Avô do Game Pass, SEGA Channel tem acervo de jogos recuperados; veja

Tecnologia

A organização Video Game History Foundation (VGHF) revelou, na última semana, que o projeto de reviver mais de 140 ROMs do SEGA Channel foi um verdadeiro sucesso

O resultado foi obtido com arquivos originais da equipe que trabalhou na plataforma no passado e levou 2 anos para ser concluído. 

Além dos títulos, eles também conseguiram recuperar uma versão demo do Web Blaster, o navegador do Mega Drive. Todos os dados dos jogos de SEGA Channel foram doados para o site de preservação Gaming Alexandria


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O que é o SEGA Channel?

Décadas antes do Xbox Game Pass, GeForce NOW e outros serviços de streaming, a SEGA foi a pioneira no serviço de transmissão de jogos em rede com o SEGA Channel — lançado no ano de 1994.

Seu catálogo permitia apenas 50 games dentro do sistema, que eram trocados com certa regularidade até o fechamento dos servidores em 1998. 

Eram disponibilizados até alguns títulos exclusivos, como é o caso de The Flintstones (Movie Game), Iron Hammer e Garfield Caught in the Act: The Lost Levels — que era um conjunto de fases extras da versão física, como se fosse um DLC.

Existem também versões curiosas de alguns clássicos, como de Mortal Kombat 3 e Super Street Fighter II. Na edição do SEGA Channel, apenas metade dos lutadores estava disponível para os jogadores (por limitações no tamanho do arquivo).

Imagem de Street Fighter
A versão de Super Street Fighter II de SEGA Channel tinha metade dos personagens disponíveis (Imagem: Divulgação/Capcom)

Entre os arquivos preservados pelo VGHF, estão o menu original e os dados de programação. Artes dos fãs que existiam na plataforma e dicas dos jogos também foram recuperados, o que permite uma preservação histórica completa do funcionamento do serviço. 

A queda do SEGA Channel

Apesar do pioneirismo e da ideia de sucesso, o SEGA Channel não seguiu adiante por uma série de fatores

Imagem de The Flintstones (Movie Game)
Títulos como The Flintstones (Movie Game) existiam apenas na plataforma (Imagem: Reprodução/VGHF)

O serviço era exclusivo para os Estados Unidos e deu seus primeiros passos quando a internet começou a ser popular em PCs e Macs. Porém, cerca de 2% da população do país tinha acesso, o que limitava o número de usuários.

Um aspecto curioso é que o SEGA Channel usava a rede de TV a cabo norte-americana para chegar aos donos de Mega Drive. Seu custo era de US$ 15 mensais (US$ 33 se ajustado à inflação em 2025, um pouco mais caro do que o Xbox Game Pass Ultimate atualmente, que é US$ 29,99).

Pelos valores, baixa adesão e até por certo desinteresse do público — é importante lembrar que o PS1 e Nintendo 64 foram lançados na mesma época e apresentaram os games 3D — a plataforma não resistiu e foi removida, o que tornou todos jogos exclusivos e versões em “lost media”. 

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