
Astrofísicos de uma universidade dos Estados Unidos podem ter descoberto um novo planeta do Sistema Solar, que estaria mais próximo do Sol do que o já famoso e hipotético “Planeta 9”. Chamado de “Planeta Y“, o mundo oculto é apontado como uma possível explicação para anomalias observadas nas profundezas do Sistema Solar.
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As descobertas dos cientistas da Universidade de Princeton foram publicadas na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters (academic.oup.com) e são resultado de estudos baseados em um novo método de análise do plano do Cinturão de Kuiper.
Essa região é conhecida por abrigar diversos pequenos corpos celestes gelados — como Plutão — e está localizada além da órbita de Netuno. De acordo com os especialistas, algo parece estar alterando a órbita de alguns objetos situados nessa área.
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“Uma explicação é a presença de um planeta invisível, provavelmente menor que a Terra e maior que Mercúrio, orbitando nas profundezas do Sistema Solar externo”, disse à CNN Amir Siraj, astrofísico, autor principal do estudo e doutorando em ciências astrofísicas na Universidade de Princeton.
Alterações orbitais no Cinturão de Kuiper
A equipe de Siraj, que também inclui os astrofísicos Christopher Chyba e Scott Tremaine, desenvolveu uma nova técnica para calcular o plano do Cinturão de Kuiper, eliminando distorções causadas pelas limitações das observações astronômicas, como o alcance e a sensibilidade dos telescópios.
A iniciativa surgiu porque é extremamente difícil analisar detalhadamente os pequenos e pouco luminosos objetos gelados que orbitam essa região distante.

Com o novo método, os pesquisadores investigaram 154 objetos além da órbita de Netuno, concentrando-se naqueles que se encontram entre a borda externa do Cinturão de Kuiper e as regiões onde a gravidade de Netuno não exerce influência significativa.
Os cientistas encontraram evidências de corpos com órbitas inclinadas cerca de 15 graus em relação ao plano do Sistema Solar. Simulações posteriores sugerem que essa alteração pode ser causada pelo hipotético Planeta Y.
O mundo em questão seria pequeno — entre os tamanhos de Mercúrio e Terra — e as simulações indicam que ele estaria orbitando o Sistema Solar externo com uma inclinação de 10 graus, a uma distância entre 80 e 200 unidades astronômicas (cerca de 12 a 30 bilhões de quilômetros).
“Este artigo não é a descoberta de um planeta, mas certamente é a descoberta de um quebra-cabeça para o qual um planeta é uma solução provável”, destacou Amir Siraj.
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