O fim do vale da estranheza | A IA já passa no “teste de Turing da estética”

Tecnologia

Chegamos em um ponto onde não está nada fácil diferenciar o que é humano e o que é máquina. A evolução da inteligência artificial (IA) já passa no “teste de Turing”, criado lá em 1960 pelo cientista da computação Alan Turing, que propôs um experimento em que um humano deveria conversar com outra pessoa e com uma máquina sem saber quem era quem. Se o avaliador não conseguisse distinguir entre a máquina e o ser humano, então o computador teria passado no teste. Agora, nos deparamos com um “teste de Turing da estética”, sem saber se uma foto é criada por IA ou não.

Originalmente, esse teste de Turing era voltada para o comportamento linguístico (ou seja, se uma máquina poderia pensar ou se expressar de forma convincente. No entanto, com a ascensão de modelos de linguagem avançados, esse limite já foi alcançado. Agora surge um novo desafio: se a IA pode enganar nossos ouvidos e olhos com obras artísticas, estaria ela passando também nesse teste estético?

Vogue, o Papa e a nova era da estética artificial

Dois exemplos recentes ilustram bem esse fenômeno. Neste mês de agosto, a marca Guess publicou na revista Vogue um anúncio com uma modelo criada integralmente por IA, o que gerou polêmica.


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Outro caso marcante ocorreu em 2023, quando milhões de pessoas acreditaram em uma imagem viral do Papa Francisco usando uma jaqueta puffer branca. A foto parecia real, mas era uma montagem gerada por IA.

Em artigo publicado no The Conversation, a professora de Análise de Negócios e Sistemas de Informação da Quinnipiac University, Tamilla Triantoro, mencionou que e sses episódios mostram que já não conseguimos diferenciar de imediato o que é humano e o que é sintético. A IA não só copia a realidade, mas a aperfeiçoa, criando versões “mais perfeitas do que o real”.

O fim do vale da estranheza

Durante décadas, falava-se no conceito do “vale da estranheza”, uma sensação incômoda quando algo parece quase humano, mas não o suficiente, como um robô humanoide. Hoje, a inteligência artificial ultrapassa essa barreira. Não comete mais erros sutis que revelam a falsificação. Pelo contrário: ao analisar milhões de obras humanas, aprendeu a reproduzir padrões de beleza, ritmo e composição de forma estatisticamente convincente. Resultado: imagens, músicas e textos que parecem com criações humanas e ainda podem provocar emoção e engajamento.

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