
O avanço acelerado da inteligência artificial já transforma a rotina de crianças e adolescentes, mas o tema ainda representa um desafio para escolas e educadores no Brasil. Mesmo diante da presença crescente dessas ferramentas no cotidiano, grande parte da população não entende o que, de fato, é IA.
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Uma pesquisa do Datafolha em parceria com a Fundação Itaú, realizada em julho com 2.798 pessoas, apontou que 54% dos entrevistados não sabiam o significado de inteligência artificial. Esse dado reflete um descompasso entre a velocidade da inovação e do desenvolvimento tecnológico em relação ao preparo das pessoas para esse novo cenário.
Para a especialista em IA e educação no UNICEF Brasil, Isabelle Christina, a educação voltada à tecnologia precisa garantir acesso, letramento digital e transparência sobre o que essas ferramentas podem apresentar de possibilidades e riscos.
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Em entrevista ao Podcast Canaltech, ela falou sobre os desafios da inclusão digital para territórios mais vulneráveis e a importância de recompor a educação para essa nova realidade.
“Eu vejo que a gente ainda está no processo de ‘artesanato’ em relação à tudo isso. […] Um processo que eu vejo que é muito importante quando a gente pensa tecnologia e a diversidade e inclusão é justamente essa questão do diálogo, porque é como se a gente tivesse dando um passo atrás para refletir, conversar, pensar e trazer uma significância que faça sentido para os territórios”, explica.
Letramento em IA vai além das ferramentas generativas
Segundo ela, o letramento e a reformulação da educação devem considerar os seguintes fatores:
- Uso de IA voltado para as necessidades das comunidades: há diferentes usos práticos levando em consideração a linguagem e os costumes de determinadas regiões;
- Ir além do “ChatGPT”: ensinar que IA não é apenas IA generativa. A especialista avalia que é preciso disponibilizar o conhecimento sobre quais outras frentes a IA pode atuar.
A especialista ainda comenta que a educação conectada com a tecnologia deve estimular o pensamento crítico e ensinar questões éticas fundamentais para uma relação mais saudável com essas ferramentas. Ela também comenta sobre como a IA pode ser usada para incluir e de que forma podemos equilibrar o avanço da tecnologia com a proteção de dados e direitos.
Confira o bate-papo na íntegra no Podcast Canaltech e veja outros conteúdos no site do CT:
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