Na última quarta-feira (27), um grupo de pesquisadores da South China Agricultural University apresentou suculentas que brilham no escuro. A pesquisa, publicada na revista científica Matter, mostra como essas plantas emitem luz em diferentes cores e podem ser “recarregadas” com exposição à luz solar. Para isso, utilizaram um material chamado aluminato de estrôncio, o mesmo presente em brinquedos e adesivos que brilham no escuro.
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Diferente da bioluminescência natural de vagalumes ou de fungos, esse material funciona por fosforescência: absorve energia da luz externa e depois a libera lentamente, iluminando a planta.
Cada partícula utilizada tem aproximadamente o tamanho de uma célula sanguínea humana, cerca de 7 micrômetros. Em testes com diferentes espécies, como bok choy e pothos, os resultados foram desiguais. Porém, em uma suculenta chamada Echeveria Mebina, os pesquisadores encontraram a combinação perfeita: canais internos com o tamanho ideal para que as partículas se espalhassem rapidamente, produzindo um brilho uniforme e intenso.
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Após alguns minutos de exposição à luz, as suculentas podem emitir claridade equivalente a uma vela, permanecendo visíveis por pelo menos duas horas. Além do tradicional verde fosforescente, os cientistas conseguiram criar variações em vermelho, laranja, azul e até multicoloridas, formando verdadeiros arranjos luminosos. Confira:
Em quantidade suficiente, um conjunto dessas plantas poderia até iluminar um ambiente a ponto de permitir a leitura. É como ter um abajur natural, movido apenas pela luz do dia.
Potenciais aplicações e desafios
A equipe imagina um futuro em que árvores que brilham possam substituir postes de rua, criando cidades iluminadas de forma sustentável. Além disso, vasos com pequenas suculentas luminosas poderiam funcionar como luminárias ecológicas dentro de casa, oferecendo charme e economia de energia.
No entanto, ainda existem desafios importantes. A duração do brilho precisa ser prolongada para que a planta seja realmente funcional como fonte de iluminação. Outro ponto de atenção é o impacto ambiental: como as partículas utilizadas são sintéticas, os cientistas precisam entender o que acontece com elas quando a planta morre. Apesar das limitações atuais, os resultados das suculentas que brilham no escuro já são considerados promissores.
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