Você já pode ter lido rumores sobre um suposto celular da Tesla – tema que ganhou força nas redes sociais de uns tempos para cá. A possibilidade de vermos um smartphone desenvolvido pela famosa fabricante de carros elétricos de Elon Musk criou expectativas, mas o próprio Musk já deixou claro que a Tesla não tem planos de entrar nesse mercado.
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Para ele, investir nesse segmento só faria sentido em um cenário extremo, caso Apple e Google (que dominam os sistemas operacionais móveis) restringissem o acesso de forma abusiva.
Essa justificativa, baseada totalmente em um cenário hipotético, apenas reforça ainda mais a dúvida: o que Musk teria a perder ao investir no segmento mobile?
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A seguir, avaliamos os possíveis motivos por trás dessa atitude.
Barreiras de ecossistema e dependência de plataformas
Um smartphone requer não apenas hardware bem projetado, mas também um ecossistema completo de software, loja de apps, parcerias com desenvolvedores e compatibilidade com apps existentes.
Entrar nesse mercado é desafiador, especialmente quando já se está diante de duas plataformas dominantes: Android e iOS. Musk sugere que ele só daria esse passo caso tais empresas “se comportem muito mal” – um comentário vago e baseado em uma situação completamente improvável.
Risco de fragmentação ou falha de adoção
Historicamente, empresas que tentaram lançar sistemas móveis alternativos enfrentaram dificuldades enormes para conquistar desenvolvedores e usuários. O fracasso do Windows Phone da Microsoft e do Fire Phone da Amazon são bons exemplos disso.
A Tesla teria que sustentar um ecossistema de apps, o que exige investimento contínuo. Musk pode estar considerando que esse risco ainda é muito alto para ser justificado.

3. Foco estratégico em outras frentes
Elon Musk e suas empresas já investem pesado em carros elétricos, baterias, energia solar, foguetes e comunicação via satélite. Lançar um smartphone pode desviar foco e recursos de áreas consideradas mais estratégicas para ele.
O bilionário claramente não está interessado em entrar em um novo mercado enquanto ainda tem tanto a melhorar dentro daqueles em que já está inserido.
4. Somente sob “necessidade extrema”
A fala de Musk sugere que o celular da Tesla seria uma ação reativa para preservar a liberdade de software no mundo.
Apesar de não ter entrado em grandes detalhes, ele pode estar se referindo à possibilidade ínfima de ver sua rede social, o X (ex-Twitter), ser bloqueada em plataformas como Android e iOS.
São raros os casos de vermos essas plataformas bloquearem por completo o acesso a algum aplicativo em seus sistemas operacionais, mas existem alguns paralelos que chamam atenção.
O Tumblr, por exemplo, foi banido da App Store da Apple em 2018 por permitir livremente o compartilhamento de pornografia infantil. A plataforma rapidamente tomou as medidas necessárias para ter seu app reativado na loja.
O X já deu cartão verde para o compartilhamento livre de conteúdo adulto e aparentemente não tem aplicado nenhum filtro ou limite a esse tipo de material. Sendo assim, existe um risco real da rede social ser banida dessas plataformas em algum momento – por mais que seja improvável.

Não lançar pode ser uma escolha consciente
A Tesla já possui experiência em hardware, software e integração no universo automotivo, mas lançar um smartphone exige uma estrutura inteira de ecossistema, apps, suporte e adoção – algo complexo e arriscado.
O foco de Musk parece estar voltado para tecnologias futuras como interfaces cérebro-máquina (neuralink) ou sistemas de rede satelital, que ele considera mais transformadores para o futuro humano.
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