Na última semana, foi deflagrada a maior operação contra o crime organizado na história do Brasil, e um dos principais focos foi o setor de combustíveis.
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O esquema, comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), tinha como objetivos principais a lavagem de dinheiro, a sonegação de bilhões em impostos e a adulteração de gasolina em postos ligados ao grupo.
No caso dos combustíveis, a adulteração não era feita apenas no líquido, mas também nas bombas. De acordo com as autoridades, a facção aplicava o golpe da “bomba baixa”, alterando o equipamento para entregar menos combustível do que o indicado no painel.
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Agora, porém, já existe um novo tipo de bomba com tecnologia capaz de impedir esse tipo de fraude. O equipamento é mais caro que o tradicional, mas já está presente em alguns postos brasileiros.
Em São Paulo, por exemplo, essas bombas já podem ser encontradas em cerca de 171 postos e seu uso será obrigatório em todo o país a partir de 2029.

Como funciona a bomba criptografada?
Conhecida como bomba medidora criptografada, o equipamento inviabiliza o golpe da “bomba baixa”, que consiste no uso de dispositivos eletrônicos para manipular o painel visível ao consumidor, exibindo uma quantidade incorreta de combustível para cobrança.
As novas bombas não permitem a instalação desses dispositivos, já que utilizam uma assinatura digital inviolável, que registra cada abastecimento com um certificado ou código eletrônico — de forma semelhante ao funcionamento de cartões de crédito virtuais.
Caso haja tentativa de adulteração, o próprio equipamento trava e deixa de funcionar. Além disso, conta com monitoramento remoto e outros recursos de segurança considerados invioláveis.

Quais postos já possuem a nova bomba e quanto custa cada uma?
Para identificar os postos que já utilizam bombas criptografadas, o Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (Ipem-SP) desenvolveu uma ferramenta online. Pelo site do órgão, é possível localizar os estabelecimentos que já oferecem o equipamento.
O custo, no entanto, é mais alto para os postos. Segundo o presidente do Instituto Combustível Legal, Emerson Kapaz, as bombas criptografadas podem custar de 20% a 30% a mais do que as tradicionais.

A transição gradual até 2029 foi definida justamente para reduzir o impacto financeiro. Há também discussões no setor sobre a possibilidade de financiamento via BNDES para facilitar a implantação da tecnologia.
Enquanto as bombas criptografadas não chegam a todos os postos do país, o consumidor deve redobrar a atenção para evitar golpes como o da “bomba baixa”. Para dicas de como se prevenir, clique aqui para acessar nossa outra matéria.
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