Pix sem Fronteiras: por que a abertura aos estrangeiros fortalece o Brasil no cenário global

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Marlon Tseng (*)

A decisão do Brasil de permitir que estrangeiros utilizem o Pix representa um avanço estratégico para a economia nacional e um marco na evolução dos meios de pagamento instantâneos. Mais do que ampliar o acesso de visitantes ao ecossistema financeiro brasileiro, essa medida projeta o país na vanguarda da integração internacional, consolidando o Pix como referência global de eficiência, segurança e inclusão digital.

Lançado pelo Banco Central em 2020, o Pix já havia transformado o mercado doméstico ao democratizar transferências instantâneas, gratuitas e disponíveis 24 horas por dia. Agora, com sua abertura a estrangeiros, ele passa a estimular um fluxo econômico ainda mais dinâmico: amplia oportunidades para empresas brasileiras venderem para consumidores internacionais, facilita o turismo e aproxima o Brasil de um comércio eletrônico verdadeiramente global.

Essa ousadia reforça o pioneirismo brasileiro. Poucos países possuem um sistema tão completo e com adoção massiva. Índia, Estados Unidos e países europeus avançaram com sistemas semelhantes, como o UPI, o Zelle e o FedNow, mas nenhuma combina simplicidade, escalabilidade e capilaridade na mesma proporção que o Pix alcançou em tão pouco tempo. Permitir o acesso internacional fortalece a posição do Brasil como protagonista entre os modelos de pagamentos instantâneos no mundo.

Para a economia real, os benefícios são significativos. Pagamentos internacionais ainda enfrentam custos elevados, prazos longos e barreiras regulatórias que desestimulam consumidores e empresas. Com o Pix habilitado para estrangeiros, reduzimos intermediários, encurtamos processos e criamos uma experiência de compra fluida,  algo essencial para o e-commerce, para marketplaces globais e para negócios que desejam ampliar suas exportações. Ao mesmo tempo, o turismo se fortalece: visitantes passam a pagar com rapidez e previsibilidade, sem depender de cartões internacionais ou taxas cambiais imprevisíveis.

O movimento também abre portas para o fortalecimento das fintechs brasileiras, que passam a competir globalmente oferecendo soluções de pagamento mais modernas do que muitas disponíveis nos países desenvolvidos. Essa integração promove inovação, gera competitividade e impulsiona a imagem do Brasil como hub de tecnologia financeira.

É claro que a ampliação do Pix traz desafios. A interoperabilidade com sistemas estrangeiros, a prevenção a fraudes e os ajustes regulatórios exigem atenção contínua. Mas, se conduzida com responsabilidade,  como tem sido a trajetória do Banco Central, a internacionalização do Pix pode se tornar um dos mais relevantes legados da infraestrutura financeira brasileira.

Ao abrir o Pix para o mundo, o Brasil envia um recado claro: estamos preparados para competir globalmente com tecnologia própria, eficiente e capaz de impulsionar a economia digital. Trata-se de uma oportunidade histórica de conectar o país ao comércio internacional, fortalecer empresas nacionais e liderar a próxima fase dos pagamentos instantâneos.

(*) Marlon Tseng – CEO da Pagsmile

 

 

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