Não é de hoje que a franquia Alien tenta se reerguer entre seus altos e baixos desde que Ridley Scott (Gladiador 2) revolucionou a ficção científica e o terror com Alien, o 8.º Passageiro (1979). O longa original foi o responsável por dar ao mundo Ellen Ripley (Sigourney Weaver), uma das final girls mais icônicas do cinema que, mesmo assombrada por um terrível Xenomorfo, ainda encontrou tempo para salvar um gatinho no meio do caos de uma intensa perseguição.
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Ponto de partida de uma franquia inconsistente, o filme de 1979 abriu espaço para novas histórias, mas a saga só voltou a ganhar fôlego no audiovisual nos últimos anos, quando o diretor Fede Alvarez (O Homem nas Trevas) trouxe de volta o clima sufocante e grotesco desse univeso com o longa Alien: Romulus (2024). O resultado foi positivo, resgatando um interesse do público pela franquia que não se via há muitos e muitos anos.
Chegamos, então, à série Alien: Earth. Com data marcada para estrear no Disney+ na próxima semana, a produção busca uma nova maneira de explorar um universo já tão calejado, mas ainda tentando caminhar com as próprias pernas. Felizmente, a primeira impressão é que o programa parece estar disposto a encontrar seu lugar na franquia, aproveitando o clima macabro de obras anteriores sem deixar de lado uma personalidade única.
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O Canaltech teve a oportunidade de assistir ao primeiro episódio de Alien: Earth com exclusividade, então descubra a seguir o que você deve esperar do programa quando apertar o play.
Alien: Earth expande franquia com nuance e frescor
Situada em 2120, dois anos antes dos eventos que transformaram a vida de Ripley em um verdadeiro inferno no primeiro filme da saga, Alien: Earth inicia sua jornada do jeito que a gente gosta: com aquela sensação inquietante de que algo muito ruim está prestes a acontecer.
Desenvolvida pela FX, a série conta com a expertise de Noah Hawley (Fargo) como criador, um nome premiado na indústria televisiva que, certamente, sabe do que está falando. Mais conhecido por seu trabalho como showrunner das séries Fargo e Legion, Hawley tem um estilo original que dialoga muito bem com a proposta de uma adaptação como a de Alien: Earth, que se empenha em ir além da simples expansão de franquia (algo que, convenhamos, qualquer saga consegue fazer sem muito esforço) para desbravar cantos inexplorados desse universo a partir de um olhar curioso, interessado e até mesmo existencialista.
Pelo menos, é essa a impressão que o primeiro episódio da série transmite ao telespectador. Como todo começo que se preze, Alien: Earth aproveita seu capítulo inicial para embarcar no clima introdutório da coisa, situando o público, especialmente aqueles que não tiveram muito contato com a franquia, no tempo e espaço antes de apresentar temáticas que devem impulsionar a história para frente ao longo de mais sete episódios.

Trazendo o drama para o planeta Terra, algo que, até então, ainda não tinha dado as caras na franquia, Alien: Earth mostra um período da história humana em que o globo azul está sendo governado por cinco corporações poderosas. Nesse mesmo momento da espécie, a tecnologia avançada também permite que humanos convivam com robôs e os famosos sintéticos, que são máquinas com aparência humanoide que agem como se fossem “pessoas artificiais”, uma ideia que poderia muito bem ter saído de uma obra do escritor Isaac Asimov.
Assim, em tempos de inteligência artificial, Alien: Earth se mostra mais atual do que nunca por justamente aproveitar as diversas possibilidades da ficção científica para explorar com mais detalhes a criação desses sintéticos, “seres” que estão presentes na franquia desde o clássico filme de Ridley Scott nos anos 1970. Dando apenas um gostinho do que vem por aí, esse começo ainda traz apontamentos existencialistas a partir do protagonismo de Wendy (Sydney Chandler), uma das personagens centrais que nos conduz por essas primeiras descobertas da trama.
Com ares à la Westworld, o primeiro episódio da série mostra como a Prodigy, uma das cinco grandes corporações que dominam a Terra, investiu na criação de uma nova espécie, um híbrido entre humano e máquina que passa por um processo de transferência de consciência humana para um corpo robótico.

Aceitando o processo, Wendy ganha uma “nova vida” e se vê diante de um mundo de possibilidades à medida que passa a enfrentar dilemas existenciais sobre si mesma. Para ilustrar, até há um momento no capítulo em que Wendy diz, com confiança, acreditar “ser humana”, abrindo expectativa para que a série elabore esse embate entre homem e máquina com maior afinco nos próximos episódios.
Fazendo alusão a Peter Pan e aos Meninos Perdidos, o primeiro episódio de Alien: Earth dá um gostinho daquilo que podemos esperar de uma série da franquia que, além de estar em mãos competentes, promete respeitar o que veio antes sem deixar com que esse “peso” atrapalhe uma visão mais abrangente.
Embora o capítulo inicial pareça um pouco apressado para estabelecer o ritmo frenético e sombrio dessa jornada, ainda assim é um vislumbre refrescante do que Alien pode oferecer, principalmente em um mundo que, cada vez mais, se encaminha para os cantos mais sombrios da humanidade.
Diante desse cenário, Alien: Earth parece estar ávida para explorar as nuances entre tecnologia, o medo do desconhecido, existencialismo e até mesmo o impacto de grandes corporações na vida de seres humanos, tratando das mesmas temáticas que vem marcando presença na franquia desde 1979. O diferencial é que a série de Noah Hawley inicia sua trajetória com uma fome para definir o seu próprio lugar e reiventar aquilo que, apesar de ser tão conhecido, ainda esconde muitas surpresas na manga.
Alien: Earth estreia no dia 12 de agosto no Disney+.
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