Na última sexta-feira (22), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrando uma tendência que vem crescendo no Brasil: morar sozinho está cada vez mais comum. Entre 2012 e 2024, o número de lares unipessoais cresceu 52%, passando de 7,5 milhões para 14,4 milhões de residências. Isso significa que quase um em cada cinco domicílios brasileiros tem apenas um morador.
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Um dos fatores que explicam esse crescimento é o envelhecimento da população. Em 2012, os idosos com 65 anos ou mais representavam 7,7% da sociedade. Em 2024, já eram 11,2%.
O IBGE aponta que 40% das casas com apenas um morador são ocupadas por pessoas com 60 anos ou mais. Entre as mulheres, essa faixa etária é ainda mais expressiva: 55,5% das que vivem sozinhas têm mais de 60 anos.
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Homens predominam entre os que vivem sozinhos
Apesar do avanço da população idosa, a maioria dos moradores solitários em 2024 ainda era composta por homens, que representavam 55,1% do total.
Grande parte deles (57,2%) está entre 30 e 59 anos, muitas vezes por conta de separações ou mudanças relacionadas ao mercado de trabalho. Já entre as mulheres, predomina o perfil de viúvas que permanecem em suas casas após a saída dos filhos.

Diferenças regionais
O levantamento também mostrou contrastes entre estados. As maiores proporções de lares com apenas um morador estão no Rio de Janeiro (22,6%), Rio Grande do Sul (20,9%), Goiás (20,2%) e Minas Gerais (20,1%). Na outra ponta, Maranhão (13,5%), Amapá (13,6%) e Amazonas (14,1%) apresentam os menores índices.
Enquanto cresce o número de pessoas que moram sozinhas, os modelos tradicionais de família perdem espaço. Em 2012, 68,4% dos domicílios eram nucleares (casal com ou sem filhos). Em 2024, essa fatia caiu para 65,7%. Estruturas estendidas e compostas também diminuíram, reforçando a tendência de que morar sozinho é cada vez mais comum no Brasil.
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