Meta perde pesquisadores de IA recém-contratados após pedidos de demissão

Tecnologia
Resumo
  • Três pesquisadores de IA deixaram o projeto de superinteligência da Meta, entre eles Avi Verma e Ethan Knigh, que retornaram à OpenAI.
  • Segundo a revista Wired, Chaya Nayak, diretora de produtos de IA generativa da Meta, também está migrando para a OpenAI.
  • A empresa enfrenta instabilidade no laboratório, marcada por reorganizações frequentes e congelamento de contratações.

O recém-criado laboratório de superinteligência da Meta já está enfrentando baixas. Pelo menos três pesquisadores de inteligência artificial pediram demissão do projeto apenas dois meses após o anúncio feito por Mark Zuckerberg. Alguns funcionários ficaram na empresa menos de um mês, segundo a revista Wired.

A debandada inclui dois pesquisadores que retornaram para a OpenAI, principal rival da Meta no setor, de onde haviam sido recrutados. Iniciado há poucos meses, o projeto foi marcado por uma agressiva campanha de recrutamento com salários milionários para atrair talentos da área.

De volta à OpenAI

De acordo com a Wired, os pesquisadores que deixaram a Meta para retornar à OpenAI são Avi Verma e Ethan Knigh — este último havia trabalhado na xAI, de Elon Musk, antes de assumir um cargo na Meta.

Já o terceiro nome, Rishabh Agarwal, com passagens pelo Google Brain e pela DeepMind, anunciou a saída publicamente no X/Twitter, afirmando que queria “assumir um tipo diferente de risco”.

A revista também apurou que a Meta está perdendo Chaya Nayak, diretora de gerenciamento de produtos de IA generativa, que também está de mudança para a OpenAI para trabalhar em “iniciativas especiais”.

Procurada, a Meta minimizou as saídas. “Durante um processo de recrutamento intenso, algumas pessoas decidirão permanecer em seus empregos atuais em vez de começar um novo. Isso é normal”, disse à Wired o porta-voz da empresa, Dave Arnold.

A campanha de recrutamento da Meta no início do ano foi tão agressiva que gerou reações de concorrentes. Em um memorando interno, o CEO da OpenAI, Sam Altman, chegou a classificar as ações de Zuckerberg como “desagradáveis”. Mas, aparentemente, a ofensiva não foi suficiente para reter os talentos.

Laboratório dá sinais de instabilidade

As demissões não são a primeira turbulência interna no Meta Superintelligence Labs (MSL), anunciado em junho com o objetivo de desenvolver a superinteligência — uma IA com capacidades cognitivas superiores até às humanas.

Zuckerberg prometeu recursos computacionais quase ilimitados e ofereceu pacotes de remuneração grandiosos. No entanto, nos últimos meses, a divisão de IA da empresa já passou por pelo menos quatro reorganizações.

Em agosto, a companhia anunciou a nova estrutura do MSL, dividida em quatro grupos, e, poucos dias depois, resolveu congelar novas contratações para a área, em uma tentativa de consolidar a equipe após a fase de recrutamento intensa.

Segundo a Wired, executivos da Meta têm lutado para combater problemas burocráticos e de recrutamento. A revista cita o caso de Shengjia Zhao, outro ex-pesquisador da OpenAI que, após ser contratado pela Meta, chegou a assinar os papéis para voltar à antiga empresa, antes de ser finalmente oficializado como cientista-chefe do MSL.

A criação do laboratório foi tema do Tecnocast 384: Superinteligência.

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