É FALSA a afirmação de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. O ditado popular é frequentemente usado para reforçar a ideia de que um evento extraordinário — bom ou ruim — não acontece duas vezes com a mesma pessoa. Mas, de acordo com a explicação científica, é sim possível que isso ocorra.
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A possibilidade de uma descarga elétrica atingir o mesmo ponto em diferentes ocasiões está ligada ao fato de que os raios são atraídos principalmente por locais altos, pontiagudos e isolados, como torres de energia, árvores e prédios.
Esses locais recebem mais raios porque sua altura os aproxima das nuvens, as pontas concentram o campo elétrico e o isolamento os destaca na paisagem, tornando-os alvos preferenciais para as descargas.
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Das nuvens à superfície
Os raios surgem quando a diferença de carga entre nuvens e solo se torna tão intensa que o ar — normalmente um isolante — não consegue mais contê-la. Essa diferença gera uma espécie de “faísca gigante”, que pode resultar em três tipos de descarga elétrica:
- Intra-nuvem: quando cargas de regiões distintas de uma nuvem, ou entre nuvens diferentes, se encontram e o raio ocorre apenas na atmosfera;
- Nuvem-solo: quando a carga da nuvem encontra sua oposta no solo;
- Solo-nuvem: quando a carga do solo sobe em direção à carga oposta na nuvem.
No caso da descarga nuvem-solo, o processo começa com pequenas descargas chamadas líderes escalonados, que descem em direção ao solo. Ao se aproximarem da superfície, encontram descargas de cargas opostas que sobem a partir de objetos altos, formando o chamado canal do raio.
É nesse canal altamente ionizado que ocorre a descarga de retorno, um intenso fluxo de eletricidade que representa o momento em que o raio acontece com sua potência máxima, liberando grande quantidade de luz.
Um único raio pode atingir tensões entre 100 milhões e 1 bilhão de volts, com correntes em torno de 30 mil ampères — equivalentes ao consumo de 30 mil lâmpadas de 100 W — podendo, em casos extremos, chegar a 300 mil ampères.

Exemplos que derrubam o mito
A explicação científica se confirma em casos reais. O famoso Empire State Building, em Nova York, é atingido anualmente por cerca de 25 raios, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA).
No Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, sofre o mesmo fenômeno. De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o monumento é atingido, em média, por seis raios por ano.
Essa atração reforça a importância dos para-raios, que conduzem a descarga elétrica de forma segura até o solo, evitando danos às construções e às pessoas.

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