Pegou mal: Microsoft ironiza mídia física em comercial do Xbox Game Pass

Tecnologia
Resumo
  • O comercial do Xbox Game Pass compara a conveniência do serviço digital com locadoras, destacando o acesso imediato a mais de 850 jogos.
  • Críticos apontam que o Game Pass não oferece todos os lançamentos no dia do lançamento e que o anúncio ignora a nostalgia das mídias físicas.
  • O mercado de jogos digitais supera o físico globalmente, mas no Brasil, 41% dos jogadores ainda compraram jogos físicos no último ano.

A Microsoft está gerando discussões entre críticos e gamers pela forma como retratou a mídia física numa propaganda recente. O anúncio compara a espera por devoluções de jogos em uma locadora, tida como do passado, com o acesso imediato aos mais de 850 títulos do serviço Game Pass. A descrição do vídeo no YouTube reforça a mensagem: “Com o Xbox Game Pass, novos jogos são adicionados o tempo todo. Jogue o que quiser, quando quiser”.

A reação à campanha não foi tão positiva. O portal especializado Eurogamer aponta que o Game Pass, embora tenha muitas opções, ainda não oferece todos os games recentes no dia do lançamento, algo que o sistema antigo de locadoras permitia (dependendo da disponibilidade de estoque). Outro ponto levantado é que o anúncio parece zombar de uma experiência pela qual muitos jogadores sentem nostalgia.

O que o comercial tenta dizer?

O comercial posiciona o serviço como uma espécie de evolução natural do acesso aos jogos, onde o problema não é mais conseguir um, mas escolher qual jogar em uma vasta biblioteca. No entanto, essa representação pode ser um pouco confusa.

A Microsoft bate na tecla de que acrescenta novidades em duas levas mensais, enquanto a GameSpot lembra que os produtos também são removidos regularmente. Por exemplo, Stalker 2 deixou a plataforma em outubro por causa do lançamento num serviço rival.

O acesso ao acervo de games também se transforma num custo recorrente para os jogadores. No mês passado, a Microsoft realizou um aumento de preços que afetou principalmente o plano Ultimate – no Brasil, ele praticamente dobrou de R$ 59,99 para R$ 119,90.

A venda de mídias físicas no Brasil e no mundo

O mercado de mídias físicas de jogos está em queda no planeta, sendo amplamente superado pelas vendas digitais. No Reino Unido, por exemplo, eles representam 80% de todo o comércio de games, de acordo com relatório do GSD (Games Sales Data).

No Brasil, o cenário é semelhante, mas com uma resistência maior da mídia física. Conforme a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2024, o formato digital é o preferido pela maioria: 53,8% dos jogadores de console afirmaram optar por comprar jogos em formato digital, contra 20,4% que ainda preferem o formato físico (o restante não tem preferência ou prefere ambos).

Embora o digital domine, a PGB 2024 também revelou que 41% dos jogadores brasileiros ainda compraram jogos em formato físico no último ano, mostrando que o formato possui uma base de consumidores relevante no país.

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