Brasil e EUA devem buscar o abrandamento das sanções e aparar arestas, diz CEO da HKTC do Brasil

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Da Redação

Brasília – O telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump permite pensar não apenas no abrandamento das tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a uma vasta gama de produtos exportados pelo Brasil para o mercado americano, mas criar uma expectativa de que isso aconteça, até porque não existe outra opção. A opinião é de Daniel Cassetari, CEo da HKTC do Brasil e com mais de 25 anos atuando como especialista em comércio exterior.

Criada no ano 2.000, a empresa é uma multinacional com sede em Hong Kong – China, onde opera com o nome de HKTC and Business Limited. No Brasil, a companhia possui quatro unidades instaladas: a matriz em São Paulo; duas filiais em Garuva e em Itajaí (Santa Catarina); e uma quarta unidade em Pouso Alegre (Minas Gerais).

Além de comandar as unidades da empresa no Brasil, Daniel Cassetari lidera a expansão da HKTC na Ásia e na América Latina, criando estratégias para fortalecer a presença global da empresa. Ele atua com foco especial em excelência, inovação e competitividade no mercado internacional.

A exemplo do que aconteceu com praticamente todas as empresas brasileiras vinculadas ao comércio exterior, a HKTC também recebeu com surpresa e apreensão as tarifas de 50% impostas pelo presidente Trump aos produtos brasileiros embarcados para o mercado americano.

Preocupação que foi aliviada após a troca de elogios entre os presidentes Lula e Trump em rápido encontro à margem da Assembleia Geral da ONU, no dia 24 de setembro, em Nova York e que se transformou em esperança no último dia 6 de outubro, com um telefonema de 30 minutos entre os dois presidentes.

A hora do abrandamento das sanções

Ao falar sobre esse contato telefônico, Daniel Cassetari afirmou que “agora é hora de pensarmos no abrandamento das sanções. Obviamente que virão outras coisas por trás disso, mas precisamos desse abrandamento da mesma forma que os Estados Unidos também precisam”.

Profissional habilidoso, participante de incontáveis e relevantes negociações comerciais internacionais, o CEO da HKTR do Brasil observa os desdobramentos das divergências entre os governos brasileiro e americano surgidas com a imposição de tarifas unilaterais pelos EUA com prudência e serenidade.

Para ele, é inegável que na condução das negociações que podem acontecer em um encontro entre Lula e Trump durante a reunião de Cúpula do Conselho da ASEAN, na Malásia, no dia 26 de outubro, o governo brasileiro certamente terá que fazer concessões.

E reforça: “é preciso que sejam feitas não só concessões, mas também adequações no contexto da situação que ora se apresenta. Até porque o Brasil compra muito dos Estados Unidos, e o país é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e o Brasil também é um grande importador de produtos americanos”.

Ao mencionar concessões que certamente terão que ser feitas pelo Brasil numa rodada de negociações com os Estados Unidos, o CEO da HKTR do Brasil admite que o presidente Lula poderá acenar ao presidente Trump com avanços em dois dos diversos temas de interesse americano em suas relações com o Brasil: a normatização da atuação das chamadas big techs no território nacional e uma eventual negociação envolvendo as exportações de terras raras para os Estados Unidos.

Segundo Daniel Cassetari, “com certeza, esses dois temas serão alvo das conversações entre os dois presidentes, mas outros temas igualmente relevantes constarão da agenda, mas não serão tão importantes quanto as negociações em relação ao agro”, numa referência implícita às exportações de carne bovina, café, suco de laranja e outros produtos do agronegócio que são destaque nas exportações brasileiras para o mercado americano.

Para o executivo da HKTR do Brasil, “o agronegócio brasileiro está sofrendo muito {com a redução expressiva das exportações}, mas os consumidores e importadores americanos também estão sofrendo muito com a falta de produtos brasileiros como o café, o que fez com que os preços dos produtos subissem acentuadamente no mercado americano”, concluiu.

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