Enquanto setores sofreram retração, gigantes como Berrygood, Vibra e Multilog economizaram milhões e aumentaram a eficiência — conquistas reconhecidas no Comex Tech Awards
Da Redação (*)
Brasília – O comércio exterior brasileiro atravessou 2025 sob forte pressão. Tarifas adicionais impostas pelos EUA, restrição de crédito, gargalos crônicos em portos e a volatilidade dos fretes internacionais criaram um ambiente de incerteza. Ainda assim, de janeiro a agosto, as exportações alcançaram US$ 227,5 bilhões — levemente acima do ano anterior — e as importações cresceram 7%, para US$ 184,7 bilhões.
A contradição é clara: se os números gerais resistiram, muitas empresas só conseguiram sobreviver e prosperar porque recorreram à tecnologia e inteligência de dados. Foi nesse contexto que a Logcomex, líder em tecnologia para o comércio exterior, realizou, em 17 de setembro, o Comex Tech Awards 2025, uma premiação criada para reconhecer o uso estratégico da inovação no setor.
Parte do Comex Tech Forum, maior evento de tecnologia e inteligência para o comércio exterior da América Latina, a iniciativa recebeu mais de 100 cases inscritos e contou com duas modalidades de reconhecimento: a premiação de cases, voltada a empresas que aplicam as soluções da Logcomex em suas operações, e o Comex Tech Awards, que reconheceu organizações que se destacaram pelo avanço contínuo em inovação, colaboração entre áreas e impacto positivo na cadeia logística e de comércio exterior, mesmo sem inscrição de cases formais.
Entre os grandes vencedores da noite estiveram Vibra, Multilog e Berrygood, que conquistaram o prêmio na categoria Innovator Case, reconhecimento máximo da edição. As três empresas submeteram cases que mostraram, na prática, como a combinação entre tecnologia, dados e inteligência artificial pode transformar o comércio exterior, gerando ganhos de escala, eficiência e competitividade em cenários desafiadores.
“A inovação não acontece em laboratórios isolados, mas no dia a dia das operações — quando uma equipe decide usar dados para resolver gargalos reais. É uma forma de dar visibilidade a quem está liderando a transformação do setor. A maturidade digital começa quando dados e inteligência passam a guiar decisões”, afirma Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex.
Casos que transformaram a operação logística
Um exemplo emblemático vem do setor de hortifrúti. Enquanto o mercado de frutas importadas enfrentava dificuldades em 2025 — com um aumento médio de 1,6% nos preços e redução de 4% no volume importado —, a Berrygood navegou na contramão da crise. Utilizando a plataforma de inteligência de mercado da Logcomex, a empresa analisou preços em tempo real, renegociou contratos e alcançou economia superior a R$ 580 mil em 12 meses. Na prática, usou dados para neutralizar a pressão inflacionária e aumentar sua competitividade, comprando melhor enquanto o mercado comprava menos e mais caro.
Para exportadores de commodities, como a Vibra, a falta de visibilidade sobre o trajeto de um contêiner se tornou um risco estratégico. A empresa respondeu implementando um sistema de monitoramento preditivo baseado em inteligência artificial, que passou a prever a data de chegada das cargas com 98% de assertividade.
Isso permitiu à companhia se antecipar a desvios de rota — como os registrados durante a crise do Mar Vermelho — antes mesmo dos comunicados oficiais dos armadores. A gestão, antes reativa, tornou-se preditiva, transformando incerteza logística em um diferencial competitivo e em confiança junto aos clientes.
Já na logística, o desafio foi a eficiência. Com os portos brasileiros operando no limite e registrando recordes sucessivos de movimentação — o primeiro semestre fechou com 653 milhões de toneladas, segundo a ANTAQ —, o tempo de liberação de cargas tornou-se um gargalo crítico.
A Multilog, que opera 13 recintos alfandegados, automatizou o processo de averbação de Declarações de Importação com tecnologia de integração da Logcomex. O resultado foi uma redução drástica no tempo médio de liberação, de duas horas para apenas 30 minutos, e uma economia projetada de R$ 53 milhões em sete anos.
A automação também contribuiu para aliviar a pressão sobre a infraestrutura portuária, liberando cargas mais rapidamente e aumentando o giro de contêineres em um sistema sobrecarregado.
Reconhecimento à inovação no comércio exterior
A premiação mostrou que a inovação no comércio exterior não está restrita a casos pontuais — ela permeia toda a cadeia. Entre as empresas que não submeteram cases, mas foram homenageadas pela atuação contínua em transformação digital, estiveram gigantes como Raízen S.A. (Intelligence Award), JBS S.A. e Electrolux do Brasil S.A. (Visibility Award); além de players logísticos estratégicos, como Asia Shipping e Craft (Movement Award), e Santos Brasil e Aeroporto de Viracopos (Efficiency Award).
A diversidade dos premiados reforça que a busca por eficiência e inovação é um movimento consolidado no comércio exterior. Os resultados são concretos: reduções de até 40% no tempo de gestão de importações, eliminação de 70% dos erros manuais e aumento de até 65% na produtividade — números que evidenciam o impacto da transformação digital no setor.
“Essa é a maior edição da história do Comex Tech Forum — e também a maior do Comex Awards. Apesar de organizada pela Logcomex, essa premiação pertence à comunidade do comércio exterior. Ver essas histórias ganharem palco no Comex Tech Awards mostra que essa mudança já é realidade e que o Brasil tem papel de protagonismo nesse avanço”, finaliza Hofstatter.
(*) Com informações da Logcomex
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