
A OpenAI lançou sua maior campanha de marketing para promover o ChatGPT, com comerciais de TV, anúncios em plataformas de streaming, redes sociais e parcerias com influenciadores nos Estados Unidos e no Reino Unido. A intenção era aproximar a inteligência artificial (IA) do cotidiano das pessoas, mostrando situações leves como um jovem tentando impressionar em um encontro com uma receita sugerida pelo ChatGPT e outro buscando motivação para treinar.
Mas, os anúncios não conseguiram gerar conexão emocional nem impacto em intenção de compra (assinatura do pro, no caso), segundo pesquisa da empresa de análise System1.
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Conforme a pesquisa, a recepção do público ficou muito abaixo do esperado. O levantamento mediu as reações de consumidores americanos com base nas emoções universais identificadas pelo psicólogo Paul Ekman: felicidade, surpresa, medo, tristeza, raiva, entre outras. Os comerciais ficaram entre os 20% piores em potencial de crescimento de marca e vendas imediatas.
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Campanhas da OpenAI no YouTube
Um dos principais problemas apontados foi a falta de clareza sobre qual produto estava sendo anunciado. Muitos espectadores só perceberam que se tratava do ChatGPT nos segundos finais, quando o logotipo aparecia na tela. Isso indica que, mesmo com o visual atraente e histórias simpáticas, a marca falhou em se destacar e transmitir sua proposta de valor nos criativos.
Até o próprio ChatGPT deu nota mediana aos anúncios
De forma curiosa, o pesquisador de marketing Mark Ritson pediu ao próprio ChatGPT que avaliasse um dos vídeos, e o resultado reforçou as críticas: a inteligência artificial deu apenas cinco de 10 pontos, considerando o conteúdo genérico e pouco memorável.
O caso ilustra um desafio crescente para o setor de tecnologia: enquanto as empresas de IA tentam humanizar suas marcas, o público ainda parece distante da mensagem.
No fim, o marketing da OpenAI provou ser bonito, mas pouco convincente em mostrar por que o ChatGPT realmente faz diferença na vida das pessoas.
Desafio das marcas de IA: confiança e relevância
O desempenho da campanha também reflete um problema enfrentado por empresas de tecnologia: a dificuldade em traduzir o potencial da IA em benefícios reais para o público comum.
O artigo menciona que muitas pessoas ainda veem o ChatGPT como algo distante, técnico ou voltado apenas para profissionais da área. Quando a publicidade tenta simplificar demais essa relação, corre o risco de parecer artificial ou desconectada da realidade do consumidor.
Vale lembrar que a confiança no uso de inteligência artificial ainda é um tema sensível. Questões sobre privacidade, autenticidade e impacto no emprego moldam a percepção do público.
Assim, campanhas como a da OpenAI precisam ir além da estética de vídeos bonitos e focar em mostrar resultados concretos e experiências humanas genuínas.
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