Antes do SMS e WhatsApp: relembre o Bip e seus códigos secretos

Tecnologia

Atualmente, enviar uma mensagem para outra pessoa é muito simples com aplicativos como o WhatsApp e Telegram, ou até mesmo via SMS, sem precisar de internet. Contudo, antes dessas tecnologias, o Bip permitiu enviar e receber mensagens rapidamente por códigos e marcou época com um som de notificação característico.

O Bip, ou Pager, popular nos anos 80 e 90, foi a primeira tecnologia de para mensagens instantâneas fora de casa. A popularidade era tanta que, o som da chegada das mensagens se tornaram sinônimo de status social, na época.

Como funcionava o Bip e sua rede de códigos secretos?

O sistema do Bip era surpreendentemente simples e eficiente. Para enviar uma mensagem, era preciso ligar para uma central de atendimento, informar o número do destinatário e ditar o recado.


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A mensagem era enviada via sinais de rádio. A central codificava a mensagem e a transmitia via antenas especializadas. Todos os aparelhos na região recebiam o sinal, mas apenas o Bip com o código correto exibia a informação.

Os modelos mais baratos só mostravam números, o que criou uma verdadeira linguagem de códigos. A criatividade dos usuários transformou limitações técnicas em arte comunicativa.

Entre os códigos mais populare, estão:

  • 911: Emergência ou “me liga urgente”;
  • 143: “Eu te amo” (1 letra em I, 4 em Love, 3 em You);
  • 411: “Preciso de informação”;
  • 07734: Virado de cabeça para baixo mostrava “hELLO”;
  • Seu telefone: O mais comum, pedindo retorno da ligação;
  • 200TRAB: “Estou no trabalho”;
  • 100CASA: “Estou em casa”;
  • Horários: Como “1430” para “nos encontramos às 14:30”.
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O Bip ou “Pager” permitia a comunicação via códigos (Imagem: Reprodução/Silicon UK)

Solução para comunicação móvel já dominava o mercado nos anos 90

O Bip chegou ao Brasil na década de 80, inicialmente restrito a médicos e executivos. O preço elevado limitava seu uso, mas com a popularização, o aparelho se tornou acessível para a classe média.

Empresas como Tele-Bip e Multicanal dominavam o mercado nacional. O serviço custava cerca de R$ 30 por mês (valores da época), enquanto o aparelho variava entre R$ 100 a R$ 300, dependendo do modelo.

Os Pagers alfanuméricos, mais caros, permitiam mensagens de texto completas. Já os numéricos, populares pela economia, exigiam criatividade para transmitir informações através de códigos.

A rede de cobertura era ampla nas grandes cidades, com antenas estrategicamente posicionadas para garantir alcance máximo. O sistema era mais confiável que os primeiros celulares, funcionando até em elevadores e locais com sinal fraco.

Bip inovador pode voltar ao mercado brasileiro?

Apesar do fim da era dourada nos anos 2000, alguns setores ainda utilizam Pagers por sua confiabilidade. Hospitais e serviços de emergência mantêm sistemas ativos devido à estabilidade da rede, para possíveis situações críticas.

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Bip chamava a atenção pela praticidade de uso (Imagem: Reprodução/It Still Works)

Não existe previsão para o retorno comercial do Bip no Brasil. A tecnologia foi completamente superada pelos smartphones, que oferecem funcionalidades muito superiores.

Por outro lado, podemos dizer que a necessidade de mensagens curtas e objetivas, popularizada pelos códigos numéricos, influenciou diretamente o desenvolvimento do SMS e, posteriormente, das redes sociais.

No final, o pequeno aparelho que “bipava” na cintura foi fundamental para a comunicação instantânea durante décadas e contribuiu para a evolução da tecnologia de comunicação atual.

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