CEO da OpenAI aceita pela primeira vez a teoria da internet morta

Tecnologia
Resumo
  • Sam Altman, CEO da OpenAI, reconheceu pela primeira vez que a chamada “teoria da internet morta” pode ser real.
  • A teoria afirma que boa parte do conteúdo online seria artificial, produzido por bots que teriam substituído interações humanas.
  • A declaração gerou críticas, já que a OpenAI lidera o avanço da IA generativa e, consequentemente, a expansão do conteúdo automatizado.

O diretor-executivo da OpenAI, Sam Altman, surpreendeu ao admitir que a chamada “teoria da internet morta” pode ter um fundo de verdade. A hipótese, que até pouco tempo era vista apenas como conspiração, sustenta que boa parte do conteúdo online — incluindo perfis aparentemente humanos — na realidade seria gerada de forma automática por sistemas de computadores.

Altman, que até então não levava o assunto a sério, publicou em sua conta no X uma reflexão sobre a presença cada vez maior de contas automatizadas na rede. “Nunca levei a teoria da internet morta tão a sério, mas parece que realmente existem muitas contas no Twitter operadas por LLMs agora”, escreveu, em referência aos grandes modelos de linguagem que alimentam serviços como o ChatGPT.

O que é a teoria da internet morta?

A teoria surgiu há alguns anos com a ideia de que a internet “morreu” por volta de 2016. Desde então, teria sido tomada por bots e conteúdo sintético. Embora seja classificada como conspiratória, levantamentos e pesquisas já apontaram que uma parcela expressiva do tráfego digital não é mais humano.

O aumento de perfis falsos, da manipulação de dados e da proliferação de textos, imagens e vídeos gerados por inteligência artificial contribuem para o clima de desconfiança sobre o que circula online.

O crescimento de ferramentas como o próprio ChatGPT, lançado em 2022, e de outras plataformas similares só reforçou essa percepção. Em poucos meses, tornou-se muito mais simples para qualquer pessoa — seja para uso legítimo ou malicioso — automatizar publicações em redes sociais e criar volumes massivos de conteúdo em pouco tempo.

O assunto foi tema do Tecnocast 355: A teoria da internet morta.

Altman x World ID

A fala do CEO da OpenAI gerou críticas imediatas de usuários que apontaram contradição em sua posição. Para muitos, o avanço da IA generativa, promovido justamente pela OpenAI, é um dos principais fatores que explicam o cenário descrito por Altman. O comentário também reacendeu o debate sobre a necessidade de mecanismos que comprovem a identidade real dos usuários.

Nesse contexto, alguns lembraram que Sam Altman é fundador da World Network, projeto criado em 2019 que busca validar identidades humanas por meio da leitura da íris, o World ID. A iniciativa é apresentada como uma forma de limitar a influência de robôs e conteúdos sintéticos no ambiente digital.

Em janeiro, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu o World ID no Brasil. O órgão entendeu que o pagamento em criptomoedas compromete a liberdade de consentimento no fornecimento de dados, sobretudo entre pessoas em situação de vulnerabilidade.

Antes da decisão, a iniciativa funcionou por quase dois meses na cidade de São Paulo. Nesse período, cerca de 400 mil brasileiros tiveram a íris escaneada em troca de uma remuneração que podia chegar a R$ 750.

Com informações do Independent

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