
Além de ser um problema de segurança pública no Brasil, o roubo de cabos de telecomunicações também causa prejuízos nos Estados Unidos. Só em relação à infraestrutura da operadora AT&T, já são 7 mil casos registrados em 2025, segundo um levatamento da própria empresa.
Somadas, as ocorrências já causaram danos com custo estimado de US$ 60 milhões, ou R$ 323 milhões em conversão direta.
Já a operadora Verizon apontou que os locais mais afetados foram a Califórnia e o Texas, com ataques que ocorrem de forma repetida nas mesmas regiões.
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Por lá, a dinâmica é similar ao que é visto no Brasil: ladrões têm confundido cabos de fibra óptica com fios de cobre, e assim destroem redes modernas que não possuem valor de revenda.

Na prática, os roubos levam ao uso de recursos que poderiam ser usados em projetos de expansão e melhoria da rede. Para os clientes, interrupções no serviço são percebidas como um efeito direto.
Nos Estados Unidos, o vandalismo à infraestrutura de telecomunicações é considerado um crime grave em apenas 28 dos 50 estados.
Por isso, há um movimento das operadoras para a criação de leis estaduais mais rígidas, além da realização de campanhas de conscientização pública.
Roubo de cabos é problema também do setor de energia elétrica
No Brasil, o roubo de fios e cabos no setor de energia elétrica cresceu fortemente na última década. O prejuízo direto, apenas com a reposição dos fios, foi de R$ 26 milhões em 2024, conforme a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).
Parte de todos esses custos é repassada aos consumidores por meio das contas de luz.
Também se estima que o volume de material roubado já chega a cerca de 100 toneladas. No total, esses furtos causaram 88.870 interrupções elétricas em 2024, com uma duração média de 8,64 horas, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Já os prejuízos indiretos, que incluem fatores como a interrupção de serviços diversos, podem chegar a R$ 1 bilhão anualmente, segundo estimativa do Sindicato Interestadual da Indústria de Material Elétrico e Eletrônico (Sindcel).
Penalizações foram aumentadas
A Lei 15.181, sancionada em julho deste ano, prevê penas maiores para crimes associados à infraestrutura de energia e telecomunicações.
Para o crime de roubo, a pena atual do Código Penal já prevê 4 a 10 anos de reclusão. Pela nova lei, a punição será aumentada de um terço à metade se o crime envolver equipamentos de energia, telefonia, dados ou transporte ferroviário e metroviário.
Portanto, o tempo máximo de prisão possível passa para 15 anos.
Já o crime de furto pode ter a pena dobrada com a nova lei. Como a punição atual já leva a 1 a 4 anos de reclusão, a nova regra amplia o tempo para de 2 a 8 anos.
Além disso, a receptação, que é o crime de adquirir, receber ou ocultar bens de origem ilícita, também teve a punição dobrada, passando de 1 a 4 anos para a pena “padrão”, para 2 a 8 anos no caso específico da subtração de infraestrutura de telecomunicações ou energia.
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