No último dia 14, o administrador interino da NASA, Sean Duffy, declarou que a missão principal da agência é a exploração espacial, e não o estudo do clima terrestre. Segundo ele, a prioridade será direcionar recursos para projetos ligados à presença humana na Lua, em Marte e em órbita baixa da Terra após o encerramento da Estação Espacial Internacional, previsto para depois de 2030.
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A fala de Duffy ecoa a proposta de orçamento do governo dos Estados Unidos, que prevê cortes significativos no financiamento das ciências da Terra. Caso seja aprovada, a medida pode reduzir em mais de 50% os recursos destinados a missões climáticas, colocando em risco a continuidade de diversos projetos já em andamento.
Nos últimos 40 anos, a NASA se consolidou como líder mundial no fornecimento de dados sobre mudanças climáticas, oceanos e atmosfera. Missões como OCO-3, que mede os níveis de dióxido de carbono, e Landsat 9, que dá continuidade ao registro histórico de imagens da Terra iniciado em 1972, são exemplos da relevância científica da agência.
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Com a possível reorientação, parte dessa responsabilidade poderia ser transferida para outras instituições, como a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica).
Contudo, especialistas alertam que uma interrupção nos registros contínuos de longo prazo (como os de aumento do nível do mar e ciclos de carbono) representaria um retrocesso sem precedentes na compreensão do clima global.

Decisão final cabe ao Congresso
Apesar da sinalização de mudança, a palavra final sobre os cortes cabe ao Congresso norte-americano, que deve avaliar o orçamento até outubro, início do próximo ano fiscal. Parlamentares já indicaram resistência aos cortes mais severos, mas dentro da NASA o clima é de incerteza, com trabalhadores recebendo avisos de risco de demissão ligados a projetos ameaçados.
Enquanto a exploração espacial ganha força com programas como o Artemis, que planeja levar astronautas de volta à Lua, o futuro das ciências climáticas na NASA permanece indefinido, e a comunidade científica internacional observa atenta os próximos passos.
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