Professor de Stanford faz provas escritas há 2 anos por causa da IA; aluno pediu

Tecnologia

Um professor da Universidade de Stanford tomou uma decisão surpreendente em relação às suas avaliações: aplicar provas escritas aos seus alunos de doutorado. A sugestão, que partiu de um doutorando, tem como objetivo otimizar a forma de testar o conhecimento na universidade diante dos avanços da inteligência artificial (IA).

Jure Leskovec, docente de ciência da computação, pesquisa aprendizado de máquina há quase três décadas. No entanto, o crescimento das ferramentas de IA, como o ChatGPT, nos últimos dois anos gerou uma espécie de crise existencial entre ele e seus estudantes.

Os debates entre os alunos de doutorado giravam em torno de como lidar com tecnologias capazes de realizar pesquisas, o que os levou a questionar seus papéis no futuro. Foi nesse contexto que, em uma conversa, um dos estudantes sugeriu a mudança nas avaliações, propondo que elas passassem a ser aplicadas via provas escritas.


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Das provas online às avaliações escritas

As avaliações conduzidas por Leskovec eram baseadas em provas online. A mudança para o formato escrito, implementada há aproximadamente dois anos, alterou também a rotina de correções do professor.

Em entrevista à Fortune, Leskovec ressaltou que, embora os testes escritos levem muito mais tempo para serem corrigidos, esse método é capaz de avaliar melhor o conhecimento dos alunos.

O docente destacou ainda que, embora agora haja mais trabalho para ele e seus assistentes, eles não utilizam IA para analisar as provas.

“Não, não, não, nós corrigimos manualmente”, enfatizou o professor de Stanford.

Correção de prova
Professor Jure Leskovec destaca que não utiliza IA para corrigir as provas escritas dos alunos (Reprodução/Freepik)

Mesmo adotando avaliações sem apoio da IA, Leskovec não vê essa tecnologia como inimiga. Ele considera a ferramenta muito poderosa e reconhece que seu rápido desenvolvimento surpreendeu a todos.

“[…] precisamos aprender a usar essa ferramenta e precisamos ser capazes de testar tanto a capacidade dos humanos de usar a ferramenta quanto a capacidade dos humanos de pensar por si mesmos”, disse Leskovec.

O docente ainda acredita que trabalhadores, professores e estudantes estão “muito no início” do desenvolvimento das habilidades relacionadas ao uso da inteligência artificial, e que o foco deve ser encontrar soluções para lidar com essa tecnologia.

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