China desafia EUA e agentes autônomos marcam nova fase da IA

Tecnologia

O domínio global no desenvolvimento de inteligência artificial passa por uma transformação estrutural, deixando de concentrar-se exclusivamente no Vale do Silício para tornar-se um cenário multipolar. Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, analisou em entrevista ao Podcast Canaltech como as restrições comerciais e a eficiência de software estão remodelando essa disputa tecnológica.

A China consolidou sua posição como competidora direta dos Estados Unidos, mesmo enfrentando barreiras comerciais significativas. Carraro destaca que, desde 2023, o governo norte-americano endureceu as regras para a exportação de placas gráficas (GPUs) de ponta, essenciais para o treinamento de grandes modelos.

Apesar dessas limitações de hardware, empresas chinesas como a DeepSeek demonstraram capacidade técnica para competir com modelos ocidentais através da otimização de software.


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“Eles conseguiram ‘ordenhar’ basicamente as placas gráficas que eles tinham para tirar o máximo da qualidade delas e chegar num nível de competição das empresas lá do Vale do Silício”, explica Carraro.

Além da China, o especialista aponta movimentações relevantes na Europa, com a francesa Mistral, e investimentos massivos nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita.

A era dos agentes autônomos

A evolução da tecnologia provocou uma mudança de paradigma em 2025: a transição de IAs generativas de texto para “agentes de IA”. Diferente dos chatbots atuais, focados em responder perguntas, os agentes são desenhados para a execução autônoma de tarefas.

Carraro cita o exemplo do sistema chinês “Manus” e de ferramentas de programação que não apenas geram código, mas implementam, testam e corrigem erros sem intervenção humana constante.

“Um agente, você vai falar para ele: compra uma passagem aérea para mim […] ele vai abrir o navegador, vai abrir os sites de passagem, vai buscar as passagens naquele horário, vai te dar uma resposta”, detalha.

Diante da sofisticação desses modelos e da facilidade na criação de deepfakes, o especialista alerta para a necessidade de educação midiática. Carraro sugere que a sociedade adote um “ceticismo crítico” para qualquer conteúdo digital, seja texto, imagem ou vídeo, visto que a distinção entre o real e o artificial se torna cada vez mais complexa.

Para conferir a análise completa sobre o futuro dos agentes e a geopolítica da tecnologia, ouça o episódio completo do Podcast Canaltech:

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