A Coca-Cola está apostando mais uma vez na inteligência artificial para celebrar o Natal, e, novamente, gerando debate. Após a repercussão negativa do ano passado, quando lançou um comercial festivo inteiramente criado por IA e recebeu críticas por estética estranha e pela substituição de artistas humanos, a marca decidiu repetir a experiência. Mas, desta vez, trocou humanos por animais digitais, na tentativa de conquistar o público e evitar o clima que incomodou tantos espectadores em 2024. Mas as críticas vieram a todo vapor.
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O que deu errado no Natal de 2024
Em 2024, a Coca-Cola lançou a primeira versão totalmente gerada por IA da icônica campanha “Holidays Are Coming”. O resultado? Caminhões deslizando sem girar as rodas, rostos humanos com expressões estranhas e uma atmosfera desconfortante, segundo as críticas do público.
Coca Cola’s annual Christmas commercial has been created with AI this time. pic.twitter.com/xO72akwoBh
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–— DiscussingFilm (@DiscussingFilm) November 15, 2024
O vídeo viralizou pela rejeição. Profissionais criativos e consumidores criticaram o visual artificial e a percepção de que artistas estavam sendo substituídos pela tecnologia. Até celebridades do setor se manifestaram, acusando a empresa de “tirar sangue de artistas fora do mercado”. A discussão se estendeu para o impacto social da IA na indústria criativa, transformando o comercial em símbolo da tensão entre tecnologia e trabalho humano.
Apesar das críticas, a campanha gerou bilhões de visualizações, reforçando que a repercussão negativa também trouxe atenção.
O que mudou no anúncio de 2025
Neste ano, a Coca-Cola voltou a usar IA, mas com mudanças estratégicas. Em vez de pessoas, o comercial traz ursos polares, pandas, focas e outros animais. A ideia é minimizar os problemas de realismo humano.
A empresa afirma que a tecnologia evoluiu e que o acabamento visual estaria “dez vezes melhor”. A produção também foi mais ágil: segundo executivos, o processo que antes levaria um ano foi concluído em cerca de um mês, com equipes reduzidas, embora ainda com dezenas de profissionais humanos envolvidos.
“A evolução desse tipo de tecnologia nos permitiu aprimorar nossos filmes e refinar nossa narrativa para criar um conteúdo que nossos clientes acolham e com o qual interajam. O filme do ano passado teve um desempenho excepcional e foi um sucesso entre os clientes, que é o que mais importa para nós”, afirmou Pratik Thakar, vice-presidente global e chefe de IA generativa da The Coca-Cola Company, ao Mashable.
Por que ainda há críticas em 2025
Mesmo com a nova abordagem, o anúncio não escapou da controvérsia. Comentários negativos nas redes sociais apontam que o resultado ainda parece artificial e que a estética continua “desajeitada”.
Outros mantém a crítica ética: dizem que uma marca com o peso da Coca-Cola deveria empregar artistas, não substituí-los, principalmente em uma campanha tão simbólica para a cultura e para a publicidade mundial. Segundo Jason Zada, fundador da Secret Level, estúdio responsável pela campanha, diz que levou cerca de um mês e uma equipe de 20 profissionais para criar o anúncio de 90 segundos:
We are incredibly proud to have partnered with Coca-Cola for the second time for the “Holidays are Coming” AI film. Last year was a cultural milestone, and this year, through animated characters, we bring magic across the globe with the arrival of the Coca-Cola trucks. pic.twitter.com/Bs7Gmj09gD
— Jason Zada (@jasonzada) November 3, 2025
Apesar das críticas, há também quem defenda o comercial da Coca-Cola, argumentando que a inteligência artificial é apenas mais uma ferramenta criativa e que o conceito foi originalmente desenvolvido por humanos.
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