CEO da Warner diz que HBO Max deveria custar mais

Tecnologia
Resumo
  • O CEO da Warner, David Zaslav, afirma que a HBO Max deveria cobrar mais caro, alegando que a qualidade do conteúdo justifica preços mais altos.
  • A empresa deve restringir o compartilhamento de senhas para ampliar a receita e mira 150 milhões de assinantes no próximo ano.
  • No Brasil, o plano sem anúncios subiu de R$ 39,90 para R$ 44,90 há poucos dias.

Indo contra a percepção negativa dos consumidores com os constantes reajustes de preço nos serviços de streaming, o CEO da Warner Bros. Discovery (WDB), David Zaslav, acredita que a HBO Max deveria custar mais. Durante uma conferência em São Francisco na última quarta-feira (10/09), o executivo disse acreditar que os produtos estão “muito subvalorizados”.

A declaração, reportada pelo Hollywood Reporter, não deixa dúvidas sobre os planos da empresa para o futuro. “O fato de que [nosso conteúdo] é de qualidade — e isso é verdade em toda a nossa empresa […] — nós todos achamos que dá uma chance de aumentar o preço”, afirmou o CEO. Ele disse, no entanto, que a empresa levará o próprio tempo para implementar novos valores.

Qualidade justifica, segundo Zaslav

A principal justificativa de Zaslav para os futuros aumentos é a aposta na qualidade do catálogo do streaming, considerada muito alta pelo executivo. Segundo ele, os consumidores estariam dispostos a pagar mais por um serviço com produções aclamadas. “Temos uma habilidade real de aumentar os preços à medida que as pessoas se apaixonam cada vez mais pela qualidade que temos, pelas séries que temos e pela oferta que temos”, defendeu.

Mas, na realidade, essa relação não parece ser tão clara. Na temporada atual do principal prêmio da televisão dos Estados Unidos, o Emmy, a WBD (dona do canal HBO e da HBO Max) lidera com 142 indicações, superando a Netflix, Apple TV+ e Disney+. Ainda assim, o streaming de Zaslav segue uma batalha árdua para entrar no top 3 em assinaturas.

Ainda para reforçar seu ponto, o executivo relembra a TV a cabo. “Os consumidores nos Estados Unidos pagavam o dobro há 10 anos por conteúdo”, disse. “As pessoas gastavam, em média, US$ 55”. Zaslav argumenta também que hoje os usuários recebem uma quantidade muito maior de produções por um valor “dramaticamente menor”.

No entanto, a visão otimista do CEO também parece ir na contramão da percepção geral do mercado. Conforme aponta o site Ars Technica, um relatório da TiVo do final de 2024 mostrou que a porcentagem de pessoas que consideram a qualidade dos streamings que assinam como “moderada a muito boa” vem caindo desde 2021.

Além disso, não há muito interesse em pagar tanto quanto se paga no modelo de TV a cabo. Outra pesquisa revela que, para os consumidores, o preço baixo ainda é, de longe, o fator mais importante para definir o valor de um serviço de TV.

Preços seguem subindo

Há poucos dias, a plataforma reajustou a mensalidade do plano Standard, sem anúncios: subiu de R$ 39,90 para R$ 44,90. O serviço, que chegou ao Brasil em junho de 2021 com planos a partir de R$ 19,90, já havia passado por outra reorganização de preços em 2024, com a mudança de nome para Max (que já se reverteu).

Uma vez que a base de assinantes esteja fidelizada, a companhia planeja “começar a pressionar” o compartilhamento indevido de senhas para extrair mais receita. Com as mudanças estratégicas, a expectativa de Zaslav é que a plataforma esteja em pelo menos “150 milhões de casas” no próximo ano.

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