
Resumo
- O Bradesco deixará de emitir cheques para clientes pessoa física e MEIs a partir de dezembro, mantendo a emissão para contas corporativas.
- O uso de cheques no Brasil caiu 95,8% desde 1995, com apenas 137,6 milhões emitidos em 2024, segundo a Febraban.
- A adoção do Pix e outros meios eletrônicos de pagamento impulsionou a descontinuação dos cheques devido à eficiência e menor custo.
O cheque, que já foi um dos meios de pagamento mais populares no Brasil, deixará de ser emitido pelo Bradesco para clientes pessoa física (PF) e microempreendedores individuais (MEI) a partir de dezembro. A instituição financeira informou que a iniciativa “acompanha a mudança de comportamento dos clientes, que têm optado por soluções digitais como Pix, transferências e pagamentos eletrônicos”.
Clientes dos segmentos afetados foram notificados sobre a mudança através do aplicativo do banco. Em comunicado, o Bradesco esclareceu que está “descontinuando gradualmente” a emissão dos talões de cheque. Ele recomendou a utilização do Pix, destacando a comodidade da ferramenta, que está disponível 24 horas por dia.
Uso de cheques no Brasil despencou
A decisão do Bradesco está alinhada a uma tendência já conhecida. Ainda em circulação, o cheque representa uma fração mínima do volume de transações financeiras no país. Seu auge foi em 1995, com 3,3 bilhões de documentos, e caiu para 137,6 milhões em 2024. A queda foi de 95,8% no período, de acord com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O volume financeiro movimentado em 2024 foi de R$ 523,19 bilhões, uma queda de 14,2% em relação ao ano anterior.
Dados do primeiro semestre mostram que a tendência de queda se intensificou: foram movimentados 50 milhões de cheques, um recuo de 21,9% na comparação com o mesmo período de 2024.
Domínio do Pix
O principal fator para a descontinuação do cheque é a rápida e massiva adoção de meios de pagamentos eletrônicos, com destaque para o Pix. Lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, ele superou o cheque em poucos meses e, mais tarde, conseguiu ultrapassar também os cartões de débito e crédito em número de operações.
Além disso, o custo de processamento de um cheque — que envolve impressão de segurança, logística de compensação física ou por imagem, e gestão de fraudes — tornou-se elevado em comparação com a eficiência das transações digitais.
Segundo a CNN Brasil, os talões de cheque continuarão disponíveis para emissão e utilização por clientes corporativos, que ainda utilizam o instrumento para operações financeiras específicas.

