
Na última quinta-feira (30), a OpenAI anunciou que o Sora, sua ferramenta de geração de vídeos por IA, passará a ter limites de uso gratuito e oferecer pacotes pagos para quem quiser produzir mais conteúdo, um movimento que marca o início da estratégia da empresa para transformar o Sora em fonte de receita. O anúncio foi feito por Bill Peebles, diretor do Sora, via X.
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Na publicação, Peebles reconheceu que a demanda surpreendeu a empresa. “Ficamos muito impressionados com o quanto nossos usuários avançados querem usar o Sora, e a economia está completamente insustentável no momento”, afirmou. Segundo ele, a equipe acreditava que 30 gerações gratuitas por dia seriam mais do que suficientes, mas viu que estava errada.
Além de justificar a mudança, ele explicou que o novo modelo busca atender justamente esses usuários mais intensivos, permitindo que paguem para continuar criando. “Isso permitirá que nossos criadores profissionais tenham todo o uso que estiverem dispostos a pagar”, escreveu.
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Peebles também deixou claro que a cobrança é o início de uma estratégia mais ampla. “Este é um passo em direção a uma nova economia do Sora”, disse. A ideia é permitir que detentores de direitos possam, no futuro, cobrar pelo uso de personagens e pessoas em vídeos gerados, um caminho para que criadores também monetizem. “Em breve, vamos testar a monetização, priorizando pessoas e empresas que entraram cedo na plataforma”, afirmou.
Sora deixa de ser totalmente gratuito
we are launching the ability to buy extra gens in sora today. we are doing this for two main reasons:
first, we have been quite amazed by how much our power users want to use sora, and the economics are currently completely unsustainable. we thought 30 free gens/day would be…
— Bill Peebles (@billpeeb) October 30, 2025
Com a mudança, todos os usuários (gratuitos e assinantes) passam a ter 30 vídeos diários. Se quiser continuar produzindo, o usuário poderá pagar US$ 4 por um pacote com dez gerações extras. Já assinantes do plano Pro poderão utilizar até 100 vídeos por dia, reforçando o foco em profissionais de conteúdo.
A decisão indica que a fase experimental do Sora chegou ao fim. O modelo começa agora a operar como produto comercial, e como parte de uma estratégia financeira mais ampla para sustentar os custos elevados do sistema.
Outra frente anunciada pela OpenAI é o recurso de avatares digitais. O usuário poderá criar uma versão de si mesmo ou de um personagem próprio para aparecer em vídeos e controlar seu uso. A função abre espaço para um mercado de licenciamento de imagem dentro da plataforma, inaugurando uma espécie de “economia de avatares”.
No Brasil, Sora deve chegar já monetizado
O Sora ainda não está disponível no Brasil, mas a cobrança já é realidade no ecossistema da OpenAI. Na semana passada, o ChatGPT passou a ser cobrado em reais no país: o plano Plus, que antes passava de R$ 110 com IOF ao converter dos EUA, agora custa R$ 99,90. Planos Go e Pro também já estão disponíveis com tabela local.
Com o Sora entrando na fase paga, a OpenAI deixa claro que a era das ferramentas avançadas totalmente gratuitas está acabando. A empresa mira sustentabilidade e monetização enquanto avança no desenvolvimento de IA e reforça que a criatividade ilimitada agora tem limite, e preço.
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