A implementação da inteligência artificial (IA) no cotidiano já é uma realidade para muitas empresas, que buscam otimizar processos internos e aumentar a produtividade de seus colaboradores. A Natura é um exemplo de companhia que vem incorporando essas tecnologias em seu dia a dia.
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Em entrevista concedida ao Canaltech na última terça-feira (30), durante o EmTech Brasil 2025, Renata Marques, CIO da Natura na América Latina, afirmou que um dos principais objetivos da empresa no âmbito tecnológico é democratizar o uso da IA entre todos os colaboradores, oferecendo acesso à versão corporativa do Gemini, modelo de IA do Google.
“Qualquer colaborador hoje já tem uma conta corporativa pra experimentar IA. Seja pra transformar uma foto em filme, seja pra fazer um script de uma palestra, seja pra fazer um roteiro de viagem”, explica a executiva.
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Marques destaca que levantamentos internos mostram que, atualmente, 80% dos colaboradores da Natura utilizam a ferramenta diariamente.
Modelos de IA especializados
A companhia do setor de beleza e cuidados pessoais também conta com o que Renata chama de IAs especialistas. Essas ferramentas são criadas pela equipe de engenheiros de dados da empresa e incluem a Maya, um modelo analítico de IA que atua em diversas frentes.
“Temos a Maya Diversa, que ajuda no letramento de diversidade, a Maya que funciona como copiloto das consultoras e a Maya que atua no atendimento, onde mais de 80% das interações são resolvidas no digital”, ressalta a CIO.
Ela acrescenta que, com o auxílio da IA, a empresa consegue resolver problemas internos de maneira mais ágil e, ao mesmo tempo, otimizar a experiência do cliente no dia a dia.
Outro exemplo citado envolve sistemas digitais para análise e desenvolvimento de ingredientes utilizados nos produtos da Natura. Uma parceria da companhia com a Biodiverse e uma empresa de drones, por exemplo, mapeou 60 mil hectares de floresta, acelerando em cerca de 20 anos o processo de pesquisa e descoberta de novos insumos.
Definir prioridades como desafio
Quando questionada sobre os obstáculos na implementação da IA nos processos da empresa, Renata destacou a importância de definir quando e como utilizar as ferramentas em cada função.
Ela pontua que, sem o letramento adequado em relação a essas tecnologias, existe o risco de tentar resolver todos os problemas com inteligência artificial, sem priorização estratégica.
“Acho que hoje o grande desafio é como a gente prioriza projetos, principalmente quando se fala de agentes. Como é que priorizamos aquela solução frente ao problema de negócio ou do cliente”, observa a executiva.
O futuro da IA nas empresas
Ao analisar o futuro da inteligência artificial, Marques afirma que o principal objetivo deve ser construir estratégias voltadas para gerar impacto positivo na sociedade, reduzir desigualdades e acelerar pesquisas e desenvolvimento de produtos.
“Eu acredito que cada vez mais as empresas vão começar a trazer a IA para dentro da estratégia. Não é a estratégia de IA, mas a estratégia de negócio impulsionada pela IA. As companhias precisam estar atentas a como incorporar essa nova era de inteligência artificial, que já está mudando a forma como consumimos e como a sociedade se comporta, em seus processos internos”, conclui a CIO.
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