Balança comercial tem queda expressiva no superávit do Brasil com os principais parceiros comerciais do país

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Da Redação

Brasília – À exceção da Argentina, a balança comercial brasileira registrou piora em todos os saldos comerciais com os principais parceiros do país. Com a China, o superávit passou de US$ 27 bilhões para US$ 16 bilhões, entre o acumulado do ano de 2024 e 2025. Nos Estados Unidos o déficit aumentou de US$ 283 milhões para US$ 2,3 bilhões. Na União Europeia o superávit de US$ 1 bilhão passou para um déficit de US$ 698 milhões. Com a Argentina foi registrado um superávit de 3,5 bilhões.

Essas quedas no intercâmbio com os principais parceiros comerciais do Brasil levaram a uma redução expressiva na projeção para o superávit da balança comercial em 2025 devem ficar ao redor de US$ 62 bilhões, caso não surjam novas surpresas. Os dados constam do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da FGV/Ibre.

O Icomex indica que  em relação às exportações brasileiras, o percentual de produtos que dependem na ordem de 30% ou mais do mercado dos Estados Unidos é 13,3%. Mas a seleção dos 30 principais produtos exportados revela que alguns registram percentuais ao redor de 80%.

Por outro lado, o mês de julho registrou o maior aumento em volume das exportações na comparação interanual mensal entre 2024 e 2025, 6,9%, superando até a variação das importações que foi de 6,5%. No entanto, como os preços das exportações recuaram em 1,9% e o das importações aumentaram pelo mesmo percentual, a variação no valor importado foi maior do que a das exportações.

O Tarifaço de Trump e as medidas de combate 

O estudo divulgado mensalmente pela FGV/Ibre destaca que o tarifaço de Trump foi iniciado para 94 países no início de agosto e a China ganhou mais 90 dias para continuarem as negociações. Para o Brasil, os canais para iniciar negociações continuam difíceis e o governo lançou um programa voltado em especial para as pequenas e médias empresas. Serão concedidas linhas de crédito de R$ 30 bilhões, aporte para os fundos garantidores de exportações de R$ 4,5 bilhões, diferimento de tributos federais (Reintegra de R$ 5 bilhões, prorrogação de prazos do regime de drawback e compras governamentais). Além disso, o governo continuará empenhado em abrir negociações, procurar mercados, fechar novos acordos comerciais e manter o seu compromisso com o multilateralismo.

Os 30 principais produtos exportados para os Estados Unidos responderam por 65,3% da pauta bilateral de janeiro a julho de 2025. Na pauta total das exportações brasileiras, os 30 produtos corresponderam a 7,8% do total das exportações do Brasil. Desses produtos, 18 não têm isenções e, desses, 14 apresentam percentuais que variam de 29,7% a 96,1%, como parcela das vendas para os Estados Unidos nas suas vendas externas totais.

A Balança Comercial de julho

A Organização Mundial de Comércio reviu a sua estimativa para o crescimento do comércio mundial em volume de 0,2% em abril para 0,9%, no início de agosto. Um dos fatores para explicar essa revisão foi o aumento do volume das importações dos Estados Unidos, em 11%, dada a corrida para evitar os efeitos do tarifaço que começou a vigorar no início de agosto. Em adição, a percepção que as tensões entre Estados Unidos e a China amainaram com as negociações contribuiria para esse resultado.

No Brasil, as estimativas para a balança comercial são consensuais em termos de redução do superávit comercial em 2025 liderada pelo aumento das importações e um baixo dinamismo das exportações. As projeções variam entre US$ 50 bilhões e números ao redor de US$ 65 bilhões.  No Boletim Focus, divulgado no último dia 8 de agosto, o Banco Central (BC) projetou um saldo de projeção era de US$ 65 bilhões. Levando em conta o cenário ainda está muito incerto para o Brasil, mas desconsiderando possíveis novas sanções comerciais do presidente Trump, o Icomex prevê um superávit em torno de US$ 63 bilhões.

A piora no saldo acumulado é explicada pelo maior dinamismo das importações em relação às exportações. Na comparação mensal, a variação no valor das importações foi de +8,4% e das exportações de +4,8%. Na comparação entre os acumulados do ano até julho foi de aumento de 8,3% das importações e de 0,1% das exportações.

 

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