
A descentralização do processamento de dados ganha força com o uso de micro data centers, tecnologia capaz de levar inteligência artificial para locais remotos. O tema foi destaque no Podcast Canaltech, que recebeu Bruno Miranda, head de produtos da CloudVBox, e Fabiano Sabatini, especialista de IoT na Intel para América Latina. A conversa aborda como a computação de borda (edge computing) soluciona problemas de latência e infraestrutura em setores como agronegócio, mineração e serviços públicos.
Segundo dados mencionados por Sabatini durante a entrevista, uma pesquisa em parceria com a IDC aponta que quase metade dos dados corporativos atuais não está pronta para aplicações de inteligência artificial. A solução debatida busca preencher essa lacuna ao instalar capacidade computacional próxima à fonte de geração dos dados, evitando a dependência exclusiva de grandes centros urbanos.
“Quando a gente fala da borda, do edge, você tem dificuldade em levar processamento e equipamentos que possam suprir essa necessidade”, afirma Miranda. A parceria entre as empresas visa entregar hardware e software capazes de suportar alta demanda computacional em regiões com infraestrutura limitada.
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Eficiência e impacto no agronegócio
O setor agropecuário é um dos principais focos da tecnologia. Sabatini destaca que mais de 80% do mercado é composto por agricultura familiar e cooperativas, que muitas vezes carecem de acesso a tecnologias de ponta. A implementação de micro data centers permite o uso de telemetria, análise de solo e automação de balanças diretamente no campo.
Além da conectividade, o projeto apresenta números relevantes em sustentabilidade (ESG). O sistema da CloudVBox registra redução de até 95% no consumo de energia com ar-condicionado e 48% no uso geral de energia, além de operar com consumo zero de água para refrigeração.
“Trabalhando com temperaturas adequadas, esse equipamento tem um tempo de vida útil maior, então você tem menos descarte”, explica Miranda sobre o impacto ambiental.
A tecnologia também utiliza processadores com aceleradores de IA integrados, visando atender demandas de cidades inteligentes (smart cities) e setor de óleo e gás.
Para conferir a discussão completa sobre o impacto dessa infraestrutura no mercado brasileiro, ouça o episódio na íntegra:
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