
A divisão corporativa da Motorola consolidou, ao longo de 2025, a estratégia que vai além de vender especificações técnicas ao trazer uma experiência para o cliente que supera a análise de “bits e bytes”. Além de confirmar a continuidade do Kit For Business (película aplicada, capa e alça) e o novo G06 For Business, a Motorola Mobility ampliou a atuação para mais países da América do Sul e América Central, incluindo Colômbia, Equador e México.
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A Motorola Mobility traz uma narrativa clara para os C-levels (executivos do alto escalão), em que o custo real para um gestor de TI não está no valor nominal do smartphone, mas no prejuízo causado por uma operação paralisada por falha de hardware.
Segundo Vinícius Costa, o diretor de vendas B2B no Brasil, um colaborador com um dispositivo danificado em campo representa, na média, até dois dias de produtividade perdida entre a logística de substituição e a reconfiguração de sistemas.
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Neste contexto, a robustez do hardware, que inclui testes de queda, variações térmicas extremas, durabilidade militar e o uso de telas Gorilla Glass, deixa de ser um diferencial de engenharia para se tornar uma ferramenta direta de proteção financeira para empresas de grande porte.
O peso estratégico do mercado brasileiro e regional
A meta da companhia envolve assumir o posto de número um no fornecimento de soluções de mobilidade corporativa no país. Essa jornada, que começou há cinco anos no Brasil, expandiu-se para toda a América Latina, com crescimento exponencial em países como México, Colômbia e Equador.
Os números sustentam o otimismo. Atualmente, a Motorola ocupa a segunda posição no mercado B2B no Brasil, país que responde por 40% de todo o volume comercializado na região.

Globalmente, 10% da receita total do grupo provém dos negócios entre empresas (B2B). Georgia Sbrana, diretora de vendas para a América Latina, afirma que o negócio corporativo da marca cresceu quatro vezes nos últimos três anos, tornando a região a geografia com maior volumetria para a unidade B2B no mundo.
No mercado brasileiro, o lançamento do Moto G06 For Business reforça a expansão. O modelo mantém o bem-sucedido kit de produtividade — com película aplicada, capa protetora e alça de segurança, padrão que se tornou assinatura da marca para o trabalho pesado.
Segurança e o equilíbrio pessoal
Um dos pilares para convencer as áreas de compliance e segurança da informação é o isolamento rígido entre a vida pessoal e profissional. Em entrevista exclusiva ao Canaltech em novembro, Costa detalhou como a combinação do Android Enterprise com o ThinkShield Mobile cria o que chamam de “bolha de segurança”.
“A grande beleza do Android é a liberdade que ele nos dá. Temos dois perfis autorizados pela empresa que separam toda a atuação profissional da pessoal. O perfil profissional pode ser desligado no final de semana ou fora do horário de trabalho, tanto para preservar a privacidade quanto para garantir que os dois mundos não se cruzem”, explicou.
A eficácia desse sistema impede o vazamento de dados confidenciais.
“Se eu recebo uma informação no perfil profissional, eu não consigo utilizar ela em nenhum canal pessoal. Não consigo usar o WhatsApp ou o e-mail pessoal para mover esse dado. Isso fez com que as empresas liberassem o uso do aparelho profissional como pessoal também, ou permitissem o BYOD (Bring Your Own Device), em que o colaborador traz seu próprio aparelho, desde que ele atenda aos requisitos de tecnologia e segurança da marca”, complementou o executivo.

Inteligência Artificial e o ecossistema inteligente
A Motorola também aposta no Moto AI para gerenciar performance, câmera e bateria. No entanto, a maior preocupação corporativa é a segurança dos dados diante de ferramentas de IA.
“A maior preocupação das empresas hoje é o uso de prompts com informações internas que podem acabar em uma nuvem pública. A vantagem é que, usando MDM (gerenciadores de dispositivos) ou perfis isolados, a empresa pode limitar o acesso à IA. Ela pode oferecer um Gemini Pro empresarial, com níveis de segurança maiores, e bloquear qualquer IA que o funcionário use como pessoa física”, destacou Costa.
Além disso, a integração com a Lenovo fortalece o conceito “Pocket to Cloud” (Do bolso à nuvem). A sinergia permite usar o Smart Connect, que integra celular, tablet e computador em um ecossistema único. “Eu posso usar meu tablet como uma segunda tela para o Windows perfeitamente, mantendo a segurança”, exemplifica o diretor.
Flexibilidade e novos mercados
A Motorola reformulou sua flexibilidade comercial para evitar conflitos de canal, trabalhando de forma coordenada com operadoras, distribuidores e venda direta.
Em setores como agronegócio, mineração e indústria pesada, o argumento vencedor é o certificado IP69 (resistência à pressão d’água).
Já no setor público, o foco é a segurança pública, onde a demanda por dispositivos infalíveis é absoluta. A confiança na marca Lenovo tem aberto portas em governos e em setores conservadores, como o financeiro.
Com mais de 100 novos contratos de grande porte no último ano, incluindo multinacionais como Unilever e Bayer, a Motorola consolida seu avanço como parceira estratégica de infraestrutura para o futuro da mobilidade.
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