A Rússia lançou, na última quarta-feira (20), o biossatélite Bion-M nº 2. O veículo espacial decolou do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 14h13 (horário de Brasília), no topo de um foguete Soyuz. A curiosidade da missão está na carga útil: uma tripulação composta por roedores, insetos e microrganismos enviados para a órbita da Terra.
- Brasil vai estudar sementes de morango enviadas à Estação Espacial Internacional
- Carro, pizza e até lagartixas: coisas inusitadas que já foram enviadas ao espaço
- Por que cientistas estão mandando peixes para o espaço
Foram enviados pela Roscosmos 75 camundongos, mil moscas-das-frutas e uma grande variedade de microrganismos, culturas de células e sementes de plantas a bordo do biossatélite.
A previsão é de que o Bion-M nº 2 permaneça em órbita por cerca de um mês, mantendo os organismos vivos. Com isso, os cientistas poderão avaliar os efeitos dos voos espaciais sobre os seres vivos, em mais de dez experimentos planejados.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
“Estamos confiantes de que a implementação de todos os experimentos científicos planejados fornecerá conhecimento inestimável que contribuirá para a exploração espacial humana”, destacou a Roscosmos em seu perfil no Telegram.
Estudos com camundongos
A Roscosmos informou que a escolha dos camundongos se deve à alta semelhança genética com os seres humanos. Além disso, o ciclo de vida curto permite acompanhar mudanças ao longo de gerações.
O foco da pesquisa é analisar se as condições espaciais afetam o equilíbrio hormonal, a imunidade, os processos reprodutivos e o metabolismo de água e sais dos animais.
Para conduzir o experimento, os camundongos foram divididos em três grupos:
- Primeiro grupo: viverá em condições normais na Terra;
- Segundo grupo: ficará em uma instalação terrestre, mas dentro do mesmo equipamento usado no voo, atuando como grupo de controle;
- Terceiro grupo: seguirá para o espaço no Bion-M nº 2 e permanecerá em órbita por 30 dias.
“Durante esse período, câmeras e sensores especiais instalados nos módulos permitirão que os cientistas recebam em tempo real dados sobre o estado dos animais. Além disso, alguns indivíduos receberão implantes de chips”, explicou a agência espacial russa.

Diferenças em relação ao Bion-M nº 1
A nova missão ocorre cerca de 12 anos depois da decolagem do satélite Bion-M nº 1, em 2013. Na ocasião, a carga útil incluía roedores, anfíbios, répteis, crustáceos, moluscos, peixes, insetos, bactérias e culturas de células vegetais e animais.
Além da diferença no tipo de carga, o Bion-M nº 2 também fará uma trajetória orbital distinta, sobrevoando os polos da Terra, o que aumenta sua exposição à radiação cósmica.
Leia também:
- Cadela Laika | Conheça a triste história do 1º animal enviado ao espaço
- A Lua agora pode ser lar dos tardígrados, os animais mais resistentes da Terra
VÍDEO | TELESCÓPIOS MAIS INCRÍVEIS DO ESPAÇO!
Leia a matéria no Canaltech.