As residências brasileiras estão prestes a passar por uma revolução energética. Com o aumento das tarifas elétricas e as frequentes interrupções no fornecimento, os sistemas de armazenamento residencial com baterias surgem como a alternativa mais promissora.
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A tecnologia já conquistou mais de 100 mil lares na Alemanha e 70 mil na Austrália. Agora ganha força no mercado nacional.
O Brasil possui condições ideais para que as baterias ganhem popularidade: abundante radiação solar, tarifas elevadas e crescente conscientização sobre sustentabilidade.
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O que está por trás de usar baterias nas casas?
A instalação de sistemas de armazenamento doméstico representa muito mais que uma simples mudança tecnológica. É uma estratégia para conquistar independência energética.
Durante o dia, quando a produção solar atinge seu pico, o excesso de eletricidade é direcionado para as células de íon-lítio. À noite ou em períodos nublados, essa energia acumulada alimenta os equipamentos da residência.
Muitos consumidores já descobriram essa solução, especialmente aqueles que trabalham remotamente. Eles precisam de infraestrutura confiável que funcione mesmo durante instabilidades no fornecimento local.
O armazenamento permite aproveitar as diferenças tarifárias. É possível carregar o sistema nos horários de menor custo e utilizá-lo durante os picos de consumo.

A sustentabilidade também se destaca como motivação principal. Pois, ao maximizar o uso da geração fotovoltaica, as famílias reduzem sua pegada de carbono.
Regulamentação deve impulsionar casas com bateria
O governo federal demonstra apoio crescente ao setor de armazenamento energético. Em 2024, o ministro Alexandre Silveira do Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a realização de um leilão para sistemas de bateria ainda em 2025.
A estratégia governamental visa atrair fabricantes internacionais, especialmente asiáticos, para desenvolver a cadeia produtiva nacional. Empresas como Huawei já demonstram interesse em expandir suas operações.
Além do leilão, o projeto de lei PL 5174/2023 classifica o armazenamento como setor prioritário para financiamento. Essa medida deve facilitar o acesso a crédito e reduzir os custos de implementação.
Os leilões de capacidade têm função estratégica: expandir a oferta energética e garantir estabilidade no Sistema Interligado Nacional. As baterias possibilitam maior participação de fontes renováveis intermitentes.
Segundo a Agência Internacional de Energia, o crescimento do setor superou quase todas as outras tecnologias limpas em 2023. No Brasil, a demanda por equipamentos BESS (sistemas de armazenamento de energia em bateria) aumentou 89% em 2024.

Quanto custaria implementar um sistema de baterias com energia solar?
Os preços dos sistemas de armazenamento vêm despencando globalmente. As células de íon-lítio custavam US$ 1,4 mil por quilowatt-hora em 2010, mas chegaram a menos de US$ 140 em 2023.
Para 2025, a projeção é de uma nova redução de 22%, atingindo US$ 90 por kWh. Até 2030, o valor pode chegar a US$ 64 por kWh.
No mercado brasileiro, os custos variam conforme a capacidade e marca escolhida:
- Sistema básico (5-10 kWh): Ideal para apartamentos ou casas com consumo moderado;
- Sistema intermediário (10-15 kWh): Atende residências com maior demanda energética;
- Sistema completo (15-20 kWh): Suficiente para manter equipamentos essenciais por várias horas.
O retorno do investimento apresenta cenários atrativos:
- Payback médio: Entre 7 a 12 anos considerando economia mensal;
- Residências alto consumo: Retorno pode ser ainda mais rápido;
- Regiões com tarifas elevadas: Payback reduzido devido à maior economia.
O sistema dispensa grandes manutenções. Já que as baterias modernas têm vida útil entre 10 a 15 anos e contam com sistemas inteligentes de gerenciamento.
Até 2030, cerca de R$ 22,5 bilhões devem ser investidos no mercado nacional de armazenamento residencial. Essa movimentação demonstra a confiança do setor na viabilidade da tecnologia.
Além disso, a valorização imobiliária representa um benefício adicional. Propriedades equipadas com sistemas de armazenamento atraem compradores interessados em soluções sustentáveis.
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