Cometa do Diabo | Uma evidência que pode explicar como a água chegou à Terra

Tecnologia

Cientistas que analisaram o “Cometa do Diabo” descobriram evidências que podem explicar como a água chegou à Terra. Os resultados foram publicados em 8 de agosto no periódico científico Nature Astronomy.

Segundo os pesquisadores, a água do cometa oficialmente chamado 12P/Pons-Brooks é muito semelhante à encontrada nos oceanos da Terra, reforçando a hipótese de que esses corpos celestes tiveram papel importante no transporte de água para cá.

As observações do cometa do tipo Halley — que têm períodos orbitais entre 20 e 200 anos — que culminaram na publicação do estudo foram feitas com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e o Infrared Telescope Facility (IRTF) da NASA


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Hidrogênio “pesado” e normal

Os telescópios permitiram medir a proporção de deutério (hidrogênio “pesado”) em relação ao hidrogênio normal, uma assinatura química que ajuda a rastrear a origem da água nos cometas. Os resultados mostraram grande semelhança entre a água do cometa e a da Terra.

“Como se acredita que a Terra se formou a partir de materiais sem água, impactos de cometas têm sido sugeridos há muito tempo como uma fonte de água para o planeta. Nossos novos resultados fornecem a evidência mais forte até agora de que alguns cometas do tipo Halley carregaram água com a mesma assinatura isotópica encontrada na Terra, apoiando a ideia de que os cometas podem ter ajudado a tornar nosso planeta habitável”, afirmou Marton Cordiner, astrofísico molecular da NASA, em comunicado.

Cometa 12P/Pons-Brooks
Telescópios permitiram medir a proporção de hidrogênio “pesado” em relação ao hidrogênio normal no 12P/Pons-Brooks (NASA/Theophilus Britt Griswold)

Detalhes sobre a composição do 12P/Pons-Brooks

O estudo também trouxe mais detalhes sobre a composição do cometa, incluindo o mapeamento da distribuição de água comum (H₂O) e de água “pesada” (HDO) na coma, além da origem dos gases observados.

“Ao mapear H₂O e HDO na coma do cometa, podemos determinar se esses gases vêm do gelo dentro do núcleo sólido, em vez de se formarem por processos químicos na coma gasosa”, explicou Stefanie Milam, pesquisadora da NASA e coautora do estudo.

Confira o estudo na íntegra na Nature Astronomy.

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