Já sabemos que a nuvem revolucionou a forma como empresas operam, mas, por consequência, também mudou radicalmente a forma como os atacantes enxergam oportunidades. Hoje, não é preciso um ataque complexo para comprometer um negócio. Muitas vezes, basta uma credencial esquecida, um armazenamento mal configurado ou uma permissão concedida sem muito critério.
O Relatório de Riscos de Segurança na Nuvem 2025 da Tenable (*) mostrou que erros evitáveis ainda expõem dados críticos todos os dias. São casos de chaves de API deixadas públicas, buckets de armazenamento sem autenticação e contas privilegiadas com acesso além do necessário.
Quando isso acontece, o caminho para acessar informações sensíveis e sistemas essenciais pode ser questão de minutos.
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A nova lógica da proteção digital
O ritmo da nuvem não perdoa métodos antigos. Recursos surgem e desaparecem rapidamente, permissões mudam o tempo todo e novas integrações, incluindo a IA generativa com ChatGPT, Gemini, Copilot e outros LLM, ampliam a superfície de ataque. Proteger esse cenário exige mais do que rodar um scanner de tempos em tempos. É preciso gestão contínua de exposição, reunindo dados sobre vulnerabilidades, configurações e identidades para agir sobre o que realmente representa risco e, muito importante, priorizar e ter a plena gestão de vulnerabilidades.
Quatro movimentos estratégicos para fortalecer a segurança na nuvem
Proteger um ambiente em constante mudança não é tarefa para checklists ocasionais. É como tentar garantir a segurança de uma cidade que nunca dorme e que está sempre se expandindo: novos prédios surgem, ruas mudam de direção, e cada esquina pode revelar uma nova vulnerabilidade.
Nesse cenário, as empresas precisam adotar práticas que não sejam apenas reativas, mas que antecipem problemas e criem uma base sólida para decisões rápidas e acertadas baseadas em contexto.
O primeiro passo é conquistar visibilidade unificada. Sem um mapa claro de todos os ativos – espalhados, muitas vezes, por diferentes provedores de nuvem – a empresa corre o risco de proteger apenas parte do território, deixando brechas justamente onde não está olhando.
Depois, vem a necessidade de estabelecer configurações seguras por padrão. Isso significa criar políticas e automações que impeçam, de forma preventiva, que erros humanos ou descuidos técnicos cheguem até o ambiente de produção. É como construir muros de proteção já na fundação da cidade, não depois que ela está pronta.
O terceiro movimento é manter um monitoramento constante. Em um ecossistema tão dinâmico, mudanças não autorizadas ou atividades suspeitas não podem esperar dias para serem descobertas. É preciso estar pronto para detectar e agir em tempo real, antes que um incidente ganhe proporções críticas.
Por fim, é essencial priorizar a correção. Nem todos os riscos têm o mesmo peso. Focar primeiro no que tem maior probabilidade de exploração e potencial de impacto sobre o negócio é o que diferencia empresas que apenas “combatem incêndios” daquelas que de fato protegem o que é mais valioso. E neste ponto que entra a importância de ter uma ferramenta de gerenciamento de exposição que realmente entregue dados acionáveis, fáceis de compreender por parte do board e outros setores da companhia que não são de TI – a comunicação e objetivo claro são cruciais para conquistar uma cultura de cibersegurança.
Segurança como motor da inovação
Tratar a gerenciamento de exposição como prioridade não é apenas uma questão de defesa. É um acelerador para inovação: quanto mais confiança na integridade do ambiente, mais rápido as empresas podem adotar novas tecnologias e explorar todo o potencial da nuvem.
No fim das contas, segurança e agilidade não são opostos. Pelo contrário — quando andam juntas, tornam-se a força motriz para que empresas avancem com coragem no mundo digital.
(*) O Relatório de Riscos de Segurança na Nuvem 2025 reflete as descobertas da equipe da Tenable Cloud Research com base na telemetria de cargas de trabalho em diversos ambientes corporativos e de nuvem pública, analisadas de outubro de 2024 a março de 2025.
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