novas respostas sobre um dos fenômenos mais enigmáticos do oceano: as ondas gigantes (popularmente conhecidas como rogue waves). Com dados coletados entre 2003 e 2020 na plataforma de petróleo Ekofisk, localizada no Mar do Norte, os pesquisadores chegaram ao maior conjunto de dados já examinado sobre o tema: 27.500 registros.

Até então, muitos acreditavam que a origem dessas ondas estava ligada à chamada instabilidade modulacional, um processo que ocorre quando ondas ficam “presas” em canais estreitos, como nos experimentos de laboratório. Porém, os registros reais do oceano não confirmaram essa teoria.

De acordo com a equipe internacional de pesquisadores, a formação das ondas gigantes no mar aberto acontece principalmente por interferência construtiva. Nesse processo, várias ondas menores se alinham ao mesmo tempo, somando suas cristas e criando uma onda muito maior e mais íngreme.


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Porém, há um limite natural imposto pelo próprio oceano: quando a altura se torna instável, a onda quebra e libera energia em forma de espuma. Isso explica por que essas ondas são tão intensas, mas também breves, uma combinação rara de ordem e caos que a ciência agora consegue mapear.

Estudo que durou 18 anos revela a verdade sobre como se formam as ondas gigantes (Imagem: Variant Media/Unsplash)

Essa explicação é mais simples e condizente com a realidade oceânica, onde ondas viajam em múltiplas direções. O estudo também mostrou que as ondas não surgem totalmente ao acaso: elas seguem um padrão chamado quase-determinístico, no qual é possível identificar um grupo de ondas que se juntam antes do pico gigante.

Em novembro de 2023, uma tempestade intensa no Mar do Norte produziu uma onda de 17 metros registrada pelas câmeras da Ekofisk. Aplicando os modelos de interferência construtiva e quase-determinismo, os cientistas confirmaram que o evento se encaixava na nova explicação. Pequenas ondas se acumularam e formaram a parede de água que surpreendeu os observadores.

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