
Descoberto em janeiro de 2025 pelo observatório Mount Lemmon, localizado no estado do Arizona, nos Estados Unidos, o cometa C/2025 A6 (Lemmon) fez sua aproximação máxima da Terra (perigeu) no dia 21 de outubro, a uma distância de cerca de 90 milhões de quilômetros. Ainda assim, haverá muitas oportunidades de ver o corpo celeste no céu noturno.
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A previsão dos astrônomos é de que o brilho máximo do cometa para observadores no Brasil ocorra no dia 29 de outubro, com possibilidade de ser observado cruzando o horizonte entre 27 de outubro e 11 de novembro.
Além de o retorno do cometa estar previsto apenas para daqui a aproximadamente 1,3 mil anos, a expectativa é que seu brilho e posição próxima ao horizonte permitam observá-lo a olho nu — o que torna a passagem do Lemmon ainda mais especial.
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Para aproveitar o fenômeno, é importante escolher locais com céu com poucas nuvens, pouca poluição luminosa e horizonte desobstruído — especialmente voltado para o oeste, direção onde o Sol se põe e por onde o cometa deve passar. E nessa experiência, a tecnologia pode ser uma grande aliada.

Binóculos, telescópios e aplicativos
O cometa Lemmon estará bem próximo ao horizonte e deve ficar visível a olho nu no Brasil logo após o anoitecer, por volta das 19h, um pouco à direita da região do céu onde o Sol se põe. O uso de binóculos pode facilitar bastante a busca pelo objeto.
“Certamente, o uso de um binóculo, mesmo com pouco aumento, facilitará muito a procura e a visualização do cometa. Acredito que, para conseguir ver bem a cauda, um binóculo será fundamental”, destacou o astrônomo Gabriel Rodrigues Hickel, doutor em Astrofísica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e professor da UNIFEI.
Sobre o uso de telescópios, o docente explica que, por terem campo de visão mais restrito, esses instrumentos podem dificultar a busca pelo cometa — embora ofereçam uma visão mais detalhada do astro.
“Quem tiver um telescópio e conseguir apontá-lo para o cometa terá uma visão privilegiada da coma. Mas um binóculo ainda é melhor para ver o conjunto da obra — coma e cauda”, acrescentou o astrofísico.
Também é possível recorrer a aplicativos e sites de simulação do céu em tempo real, que ajudam a localizar o Lemmon com mais precisão.
“Existem diversos aplicativos e sites que podem ser usados para localizar objetos no céu. Stellarium, Sky Walk e The Sky são alguns exemplos que podem ser baixados para encontrar a constelação de Bootes (Boieiro)”, recomenda Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), ao citar a constelação que pode ser usada como ponto de referência para encontrar o cometa

Dicas para fotografar o cometa
Além das orientações para observar o Lemmon, os especialistas também deram dicas para quem deseja fotografar o cometa com uma câmera profissional ou smartphone.
Costa e Hickel recomendam o uso de equipamentos com boa performance em ambientes de baixa luminosidade e que permitam ajustes manuais. Um tripé estável também é essencial para evitar tremores e garantir imagens mais nítidas.
“Tecnicamente falando, a configuração mínima para as exposições é ISO 1600, abertura máxima possível e tempo de exposição igual a 65/F segundos, onde F é a distância focal equivalente, em milímetros”, detalha o docente da UNIFEI.
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