Halo com problemas? Saída de diretor acende alerta no estúdio

Tecnologia

O Xbox está passando por uma das suas piores fases desde o lançamento, em 2001, e não apenas no campo da administração geral da marca, como também nos estúdios de desenvolvimento. Esse é o caso do Halo Studios, que perdeu mais um de seus líderes de arte semanas antes de anunciar seus próximos projetos.

Na última semana, o diretor de arte do Halo Studios (anteriormente 343 Industries), Glenn Israel, divulgou sua saída do estúdio após 17 anos na empresa. A comunicação foi feita de forma preocupante, deixando claro que há assuntos que ele abordará futuramente e mencionando o “estado sombrio da indústria”.

“Depois de dezessete longos anos, eu oficialmente não estou mais contribuindo para o universo Halo. Há pouco mais que eu possa dizer no momento, embora eu pretenda compartilhar esta história em particular na íntegra quando for absolutamente seguro fazê-lo no próximo ano”, contou Israel em uma publicação no LinkedIn.


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“Nenhuma ilusão de segurança nem promessa de riqueza, fama ou poder vale a pena trocar por sua saúde, sua dignidade, sua ética ou seus valores – e ninguém pode forçá-los a isso”.

Glenn Israel estava na desenvolvedora de Halo desde 2010, quando ingressou como artista para trabalhar em Halo: ODST. A saída do líder escancara problemas no quadro de lideranças do Halo Studios, segundo o repórter de videogames especializado em Halo conhecido como Mr. Rebs, que confirma a situação delicada do estúdio.

A saída do diretor de arte acontece um mês após Melissa Boone, chefe de equipe da desenvolvedora, ter deixado seu cargo em setembro. Atualmente, dos nove desenvolvedores da equipe de arte que trabalharam em Halo Infinite, último lançamento da franquia, resta apenas um: Donnie Taylor. Ele segue no cargo de diretor de arte de Halo desde agosto de 2022.

Demissão em massa cria clima tenso no Halo Studios

E não é para menos que a situação parece delicada: desde a demissão em massa promovida pela Microsoft em julho deste ano — movimento que afetou mais de 9 mil pessoas em todas as frentes da big tech —, a moral do Halo Studios estaria baixa. Essa situação se assemelha à de outros estúdios do Xbox, como a King, ainda que em níveis diferentes.

Segundo o portal Engadget na época, ao menos cinco pessoas haviam sido cortadas no Halo Studios. Esses ex-colaboradores descreveram o estado do estúdio como de “clima tenso” e afirmaram que um de seus múltiplos projetos em desenvolvimento estava passando por problemas de qualidade.

Apenas um dos nove desenvolvedores da equipe de arte de Halo Infinite (Divulgação/Microsoft)

Entre os vários jogos em desenvolvimento pelo Halo Studios, há o rumorizado remake de Halo: Combat Evolved. O título estaria programado para chegar no próximo ano, em comemoração aos 25 anos da franquia, e pode ser lançado também no PlayStation 5, assim como outros jogos do Xbox recentemente.

Além disso, o estúdio planeja anunciar seus planos futuros durante o Campeonato Mundial de Halo, que começa no dia 24 de outubro.

Xbox não consegue segurar veteranos

A situação no Halo Studios expõe um problema maior nos estúdios do Xbox: a dificuldade em manter veteranos e preservar sua essência. Esse é o caso da Rare, um dos estúdios que era visto como padrão-ouro nos anos 90 e que sofreu transformações brutas que o deixaram irreconhecível.

Everwild foi um dos projetos cancelados após demissões da Microsoft em julho de 2025 (Divulgação/Microsoft)

A desenvolvedora do Reino Unido também sofreu mudanças significativas em sua força de trabalho, incluindo as saídas de veteranos como Gregg Mayles, que deixou o estúdio após 35 anos como parte dos cortes da Microsoft em julho, e Louise O’Connor, que foi movida para o cargo de chefe do Xbox Game Studios.

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