CNI defende construção de terminais de contêineres para desafogar portos brasileiros

Notícias

Superintendente de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, disse em audiência pública na Câmara que os portos brasileiros estão colapsados e chegaram a represar em até 40 dias as cargas da indústria brasileira

Da Redação (*)

Brasília – O superintendente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso, afirmou nesta terça-feira (19) que a falta de espaço para armazenamento de contêineres é um grande entrave para as exportações brasileiras. Ele participou de audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados para debater os desafios para o setor portuário nacional, ao lado do deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE), ex-ministro dos Portos, que conduziu a reunião, e de autoridades do setor portuário.

“Em 2024, a movimentação de contêineres no Brasil aumentou 20% em relação a 2023. Esse crescimento colapsou os terminais em Santos. Nossos portos estão congestionados. Passou a ser comum um contêiner ficar de 30 a 40 dias no terminal, o que é muito ruim porque a carga fica represada. Isso não existe no mundo. Só existe em tempo de guerra ou de pandemia. É muito ruim porque a carga fica represada e gera custos para o embarcador”, detalhou Wagner Cardoso.

Portos com capacidade esgotada

De acordo com o superintendente da CNI, 77% dos embarques foram cancelados, tiveram omissões de escala ou sofreram atrasos ao longo do ano passado nos portos brasileiros. Cardoso mencionou dados da OCDE, segundo os quais os terminais de contêineres devem operar com no máximo 65% da sua capacidade para garantir uma operação eficiente. “Entre os nossos principais portos, o único terminal que não está com a capacidade esgotada é o de Rio Grande”, destacou.

“A maior parte das nossas companhias docas é altamente ineficiente. De outro lado, os terminais de contêineres são eficientes, mas os portos precisam criar mais espaço para esse armazenamento. É essencial que as licitações saiam logo do papel. A gente precisa de espaço para movimentação de cargas”, frisou o superintendente de Infraestrutura da CNI.

Ele observou também que o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou uma série de leilões para 2025. No entanto, apenas dois projetos são voltados para o escoamento de cargas conteinerizadas: o Tecon Santos 10, que será imprescindível para a indústria brasileira ampliar suas exportações, e o Terminal de Contêineres de Fortaleza (MUC04), que será mais voltado para as cargas produzidas no próprio Ceará.

O superintendente da CNI criticou o Projeto de Lei 733/2025, proposto para atualizar a legislação do setor portuário nacional. “Esse PL enfraquece um artigo muito importante sobre modicidade tarifária, que permite ao exportador ou importador conseguir entrar na Justiça quando o operador faz preço de monopólio. Gostamos muito da Lei 12.815 (a lei dos portos). Ela não precisa ser cancelada, mas adaptada”, disse Cardoso.

(*) Com informações da CNI

 

O post CNI defende construção de terminais de contêineres para desafogar portos brasileiros apareceu primeiro em Comex do Brasil.