Chefe do Instagram não descarta vídeos longos e conteúdo premium no futuro

Tecnologia

Adam Mosseri, CEO do Instagram, não descarta que vídeos longos e conteúdos premium possam se tornar uma realidade na rede social. Apesar disso, o executivo acredita que, atualmente, não há uma relação simbiótica entre mídias longas e o compartilhamento entre os usuários.

As declarações de Mosseri foram dadas em uma entrevista ao programa Mixed Signals, do Semafor. Ele destaca que, ao contrário do YouTube, que incentiva cada vez mais que criadores produzam vídeos longos com qualidade semelhante à da televisão, esse tipo de conteúdo não faz parte do funcionamento atual do Instagram.

Ainda assim, o CEO não descarta mudanças futuras para que a plataforma se adapte às demandas do público.


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“Pode ser que, no fim das contas, precisemos de conteúdo premium para dar certo. Pode ser que precisemos de vídeos de formato longo. E se precisarmos de vídeos de formato longo, o que isso significa para nós? Porque esse tem sido, literalmente, um mercado no qual decidimos explicitamente não entrar”, afirmou Mosseri.

As barreiras para os vídeos longos no Instagram

A fala de Adam Mosseri ocorre pouco após o Instagram anunciar um novo aplicativo que permite assistir a vídeos do Reels diretamente em televisores. Essa novidade poderia ser um indicativo do estímulo da plataforma da Meta para a produção de vídeos longos, mas essa não é a visão do executivo neste momento.

Para Mosseri, no Instagram, é simbiótico conectar usuários por meio do compartilhamento de vídeos curtos, mas o mesmo não ocorre quando se trata de conteúdos de formato longo.

“Eu não sei se conectar pessoas com seus amigos e vídeos de formato longo pode ser simbiótico. Estou um pouco preocupado que eles estejam muito distantes. Você assiste a um vídeo de 20 minutos — que nem parece longo, mas no mundo do Instagram é muito longo — e isso é um monte de Reels que você não teria visto e enviado para um amigo, ou não teria visto um Story, ou enviado uma mensagem para alguém que você conhece ou ama”, destacou o CEO.

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Adam Mosseri afirma que não é simbiótico conectar usuários do Instagram por meio do compartilhamento de vídeos longos (Imagem: Unsplash/Brett Jordan)

Perspectiva para os próximos anos

Mosseri projeta que, em até quatro anos, o Instagram se tornará ainda mais personalizável. Ele afirma que o lançamento do recurso que permite personalizar o algoritmo de sugestões do Reels é um exemplo dessa tendência de tornar a experiência na plataforma cada vez mais “proativa”.

“Sinto que todas as seções do Instagram, com algumas dessas novas tecnologias, devem evoluir de uma forma que você possa, de certa forma, ‘tocar no metal’. Onde você possa entrar lá e simplesmente dizer o que quer ou transformá-lo no que você deseja, de maneira mais proativa — seja moldando o feed, indo mais fundo na pesquisa para entender algo ou criando algo e sendo capaz de moldá-lo no que você quer”, afirma o executivo.

Já o cenário de mudanças em um prazo de 10 anos pode ser ainda mais radical. Neste caso, Mosseri cita os óculos inteligentes como um dos pilares de conteúdo, podendo substituir os smartphones em em termos de importância.

“Para uma plataforma visual, em um meio onde você provavelmente quer que a maioria das interações com seus óculos inteligentes seja apenas por áudio, essa é uma questão muito maior e mais aberta que acho que precisamos começar a pensar”, pontua Adam.

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