
Resumo
- O Brasil tem mais de 50 milhões de usuários da OpenAI, considerado um “ingrediente decisivo” para se tornar uma potência em IA, segundo o CEO Sam Altman.
- A OpenAI planeja abrir um escritório em São Paulo e não descarta investimentos em infraestrutura no Brasil, apesar de já ter investido US$ 25 bilhões em data centers na Argentina.
- Altman defende regulamentações equilibradas para IA e reconhece a importância de especialistas humanos em áreas sensíveis, enquanto a OpenAI enfrenta ações judiciais nos EUA.
O Brasil tem o “ingrediente mais decisivo” para se tornar uma potência em inteligência artificial: muitos usuários. A afirmação é de Sam Altman, CEO da OpenAI, que vê o país como um mercado “extremamente relevante” para a empresa através dos mais de 50 milhões de usuários.
Em entrevista à revista Veja, Altman anunciou planos de investimento no país. Além da abertura de um escritório em São Paulo, o executivo não exclui o Brasil de planos de infraestrutura, mesmo após o investimento de US$ 25 bilhões em data centers na Argentina.
Brasil na mira da OpenAI
Na entrevista, Altman destaca que 50 milhões de brasileiros usam a plataforma e tornaram-na “parte da vida diária”. Por isso, ele planeja continuar investindo bastante por aqui, principalmente com a abertura de um escritório na capital paulista.
Quando questionado sobre o investimento de 25 bilhões de dólares (cerca de R$ 134 bilhões) em data centers na Argentina, e não aqui, Altman afirmou que o Brasil “é um país muito interessante” para essa infraestrutura. Apesar do otimismo, Altman pondera que “há muitas coisas que o Brasil ainda precisa acertar” para ser uma das potências mundiais na área.

O maior obstáculo para a expansão da IA, segundo Altman, é justamente a infraestrutura. “As pessoas, a rigor, querem usar muito mais IA do que são capazes de usar hoje”. Ele admite que a demanda atual é “astronomicamente grande” e que, no momento, a empresa não pode atendê-la.
O Brasil tem planos em andamento para data centers em São Paulo, Rio Grande do Sul e um megaprojeto no Rio de Janeiro, que deve se tornar o maior do tipo na América Latina. Nenhum deles, entretanto, conta com investimento da OpenAI.
Regulamentação e riscos da IA
Além dos investimentos no país, Altman defendeu proteções “equilibradas” de uso “tanto para os consumidores quanto para as empresas”. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal recentemente formou maioria pela interpretação de que as plataformas são responsáveis pelo conteúdo de terceiros. A decisão foi publicada anteontem.
Altman também foi questionado sobre o uso do ChatGPT para temas sensíveis, como saúde e terapia mental. O CEO adotou um tom otimista, mas cauteloso, afirmando que, embora um especialista humano seja sempre melhor, a IA pode ser uma alternativa para quem não pode pagar por um serviço de qualidade.
A fala do CEO, no entanto, ocorre em um momento delicado para a empresa, que foi acionada judicialmente por mais sete famílias nos Estados Unidos, que acusam o chatbot de induzir usuários ao suicídio e a surtos psicóticos.
Brasil tem “ingrediente decisivo” para ser potência em IA, diz CEO da OpenAI

